Exército e a ‘síndrome do medo’

Miguel Dias Pinheiro*
25º BC está protegido por cerca elétrica (Imagem: Portal AZ)
Custei acreditar, mas constatei “in locu” uma triste realidade em Teresina: o 25º BC e o BEC, do nosso glorioso Exército Brasileiro, instalaram em seus muros cercas elétricas para (pasmem!) protegerem-se contra a violência. Não importa de quem tenha sido a idéia. Não é o caso. O que está em jogo a “insegurança” (vejam só) demonstrada por uma instituição que está obrigada a impor segurança para sociedade. É o fim da picada!
Será isso somente em Teresina? Aqui ou alhures, concretamente, não há qualquer justificativa plausível para uma degradação moral dessa magnitude. O Exército “rastejando” e assustado com a insegurança. Quartéis armados se protegendo com cercas elétricas temendo invasão de bandidos sociais e ladrões de galinhas, é uma a irretocável demonstração de fragilização institucional, de uma fraqueza que deixa o cidadão perplexo diante do caos social que agora também se abateu sobre as Forças Armadas, alimentando no seio social a perversa “síndrome do medo”, rachando de uma vez por todas os nervos de um povo indefeso. Um absurdo!
Quando o Exército parte para tal decisão está a criar no corpo social uma sensação de que a impunidade é norteadora, é ameaçadora e incontida para aqueles que cometem crimes pela ausência de fatores geradores de punições, consequência de um estado que não consegue realizar sua obrigação de gerar segurança aos seus cidadãos.
Bayardo Brizolla Filho leciona que “esta situação foi criada pela ausência e abandono do estado como um todo, abrangendo todos os seus poderes: Judiciário, Legislativo e Executivo, nas esferas federal, estadual e municipal, na omissão de permitir a banalização do crime. O que ocorre é que o estado negligenciou no que tange às suas instituições e não reformulou sua legislação, de forma a combater o aumento da criminalidade, deixando a míngua um Judiciário preso a normas e leis ultrapassadas, que não consegue inibir com alguma norma punitiva eficaz o problema do aumento da violência, defasado de recursos (humanos e materiais) e despreparado para arcar com a demanda que se tornou necessária”.
E diz mais: “A intolerância e a ignorância política são os principais responsáveis por esta série de acontecimentos, pois são às consequências históricas da falta de atenção do estado para com o seu povo, que cresceu e se modificou com a modernidade, necessitando cada vez mais de políticas sociais mais justas, pois as exigências são maiores e as obrigações nunca foram cumpridas, além de novos mecanismos e leis que garantam a tranquilidade a todos os cidadãos indistintamente, de instituições modernizadas e que funcionem com a rapidez e retidão necessárias para estes novos tempos, conforme a necessidade da população em geral, pois nosso estado no que tange a oferecer ao povo justiça social e segurança, parece trabalhar no século XIX, utilizando-se de instituições funcionalmente arcaicas, abrindo espaço para oportunistas, reacionários e delinquentes, que vivem da violência”.
Com a falta da presença eficaz do estado, a juventude desassistida da periferia das grandes cidades “criminaliza-se”, indo buscar o que justificam como justiça social os bens de consumo que não podem conseguir na situação em que se encontram, através de atos criminosos em regiões de classes mais abastadas, levando a violência e o medo. Sentimento esse reconhecido por nosso Exército, que ao passo de se proteger contra a violência, humilha-se e não consegue demonstrar força para a sociedade, uma prova indiscutível da forma e para o qual foi criado.
*advogado
portal AZ/montedo.com

24 respostas

  1. Absurdo é esse tipo de reportagem! Dentro dos quartéis existem material bélico que precisa de toda proteção, seja ela qual for! Além do mais os militares que trabalham dentro da Forças Armadas são de carne e osso e todo Comandante que se presa deve zelar pela segurança de sua tropa mesmo que hajam opiniões descabidas como essa. Talvez se seu filho tivesse dentro do quartel de serviço vc não teria uma opinião retrógrada desse tipo. Os meios de proteção existem para serem usados por qualquer pessoa ou instituição!!!

  2. Medo da promoção não vir, medo do "capa preta", medo de o general não gostar, medo do soldado entrar na justiça, medo do governo, medo de perder a "boquinha boa", etc.

  3. Nada mais justo… quando mais equipada a instalação contra a invasão/tentação externa melhor o serviço tirado (psicologicamente falando)… e a de se convir que a DISSUASÃO ainda faz parte da ação passiva de segurança e "b>… fala sério, alguém duvida ainda da impunidade?

