General Santos Cruz: um C-O-M-A-N-D-A-N-T-E a quem o Exército negou a quarta estrela.

Um brasileiro no coração das trevas
A dura missão do general Carlos Alberto dos Santos Cruz, comandante da mais importante operação da ONU no mundo. Ele tem a tarefa de dar fim ao maior conflito armado desde a Segunda Guerra Mundial, com quase seis milhões de mortos

Por Yan Boechat ([email protected]) (textos e fotos), enviado especial ao Congo
As primeiras horas da manhã da quinta-feira 17 de abril estavam especialmente quentes na densa floresta que serve de fronteira natural entre a República Democrática do Congo e Uganda. Antes de se embrenhar pela vereda de terra entre as árvores, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz retirou o colete à prova de balas e o capacete. “Se algo acontecer, é preciso ser ágil”, explicou. “O caminho é perigoso, as emboscadas são comuns.” O general tinha usado esse equipamento de mais de 15 quilos, capaz de segurar balas de fuzil AK-47, durante todo o trajeto de 40 quilômetros entre o batalhão da ONU na cidade de Beni e a trilha que o levaria a uma base rebelde conquistada pelo Exército congolês uma semana antes.
Santos Cruz vestia a farda camuflada das Forças Armadas brasileiras. No ombro esquerdo, a bandeira do Brasil. No direito, a palavra 
“comandos”, que em todo o mundo militar carrega o mesmo significado: ali está um soldado das tropas de elite, um cara durão, preparado para sobreviver na adversidade. Três pequenas estrelas costuradas nas pontas do colarinho o distinguem como um general de divisão. Além do FAL, o fuzil usado pelo Exército brasileiro há quase três décadas, Santos Cruz levava uma pistola Glock 9mm no coldre colado à coxa direita.
À medida que avançava, o acesso no terreno úmido da floresta tropical a poucos quilômetros ao sul da linha do Equador ia se estreitando. O sol logo desapareceu sob a copa das árvores. Santos Cruz teve a sensação de que estava na Amazônia. “É igual ao Brasil, não muda nada”, disse. Na longa marcha até a principal base conquistada do grupo inimigo, a paisagem dava ideia de como havia sido o combate: troncos perfurados por tiros, árvores derrubadas pelo impacto das RPGs, o chão coberto por um tapete metálico de cápsulas deflagradas. Cartazes escritos à mão indicavam a localização de minas e explosivos. Um pouco mais adiante, covas rasas ao lado da trilha ainda exalavam o cheiro forte dos corpos recém-enterrados pelos vencedores. “Muitos foram queimados, outros enterramos aqui mesmo, é menos trabalho”, explicou um soldado congolês ao lado do amontoado de terra fofa onde as moscas tentavam encontrar caminho para chegar aos restos putrefatos dos inimigos.
Foram três horas de uma caminhada tensa. Com os rebeldes ainda a poucos quilômetros dali, o risco de uma emboscada não recomendava pausas para descanso. A tropa só parou ao chegar a Medina, um vilarejo improvisado no meio da floresta que o grupo radical islâmico ADF usava como uma de suas maiores bases no Congo. Logo começaram a surgir da floresta centenas de soldados. Sujos e cansados, carregando colares de munição e armamento pesado, eles saudavam Santos Cruz. Pela primeira vez, viam naquele front de batalha um militar tão graduado da ONU. O general brasileiro apertou a mão dos oficiais que combateram os rebeldes islâmicos. Aos soldados, distribuiu cigarros congoleses baratos, comprados a US$ 1 o maço.

