Insatisfeitos com Dilma, militares tentam diálogo com Aécio e Marina

Insatisfeitos com o governo de Dilma Rousseff (PT), integrantes das Forças Armadas, da ativa e da reserva, abriram canais de diálogo com os adversários do PT.

Cátia Seabra e Lucas Ferraz
Militares têm conversado com o comando das campanhas de Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) para oferecer apoio e colaboração nas áreas de segurança e defesa nacional. Até mesmo o nanico Levy Fidelix (PRTB) se reuniu com um grupo de oficiais numa churrascaria de Brasília.
Segundo militares ouvidos pela Folha, além da declarada insatisfação com a estrutura considerada ociosa, eles se preocupam em desenhar os possíveis cenários políticos a partir da eleição de outubro.
“Geralmente nos reunimos com todos, mas sou radicalmente contra o PT. É uma estratégia de planejamento das Forças Armadas”, afirmou o general da reserva Rocha Paiva, que também é pesquisador do Centro de Estudos Estratégicos do Exército.
A interlocução dos militares com a oposição adensou-se no início do ano. Com o PSB, as tratativas contaram com o aval do então candidato à Presidência, Eduardo Campos, morto num acidente aéreo, no litoral paulista, em agosto. A ponte com o partido foi feita pelo diplomata José Viegas, um dos ministros da Defesa do governo Lula (2003-10).
Recentemente, segundo integrantes da campanha de Marina Silva, ela foi procurada por oficiais do Exército e da Marinha, mas ela tem recomendado que a articulação fique para o segundo turno. Ainda segundo coordenadores da campanha, Marina deseja cuidar pessoalmente do assunto.
“As Forças Armadas estão preocupadas com duas coisas, o orçamento que seca e a Comissão da Verdade”, afirmou José Viegas.
Além do que consideram o sucateamento das armas, os oficiais estão particularmente irritados com os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, criada pelo governo Dilma e que não tem um único representante das Forças Armadas em sua composição.
Outro ponto que causa polêmica é a possibilidade de revisão da Lei da Anistia . Pessoalmente, Dilma acha que a lei, que proíbe julgar os militares pelos crimes da época, deveria ser revogada, mas seu governo nunca tomou qualquer iniciativa nesse sentido.
Aécio Neves e Marina Silva já disseram, publicamente, ser contrários à revisão da legislação, o que foi entendido pelos militares como uma sinalização positiva.
Com o PSDB, a conversa com os militares foi intermediada pelo ex-embaixador Rubens Barbosa, responsável por coordenar o programa de Aécio para as áreas de Defesa Nacional, Política Externa e Comércio Exterior. “Tomamos a iniciativa de procurar os militares para discutir os problemas que o setor enfrenta”, disse. “A conversa serviu para me ajudar a escrever o programa”, ressaltou Barbosa.
Mas a conversa com o tucano, contudo, remonta a 2010. Naquele ano, antes ainda de o partido escolher José Serra como o candidato à Presidência, Aécio se reuniu com um grupo encabeçado pelo general da reserva Maynard Marques Santa Rosa. Neste ano, o senador adotou um tom cauteloso na relação com os militares. Como Marina, prefere lidar pessoalmente num eventual segundo turno. Segundo a Folha apurou, ele temia que sua candidatura fosse caracterizada à direita.
Assumidamente de direita, o candidato Levy Fidelix conta ter sido convidado pelos militares para um almoço numa churrascaria em Brasília. Segundo Levy – cujo vice é militar -, havia no encontro oficiais da ativa e da reserva.
A intenção era buscar representantes no Congresso Nacional, a exemplo dos evangélicos, e alertar para riscos como a “socialização” do país, o fortalecimento dos movimentos sociais, as distorções das atribuições militares e a entrada descontrolada de emigrantes pela fronteira. Eles também reclamam do congelamento dos salários. “Eles estão atentos a tudo e muito preocupados”, disse.
Folha de São Paulo, via Jus Brasil/montedo.com