  4. Me oponho veementemente a opinião desse advogado ao criticar as cercas eletricas.Sabe o que de fato é um absurdo? o sistema de segurança das unidades militares, isso sim é um absurdo. Temos em pleno século do conhecimento, soldados de 18, 19 anos morrendo de "tiro acidental" no serviço de sentinela que facilmente, e diga-se de passagem, a poderia ser substituido por tecnologia com muito mais eficiência. O mundo anda violento? CLARO e o exército não está livre de qualquer ação criminosa simplismente por ser exército. Isso é absurdo? com toda certeza mas não tem jeito, enfim, é o país que se gerou pela impunidade.

  5. Bom dia, creio que este camarada que escreveu este comentario nunca deve ter tirado servico ou melhor nunca deve ter participado deu uma ronda, pois quando a instituicao EB investe em seguranca, nao é por medo ou inseguranca que vem de fora do aquartelamento mas investem em seguranca para diminuir postos, diminuir o numero de soldados, diminuir o efetivo de servico melhorando o espirito da tropa valorizando o militar dando um maior numero de folgas entre um servico e outro. Sugiro a todos que pensem como ele que se informem antes de como é, porque é, o que é uma seguranca de aquartelamento, sirva a patria assim como todos que estao na caserna estao fazendo e nao fale o que nao sabe, nao compare uma seguranca militar com seguranca privada de paisano.

  6. Carma gente semana retrasada um assaltante assaltou um PM achando que era um soldado do exercito, ele mesmo falo na DP que pensou que o PM fosse soldado do exercito! só da uma procurada aqui no blog que vcs acham e as coisas estão feias.

  7. O cabra escreveu um monte de baboseiras… nunca foi milico e não tirou quarto de hora em postos afastados…. daqui a pouco vai falar do absurdo de militares utilizarem fuzis e pistolas no serviço… "vai caça o que faze zé ruela…"

  8. Nos tempos do meu pai, respeitava-se os quartéis, pois sabia-se que os sentinelas mandavam bala para qualquer movimento e indivíduo suspeito, mesmo que isso fosse próximo dos muros externos do quartel. Bandido nem tentava chegar perto. estacionar carro por perto, nem pensar.Houve até estória do sentinela matar o cavalo do comandante pois o "meliante" se aproximou nas sombras e não respondeu a contra-senha(kkk). Hoje, se um sentinela der um tiro vai responder uns duzentos inquéritos internos e externos, junto com seu comandante. É claro que os comandantes estão se prevenindo, também, contra essa onda de esculhanbação para cima dos militares. Quanto mais segurança, melhor, afinal a bandidagem anda armada com super-máquinas. Se um meliante burlar todo esse aparato, levar um tiro lá dentro e passar dessa para o além, a pressão dos DH(?) e outras organizações que só pensam nos meliantes, não poderão crucificar os militares da OM.Os muros subiram, arames instalados, cerca elétrica ativada, câmeras em pontos estratégicos e quem invadir que se dane.

  9. A grande maioria dos quartéis do Exército datam de construções de pelo menos 50 anos. E na época em que foram construídos a sociedade tinha outros padrões de comportamento e não se fazia necessário a colocação de muros altos e grades. Mas hoje certamente os quartéis que forem construídos devem possuir muros altos ou grades, tais como as empresas de segurança, para persuadir potenciais cracudos ou bandidinhos que queiram se aventurar a adentrar numa instalação militar.
    Infelizmente em nome da arquitetura alguns quartéis insistem em permanecer com muros baixos expondo a sua guarnição de serviço a maior nível de risco de confronto com invasores.
    Mas além da questão arquitetônica que facilita algumas ações por parte de bandidos, existe também um aspecto pisicológico que é o de que muitos bandidos são reservistas e sabem da deficiência de treinamento dos nossos Soldados, sabem que os nossos Soldados não possuem o mesmo traquejo e nível de violência dos policiais e portanto, ousam invadir quartéis do Exército com 15 ou mais militares armados de serviço, mas não ousam invadir um Batalhão da PM ou uma delegacia de polícia com meia dúzia de policiais de plantão.

  10. Ao comentarista das 12:40, acho que vc não anda vendo muito jornal pq se visse pelo menos de manha ou a noite saberia que o q vc escreveu não tem a minima coerência meu caro! até hoje eu não fiquei sabendo de bandido invadir batalhão da PM, mas aqui no rio já vi e ouvi varias vezes bandido invadir delegacia não só aqui no rio mas em todo o brasil já li noticias e vi no jornais, mas como disse nunca ouvi bandido invadir batalhão da PM.

  11. "Na minha época" sentinela era inviolável. Quando tirava serviço armado a orientação à equipe era: se alguém se aproximar e não atender o pedido de parar e se identificar, o primeiro tiro era no peito do camarada e o segundo deve ser para cima. Alguém perguntava sempre, porque o segundo para cima sargento? Respondia: é pra você dizer ao homem da capa preta que deu um tiro de advertência pra cima e o individuo não parou e então você foi obrigado a dar o segundo nele, entendeu nobre soldado sentinela.