“Eu havia abandonado a farda, estava lá, engravatado, num gabinete da Esplanada, quando recebi, em março de 2013, uma ligação de Nova York. […]Foi uma surpresa , mas não demorei três segundos para aceitar aquele convite inesperado.” General Santos Cruz

“Force Commander”
No Congo, a patente de Santos Cruz importa menos que seu cargo na hierarquia militar da ONU. Ele é o comandante-geral da Monusco, a maior e mais importante missão das Nações Unidas no mundo, com um contingente de mais de 22 mil homens de 20 diferentes países e orçamento anual de quase US$ 1,5 bilhão. É uma missão histórica, em que o conceito de manutenção da paz foi alterado para imposição da paz. Não se trata apenas de semântica. Os capacetes azuis, pela primeira vez desde 1948, têm autorização para caçar, prender e matar aqueles que o Conselho de Segurança considerar inimigos. Na prática, isso significa que os soldados das Nações Unidas podem dar o primeiro tiro, tornando-se, assim, uma força de agressão a primeira desde a criação da organização.
O militar brasileiro foi indicado e responde ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e ao Conselho de Segurança. No Congo, ele divide o comando da missão com um representante civil, o alemão Martin Kobler. São os dois que têm, ao menos oficialmente, a última palavra em qualquer decisão, militar e civil. A guerra no Congo dura quase 20 anos e já deixou cerca de 5,5 milhões de pessoas mortas. Nenhum outro conflito armado matou tantos seres humanos desde a Segunda Guerra Mundial.
Apesar de ser o primeiro brasileiro a comandar forças militares de agressão desde a campanha da FEB na Itália, um ano e pouco atrás, em Brasília, onde mora, Santos Cruz estava mais preocupado com caminhões-pipa no Nordeste brasileiro do que com guerrilheiros africanos. O general foi compulsoriamente para a reserva em 2012, ao ser preterido para ascender à patente de general de exército. Com a carreira militar encerrada, trabalhava na divisão militar da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, em Brasília, cuidando de assuntos como a participação do Exército na distribuição de água potável em regiões afetadas pela seca. “Eu havia abandonado a farda, estava lá, engravatado, num gabinete da Esplanada, quando recebi, em março de 2013, uma ligação de Nova York”, contou ele à ISTOÉ no mês passado, enquanto comia com as mãos uma coxa de galinha frita na cantina do quartel-general da ONU em Goma, a capital da província do Kivu do Norte, onde estão concentrados 95% dos capacetes azuis no país. “Foi uma surpresa , mas não demorei três segundos para aceitar aquele convite inesperado.”
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ATIVO
Santos Cruz viaja pelo menos três vezes por semana a regiões
isoladas do leste do Congo; em casa, gosta de assistir
aos telejornais da rede de tevê Al Jazeera
Santos Cruz é um homem que ri pouco. Natural da cidade de Rio Grande, no litoral gaúcho, o general aparenta ter bem menos que os 62 anos que vai completar no dia 1º de junho. Mantém seus 74 quilos com uma rotina de atleta. Corre dez quilômetros, dia sim, dia não, e segue um programa rígido de exercícios físicos. O sotaque forte dos gaúchos se foi faz tempo, assim como o hábito de tomar chimarrão. O militar deixou o Rio Grande do Sul aos 15 anos, quando foi aceito na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas, em 1968. “O que ficou foi a paixão pelo Internacional de Porto Alegre”, diz ele. Toda vez que seu time vence o Grêmio, Santos Cruz liga para um irmão torcedor do rival.