8 respostas

  1. OS PRAÇAS ÃO RADICAIS QUANDO SE TRATA DE OFICIAIS , JÁ DIZEM TUDO NÃO REPRESENTA O NOME DA MAIORIA E NÓS PRAÇAS ESTAMOS SIM SENDO AJUDADO PELO PT FOI ENQUANTO NOSSOS COMANDANTES SE ACOMODAVAM EM SUAS POLTRONAS ACOLCHOADAS SEUS PRAÇAS BATIAM PANELAS COM SUAS ESPOSAS PARA ESTES MESMOS OFICIAIS SE APROVEITAREM DOS AUMENTOS ENQUANTO NOSSOS COMANDANTES DORMIAM. ENQUANTO O FHC GOVERNOU PARA ELITE NÓS PRAÇAS SE LASCAVAM COM 1 PORCENTO ENQUANTO OFICIA GANHAVAM 28 PORCENTO E MORADIAS,TRANSFERENCIAS E SE NÃO FOSSE NOSSOS AMIGOS DA RESERVAS ESPOSAS SEU GENIVALDO KELMA IVONE LUZARDO NÓS ESTAVAMOS DESTRUIDOS SEM PESPCTIVA DE VIDA. NOSSOS SUPERIORES SÓ SABEM DIZER NÃO ESTÁ SATISFEITO PEDE BAIXA ENQUANTO ELES SE GABAM DE PROMOÇOES POR ISTO NÃO SE INTERESSA PELOS PRAÇAS , AGRA QUEM TEM VERGONHA A CARA ELEGE QUEM LEVANTOU A BUNDA DE SUAS CADEIRA E LUTOU POR NÓS QE FORAM PRESIDENTE DILMA CONTRA A MÁ VONTADE DE OSSOS COMANDANTES.QUE SÓ PENSÃO NELES POR ISTO NOS NÃO POIAMOS IDEIAS DOS OFICIAIS. QUE SE DANE A ARAMAS QUE TEMOS SALARIOS INOS PARA EDUCARMOS NOSSO FILOS E NO FIM DA CARREIRA AO TER QUE VOLTAR A SE ESCRAVOS PTTC.

  2. Militares estão esquecendo do massacre feito por FHC nas Forças Armadas, com sucateamento do material e completo abandono do pessoal. Foram oito anos sem qualquer reajuste nos vencimentos, além da retirada de diversos direitos da classe. Generais tiveram boa vida no governo tucano.

  3. Já afirmei e afirmo novamente, os interesses dos Oficiais são diferentes e muitas vezes conflitantes com os interesses das Praças.
    Oficiais estão preocupados com compra de equipamentos, projetos grandiosos (servem para dar emprego para os milicos da reserva e compras superfaturadas) e Comissão da Verdade.
    Nós Praças estamos preocupados com salário, atendimento médico – os Generais ganham o suficiente para pagar plano de saúde privado – salários defasados, alimentação de qualidade, PNR, regras isonômicas de promoção nas três Forças (cada Força possui regra própria), Lei para regulamentar as Promoções das Praças, e outras coisas dita 'menores' pela Oficialidade.
    Votem em candidatos representantes das Praças, não votem em Oficiais.

  4. Existe uma diferença enorme quando se fala de oficiais e sargentos. Se existe essa diferença, que seria comum se não fosse abismal, quando ditos militares se manifestam contra ou a favor de algo, seria plenamente aceitável que se colocasse, OS OFICIAIS MILITARES; OS PRAÇAS MILITARES, assim identificaria nos quanto as nossas demandas. Uns lutam por salários, plano de carreira, melhores condições de trabalho etc; outros lutam por Eles, seus interesses pessoais e manutenção de seus privilégios. Então? de que militares se refere o título deste artigo? Não autorizo nenhum militar me usar para seus próprios interesses, a subordinação é apenas no plano profissional, não pode ser comparada com subserviência, e os militares tem o direito de manterem seus cérebros sãos e atentos aos interesses do seu povo, que é verdadeiramente seu patrão. Não quero nem Aécio nem Marina.

  5. Militares estranhos estes dos comentários acima… pensam somente no próprio bolso e não no Brasil, como Nação os estrados de seus pés! Mas, chegará um dia que terão que ficar de quatro para os cubanos, serão mais humilhados ainda tal como acontece hoje na Venezuela, pois até a Nação perderão pois vocês perderão a Nação por causa desse pensamento tão individualista. Reajam soldados, depois conquistem o que os senhores tem por direito!

  6. Comentário de 18:37h
    Concordo plenamente com o colega.
    Os Oficiais, agora, se preocupam porque o Tia Dilma está fazendo a jiripoca piá para o lado deles…….Os Oficiais querem mais regalias e nós praças pedidos mais dignidade financeira para bem educar nossos filhos…..Só que por tabela a PRESIDANTA pune também as menores esferas das forças armadas, que é o caso dos ST/Sgt…..E como não temos Comandante, ficamos à deriva…..

  7. Sou 1º tenente e não entendo quando um graduado fala que "os interesses entre praças e oficiais são conflitantes". Concordo que os generais estão em "outro mundo" e, de uma maneira geral, são mimados pelo governo. Mas são só eles que estão excepcionalmente bem: os oficiais-generais. No máximo alguns oficiais superiores (principalmente coronéis) amigos de generais também. Já o restante, a grande maioria dos oficiais, também se preocupa com salários defasados, alimentação de qualidade e, algumas vezes, PNR. Não estou preocupado com os "projetos grandiosos", como disse o comentarista anterior. Estou muito mais preocupado com a votação da "MP do mal" (que tirou inúmeros benefícios nossos) e com a atual defasagem salarial das Forças Armadas. Portanto peço que não generalizem.

  8. Na verdade Senhores colegas, estamos em um "mato sem cachorro", Acho que será pouco provável que a Sra. Dilma se for reeleita, faça algo por nós, e o Sr. Aécio do partido do FHC, que complicou e piorou a vida de nós todos, haverá interesse do mesmo em revigorar nossos ideais?

    F3.

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