  12. Camaradas, o motivo é óbvio, não por insegurança, mas sim por proteção institucional, ou seja, é para impedir ou dificultar a invasão ao quartel, não por medo da violência, mas no Brasil a Lei é sempre pró réu, mesmo que ele seja Filmado, apontado por testemunhas como culpado de algum crime, então o militar de Serviço provavelmente portando um FAL 7,62, reagindo contra o invasor que muito mal tem uma .380 é problema na certa para o Exercito.
    Lembrem-se da época que estavam substituindo os fuzis por Cal 12, justamente para diminuir a letalidade da reação dos militares de Serviço.
    MEDO sim, não dos Bandidos Armados, mas sim dos BANDIDOS de gravatas e de uma justiça INJUSTA .

  13. Esse advogado e um típico esquerdista caviar. Que romântico, jovem se torna bandido porque a sociedade e injusta e perversa! Fui pobre, alias ainda sou pobre, mas na minha infância e adolescência era muito mais. Porém meus pais NUNCA deixaram de nos mostrar o caminho correto. Nunca usei qualquer tipo de droga, nem cigarro sei que gosto tem. Mas tive muitas influencias para o uso dessas substâncias na minha rua. Fui pobre, conheci uma geladeira na minha casa com 11 anos de idade, TV a cores com 10 anos de idade. Mas, nunca tive vontade de roubar ou furtar aquilo que meus pais não podiam comprar. Esse discursinho de que o bandido e vitima não cola.

    P.S. : desculpem a falta de acentuação, culpa do meu teclado.

  14. Meus amigos! Este advogado que não teve a coragem de se identificar, acredito ser mais um tentando denegrir a instituição. Agora qualquer abestalhado se acha no direito de falar sobre as Forças Armadas. O Exército está protegendo o seu patrimônio, incluindo armamento, equipamento, etc. Cabe lembrar a este mal informado advogado que a insegurança vem da ilha da fantasia. Será que está comparando um quartel com uma repartição publica civil, que ao término do expediente, é só fechar a porta e sair? Deixar a Deus dará? Já estou com o s…cheio, desses cretinos insuportáveis. Já passou da hora de armar as baionetas e avançar!!!

  15. Sou militar e mesmo já tendo ouvido falar bastante deste blog, não costumo ver as matérias aqui publicadas. Lendo a texto em questão, percebo que não estou perdendo nada. Chega a impressionar ver uma crítica feita a uma unidade militar que está tomando ações um pouco mais modernas para tratar de sua segurança. As Organizações Militares do Exército têm instalações muito antigas e bastante rudimentares, não é comum ver esse tipo de iniciativa por parte delas, que surpreende de fato, mas de uma forma positiva. Espero que tenha sido apenas uma infeliz matéria e que possa ser superada por outras mais interessantes.

  16. O engraçado é que esse suposto advogado fica dando pitaco em uma Instituição que ele não conhece e que é a mais bem conceituada perante a opinião pública, e que fecha os olhos para a OAB que não fala nada dos SEM TERRA invadindo e quebrando órgãos públicos, das decisões judiciais em defesa de MENSALEIROS, da instituição de medidas de controle social através de SINDICATOS entre outras ações que estão desacreditando nosso país perante a comunidade internacional.

  17. Um país como o nosso, cheio de mazelas, culpando a sociedade pelo sem vergonhismo dos pobrezinhos dos marginais e bandidos não coloca a culpa de tudo o que está acontecendo em um governo maldito, perpetuado por doze longos anos no poder, não protesta contra a falta de prisões não construídas para colocar marginais, usando apenas as masmorras já existentes. Não culpa também um legislativo inócuo que apenas se locupleta com o dinheiro do povo e que já deveria ter se reunido sob a luz da lei e reformulado do 1º ao último artigo do Código Penal, com penas duríssimas, e não apenas ficar quebrando o galho naquelas que lhe interessa. Não há culpa também para juízes do STF que liberam marginais já condenados pela própria suprema corte do país, porque politicamente estão atrelados ao governo instalado no poder. Falta culpa aos demais juízes, promotores e advogados que fazem até pacto com o demônio por dinheiro e por isto e por muito mais minha minha pátria está como está! Isto é um pouquinho da verdade.

  18. Será que quem escreve isto, pensou que já houve quartéis invadidos, roubo de armas e munições e será que sabe, principalmente, que se isto acontecer, começa pelo soldado, passa pelo cabo, vai ao sargento, depois ao oficial de dia e por último ao comandante, passando de um a um a responsabilidade e a punição que é duríssima e acaba inclusive com as carreiras militares, se um crime desse é perpetrado contra uma unidade das FFAA. É preciso saber para falar.

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