Em Goma, o general brasileiro vive em uma confortável casa de dois quartos, próxima do quartel-general da ONU, que divide com um alto funcionário civil das Nações Unidas. Dois brasileiros fazem a escolta pessoal do general e um grupo de seis soldados das forças especiais uruguaias, equipados com fuzis FAL e uma caminhonete com uma metralhadora Mag instalada na carroceria, completam o time da segurança. Se ele está em casa, os uruguaios fazem patrulha em frente ao seu portão. Se ele se desloca, lá estão os mesmos soldados cercando seu veículo. O general não dá um passo sem que ao menos oito homens estejam acompanhando seus movimentos.
Carlos Alberto dos Santos Cruz, casado, três filhos e avô de um menino, fez uma carreira típica no Exército brasileiro. Poucos anos depois de graduar-se na Academia Militar das Agulhas Negras, em 1974, seguiu para o que parece ser a obsessão dos militares nacionais: a Amazônia. Lá se tornou um especialista em guerra na selva. Nas duas décadas seguintes, sempre esteve, de uma forma ou de outra, próximo da floresta. Comandou pelotões de fronteira na região Norte e um batalhão de infantaria em Mato Grosso. Não à toa, dos seis brasileiros que lhe prestam assistência direta no Congo, quatro são especialistas em guerra na selva ou têm experiência na Amazônia.
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Agressividade
A grande virada na carreira do general veio em 2006, quando foi apontado como o chefe militar da missão da ONU no Haiti. Foi por conta de sua ação enérgica na tomada da favela Cité Soleil, um enclave de criminosos em Porto Príncipe, a capital do país, que o general brasileiro chamou a atenção dos burocratas das Nações Unidas. Quase 40 dias de batalha com baixas civis duramente criticadas por organizações humanitárias garantiram a tomada do local pelas tropas da Minustah, majoritariamente brasileiras. Ao final do período em que liderou a missão, a ONU pediu ao Brasil que mantivesse Santos Cruz no comando da operação por pelo menos mais um ano. O Exército, no entanto, recusou o pedido e o general gaúcho retornou ao País. “A atitude agressiva e a determinação em agir e correr riscos foram determinantes para que seu nome fosse lembrado em Nova York. Ele está aqui no Congo por causa do Haiti e não pela influência política do Brasil no Conselho de Segurança?, diz um experiente analista de inteligência das Nações Unidas.
No amplo complexo militar e civil que a ONU montou em Goma para ser o quartel-general de sua missão no Congo, Santos Cruz é um dos poucos oficiais a andar armado o tempo todo. A pistola 9mm sempre está ao alcance da mão e, por onde se desloca, carrega o fuzil FAL de fabricação argentina que pegou emprestado do batalhão uruguaio instalado na cidade. Mesmo em seu escritório, uma sala simples, de cerca de seis metros quadrados, instalada em um contêiner, invariavelmente o fuzil está encostado na parede, ao lado de sua cadeira. “Ele gosta de manter essa imagem, mostrando aos soldados que, mais que um general, é um soldado como todos eles”, diz o major Pethias Mdoka, do Exército Malaui, que atuou diretamente com o brasileiro no último ano.
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Santos Cruz chegou ao Congo em julho de 2013, num momento de fragilidade da missão. Após quase 15 anos atuando no país, a ONU tinha sofrido sua maior derrota e humilhação havia poucos meses. Em novembro de 2012 um grupo rebelde supostamente financiado por Uganda, o M23, derrotou o Exército congolês, invadiu Goma e forçou os capacetes azuis a se refugiarem nos quartéis, deixando a população civil à mercê dos invasores. Foi a partir dessa derrota que as Nações Unidas decidiram criar uma força especial de ataque, a Force Intervention Brigade (FIB), e dar carta branca para o ataque. Santos Cruz recebeu a missão de expulsar o M23 de Goma, retomar a cidade e reconquistar a confiança da população e da comunidade internacional na ONU.
A grande batalha
Na longa planície que liga Goma ao vilarejo de Kibati, o primeiro foguete disparado por um lançador Katiuscha de fabricação russa caiu cerca de 400 metros abaixo da trincheira escavada no topo do pequeno morro em que Santos Cruz observava a movimentação das tropas. O segundo, 400 metros atrás. “Foi uma ação típica de ajuste de tiro da artilharia. Eles sabiam que estávamos lá e tentavam nos acertar”, contou o general. A terceira explosão aconteceu a menos de 30 metros. Deitados na trincheira, os militares puderam ouvir os estilhaços voando sobre suas cabeças. Em seguida, o M23 passou a atingir a periferia de Goma, logo atrás da elevação onde estava Santos Cruz. “Foi naquele momento que decidi atacar e ordenei que nossos helicópteros e nossa artilharia abrissem fogo contra eles.”
Naquela tarde do dia 21 de agosto de 2013, pela primeira vez na história, a ONU abandonou sua política de isenção e neutralidade e partiu para o ataque, apoiando o Exército congolês tanto com artilharia e fogo aéreo quanto com homens no solo. “Foi uma batalha intensa, com centenas de mortos e com características muito semelhantes àquelas da Segunda Guerra Mundial”, disse o general. Da trincheira, observando o avanço das tropas e os disparos de artilharia, vieram-lhe à cabeça velhos filmes da Segunda Guerra. “E de repente eu estava lá, como um dos personagens, participando daquele filme”, contou ele.
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Logo no primeiro dia de combate, com foguetes e morteiros explodindo a poucos metros da base de comando, Santos Cruz começou a forjar a imagem do general que gosta de estar no campo de batalha. “Ele mostrou que não é um político, que não aceita ficar no escritório e trata os soldados de igual para igual”, disse à ISTOÉ o general tanzaniano James Mwakibolwa, que atuou na defesa de Goma. Ao longo de toda a campanha contra o M23, o general brasileiro esteve no front. Hoje, ao menos três vezes por semana, vai de helicóptero às áreas mais remotas do leste do Congo para ver de perto como estão sendo conduzidas as operações contra as dezenas de grupos armados que permanecem ativos na região. Para muitos na ONU, Santos Cruz se expõe em excesso. “Esse não é o papel de um general, de um “force comander”. Ele é um alvo muito valioso e parece fazer isso apenas para criar uma imagem de durão”, critica um oficial indiano. Já Santos Cruz tem uma explicação mais singela. “Eu poderia dizer que vou ao front por questões estratégicas, para incentivar meus homens ou mesmo para dar a impressão à população local de que a ONU se importa com ela”, disse o general pouco antes de embarcar em um helicóptero Orix a caminho de uma vila atacada em meados de abril por um grupo rebelde. “Tudo isso é verdade, mas o que me leva mesmo ao front é o fato de que eu gosto muito de estar lá, de estar perto dos soldados. Eles me dão coragem e me rejuvenescem.”
08.jpgA batalha de Goma durou sete dias e forçou o M23 a recuar. A cidade estava liberada e em dois meses o grupo rebelde financiado por Uganda, um dos mais bem armados da região, foi derrotado. ?Santos Cruz chegou ao Congo com uma atitude absolutamente distinta da de todos os outros comandantes que estiveram por lá na última década, uma atitude muito proativa. “É claro que essa não é a solução para todos os problemas, mas, sem dúvida, trouxe mudanças”, diz Jason Stearns, autor do aclamado “Dancing in the Glory of Monsters: The Collapse of the Congo and the Great War of Africa” (Dançando pelos Monstros: o Colapso do Congo e a Grande Guerra da África), ainda não publicado no Brasil.
A guerra do Congo é um conflito complexo, com muitos atores e interesses econômicos e geopolíticos variados. Seu início tem raízes no genocídio perpetrado pela etnia hutu contra os tutsis, em Ruanda, há 20 anos. A matança desestabilizou toda a região dos Grandes Lagos Africanos, no centro do continente, e dragou para a guerra seis países: Ruanda e Uganda, de um lado, e Congo, Tanzânia, Zimbábue e Angola, do outro. O Congo foi o palco de todas as batalhas do que ficou conhecido como a Grande Guerra Africana.

“o que me leva […] ao front é o fato de que eu gosto muito de estar lá, de estar perto dos soldados. Eles me dão coragem e me rejuvenescem.” General Santos Cruz

Oficialmente, o conflito terminou com um acordo de paz em 2002. Com o país destruído, com a absoluta ausência do Estado e uma diversidade de riquezas em uma vasta área sem controle e lei, dezenas de grupos armados passaram a dominar regiões inteiras do país. Desde então, o leste do Congo vive uma guerra sem-fim, com milícias lutando entre si, contra o próprio Exército congolês e contra exércitos estrangeiros, como as Forças Armadas de Ruanda, que ainda caçam os hutus responsáveis pelo genocídio de 20 anos atrás. Os civis são as maiores vítimas. Estima-se que até hoje entre 5,5 milhões e seis milhões de pessoas tenham morrido. Outros três milhões vivem em campos de refugiados. Dezenas de milhares de mulheres foram vítimas de estupros coletivos, que se tornaram uma arma de guerra.
Diante de um cenário tão complexo, Santos Cruz sabe que não será por meio de armas, tanques e helicópteros que a situação será resolvida. “A saída sempre é política e passa pelo fortalecimento do Estado”, disse ele. “Minha missão aqui é proteger os civis e desarmar os grupos rebeldes, que, na verdade, são apenas criminosos que se aproveitam da ausência do Estado. O problema não é étnico ou ideológico, como pode ter sido no início, há duas décadas. Hoje a razão desse conflito é econômica, porque esse é um dos países mais ricos do mundo.”
O Congo possui vastas reservas minerais. Estima-se que em seu subsolo esteja guardado algo como US$ 24 trilhões em ouro, cobalto, cobre, diamante e coltan, um mineral amplamente utilizado na produção de notebooks e celulares e do qual o país é o dono da maior reserva do mundo. Quase todos os grupos rebeldes que atuam no leste do país exploram essas riquezas e usam nações vizinhas para exportá-las para os Estados Unidos, Europa e Ásia. “Não resta muito a Santos Cruz além de ser o homem corajoso desse show”, observou Fidel Bafilemba, um dos coordenadores da organização Enought Project, que acompanha de perto a crise congolesa há vários anos. “Não há muito o que ele possa fazer sem que a comunidade internacional tome a decisão de parar de importar as riquezas minerais do Congo a preços baixíssimos, como ocorre hoje.”
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A posição de Fidel não é muito diferente da de outros integrantes de entidades que atuam no país. A organização Médicos Sem Fronteiras, que mantém no Congo sua maior operação no mundo, também é bastante crítica ao novo papel que a ONU vem tendo no conflito. “A decisão de abandonar o papel de neutralidade está comprometendo todo o serviço humanitário que tem sido desenvolvido aqui nos últimos anos”, diz Bertrand Perrochet, chefe da missão belga da Médicos Sem Fronteiras no Congo. “A população não sabe mais se um helicóptero branco da ONU vai distribuir medicamentos ou balas.”
No início da tarde do sábado 19 de abril, o general Santos Cruz embarcou na caminhonete Land Cruiser blindada que tem à sua disposição para saborear um típico churrasco gaúcho no batalhão do Uruguai, o Urubatt. O quartel-general do contingente de mais de 700 soldados uruguaios fica nas proximidades do aeroporto de Goma e é uma espécie de segunda casa para o general e para os seis brasileiros que atuam diretamente como seus motoristas, auxiliares administrativos e seguranças. Nos 15 dias em que a reportagem de ISTOÉ acompanhou a rotina do militar brasileiro, Santos Cruz só foi capaz de soltar uma gargalhada nas duas vezes em que esteve no Urubatt. Ali parece ser o único lugar em que ele consegue relaxar. “Eu respeito muito as ONGs, mas acho que muito mais poderia ser feito. Milhões e milhões são gastos aqui, mas não há coordenação, não se vê esse dinheiro sendo aplicado diretamente na melhoria do país.” Ele trata as críticas que recebe como meras especulações. “Ainda não houve um caso concreto de problemas pela cor dos veículos ou helicópteros.”
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Santos Cruz é presença constante nas festas mensais promovidas pelo batalhão do Uruguai e que atraem tanto militares quanto civis a serviço da ONU. Batizadas de Tango Bar, as noitadas são agitadas e a pista de dança, quase sempre animada com música latina, é incrementada pela sirene vermelha de um caminhão estacionado ao lado do bar montado para atender a clientela sedenta por momentos de descontração. Na última festa, organizada no dia 12 de abril, Santos Cruz vestia calça jeans, uma camisa social branca e um colete de lã vermelho. Aproveitou a pista de dança para descontrair.
Nas próximas semanas, Santos Cruz será oficializado pelo Conselho de Segurança da ONU como o escolhido para liderar a missão no Congo por mais um ano. Apesar de não confirmar, ele já foi consultado por Nova York se aceitaria ficar mais 12 meses à frente da Monusco e aceitou. “Quando voltar para o Brasil, vou andar a cavalo”, conta ele, um praticante do Concurso Completo de Equitação, espécie de triatlo hípico responsável por matar quase uma dezena de cavaleiros no mundo todos os anos. “O concurso completo é o esporte que mais se aproxima de uma batalha militar, você corre riscos o tempo todo e eu preciso disso para viver.”
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ISTOÉ/montedo.com

26 respostas

  1. Meu camarada Montedo, a cada matéria publicada em seu blog vc se supera. Show de bola. Sou fã do Gen Santos Cruz, coleciono tudo que diz respeito a esse tão nobre, distinto e raríssimo líder. Gostaria muito de conhecê-lo pessoalmente. Estamos junto. Excelente trabalho reconhecido pela ONU. Esperamos que o véio genera volte com muita saúde prá nossa pátria.
    Força!

  2. Como pode… um General brasileiro só consegue SER GENERAL DE VERDADE fora do seu país! Absurdo !!!!!!!
    Aqui o cidadão ficava atrás de uma mesa e lá fora consegue ganhar batalhas e mais, age como um soldado, anda armado, empunha fuzil… já aqui os Generais "brabos" e "balofos" andam com varinha (bastão de comando)na mão e nunca, digo nunca empunham um fuzil, nem no estande de tiro. Aqui vivem como barnabés e exercem sua "ação de comando" visitando OM para fiscalizar faxina e poda de árvores e avaliando a IMOBILIDADE DA TROPA em forma.
    Santa incoerência, Batman ! Temos um General de verdade agindo como um valoroso soldado em outro país enquanto aqui no Brasil nós temos como Comandante do Exército um septuagenário que não aguenta nem empunhar um fuzil, um General que nem fisicamente passa a imagem de um homem forte. Como pode?

  3. O exército de Caxias precisa de um comandante como o Gen Santos Cruz, teria orgulho de ser comandado por um combatente de verdade. Mas, enquanto isso no forte Apache…

  4. Esse é talvez o único general que continuou sendo SOLDADO, e com isso é capaz de despertar admiração em seus subordinados. Parabéns pelo exemplo, talvez único no Exército Brasileiro de hoje.

  5. Pura propaganda! em seu melhor estilo. Para os desavisados, nao iniciados na Arte da Guerra.

    Sem protecao balistica, sem carregadores reserva.

    General Comandante de Patrulha.

    Faltou a foto embarcado em viatura com o braco para fora.

    Reflitam, senhores MILITARES das Forcas Armadas.

  6. Pôxa, admirar o trabalho do General tudo bem, agora colecionar tudo a respeito do cara é meio puxado hein ?? Mas cada um com seu cada um…. Vida que segue…

  7. Ser brabo lá fora é fácil, quero ver é ser um leão aqui contra os PTtralhas, a guerra é interna e estamos perdendo essa guerra. Tenho dito!!!

  8. Para um anônimo acima. Mesmo que só seja propaganda é melhor do que a omissão que campeia atualmente entre os Chefes. A Liderança tanto apregoada perdeu-se nos meandros da burocracia e do carreirismo de quem esqueceu ou nunca aprendeu que chefe e Líder são duas coisas completamente distintas e não se anulam.

  9. O Exército Brasileiro deveria corrigir esse erro e promove-lo a quatro estrela, acho que muitos dos quatro estrelas são apenas bons políticos, na arte de ser leal ao governo dos PTralhas.

  10. Fui Militar durante 6 anos, e chequei a conhecer de vista esse General, quando ele comandou a 2ª Divisão de Exercito, aqui em São Paulo, nunca falei com ele, mas pelos comentário que rolava nos corredores de amigos que trabalhou com ele, é que ele é unico, Humildade em pessoa, um verdadeiro Lider. PARABÉNS GEN SANTOS CRUZ,

  11. Fui Cabo do Exercito por 6 anos, e já trombei com esse nobre militar, ele comandou a 2ª divisão de Exercito aqui em São Paulo, nunca falei com ele, porem os boatos que rolava era que se tratava do mais distinto ser humano, um verdadeiro líder, amado e admirado por seus superiores e subordinados, era capaz de enfrenta outro general para defender um de seus soldados, como já aconteceu. PARABÉNS GENERAL SANTOS CRUZ, por ser esse brasileiro, que apesar de muitos não reconhecerem, é um orgulho à nação.

  12. Aos Anônimos, é injusto fazer uma crítica a alguém enquanto essa pessoa está numa selva no Congo ou em um cenário desfavorável qualquer e vc solta pipa no ventilador de pantufas, o Gen não está reclamando da sua situção,esta apenas foi narrada por alguém que o admira assim como eu que o conheci no Haiti em 2007, quem tem histórias conta, ou deixa-as serem contadas, e vc anônimo nos conte uma história sua….

  13. Este sim, é o General que deveríamos pedir para ser nosso candidato à presidência da república (em 2018) ao invés desses generais "pijamados" que gostam de falar, falar, falare falar, mas que correm quando chamados para representar seu povo…

  14. muito orgulho disto tudo, mas sem novidades…isto ja era esperado vindo deste GENERAL , com todas letras maiusculas…

  15. Impressionante os comentários de "pura propaganda" e "lá fora é fácil".

    Dêem seus nomes para ir pra lá ensinar então como deve ser feito. Abandonem o conforto de suas casas e a tranquilidade de seu bureauzinho e BOTA A CARA!!!

    Com certeza vocês devem ter combatido no Iraque ou no Afeganistão!!!

    LEÕES DE ALOJAMENTO!!! Nunca serão!!!

    Minha melhor continência ao bravo Gen SANTOS CRUZ!

  16. Já dizia o nosso Hino Rio-Grandense…
    "SIRVAM NOSSAS FAÇANHAS,
    DE MODELO À TODA TERRA…"

    Parabéns ao General Santos Cruz por ser este Forte, Aguerrido e Bravo homem.

  17. Sempre haverá um descrente para tentar desqualificar o Bom trabalho de alguém. Somos um País carente de Heróis onde sobra nulidades. One shot one kill.

  18. Parabéns pelo seu trabalho excelência,estive com o sr no Haiti em 2007 (FORÇA PAMPA),tenho muita admiração pelo seu trabalho, sua simplicidade e liderança fazem a diferença, pois a tropa merece um LIDER e não apenas um comandante e liderança é sua virtude, força e sucesso comandante e não esqueça do nosso Rio Grande do Sul e do time campeão de tudo. Aos criticos que experimentem a cumprir uma missão seja aqui,na selva,ou em qualquer parte do brasil ou no exterior para depois criticar alguém.

  19. O Exército pode passar cem anos sem ser usado, mas não pode passar um minuto sem estar preparado.Rui Barbosa-A Amazônia Legal detém a maior floresta tropical úmida do mundo, dispondo de 20% das reservas mundiais de água doce. Sua biodiversidade parece incomensurável. Lá se encontram o maior banco genético e a mais vasta província mineralógica planetária, a qual contém, entre outras, abundantes jazidas de ouro, cassiterita e minérios estratégicos de terceira geração, como o urânio, o titânio e o nióbio.Algumas declarações preocupantes aparecem no Relatório da Comissão da Câmara dos Deputados de 2004:François Mitterrand, ex-presidente da França, em 1989: “O Brasil precisa aceitar uma soberania relativa sobre a Amazônia”Mikhail Gorbachev, ex-presidente da Rússia, em 1992: “O Brasil deve delegar parte de seus direitos sobre a Amazônia aos organismos internacionais competentes”.Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA, em 1989: “Ao contrário do que os brasileiros pensam, a Amazônia não é deles, mas de todos nós”.08/03/09 – Nelson R. Barretto

  20. Ao cidadão versado na "arte da guerra", agradeço o favor de ter me feito rir às lágrimas com seu comentário "esclarecidíssimo". Fui instruendo do então Maj Santos Cruz no curso de Forças Especiais. Posso te garantir que ele é qualquer coisa, menos embusteiro. Você não sabe ler? Não haveria de concordar que a ONU não designaria uma missão como essa a qualquer loroteiro de araque? Faça-me o favor, Zé-Garganta. Quebra meu galho.
    Um abraço a todos. FORÇA!!!!!

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