Família denuncia negligência após morte de soldado do Exército em Pernambuco

Jovem não foi socorrido após queda em treinamento, dizem parentes.
Morte foi registrada na Delegacia da Várzea, que vai investigar o caso.
Soldado Vitor Fernandes de Arruda morreu após queda em treinamento (Reprodução: TV Globo/Recife)

Do G1 PE
A família de um soldado de 19 anos da Companhia de Comando da 7ª Região Militar, no Recife, que morreu após um treinamento do Exército, denunciou, nesta terça (15), que não houve atendimento adequado por parte da corporação e do Hospital Militar de Área do Recife, para onde o jovem foi levado. O rapaz faleceu na segunda (14) após sofrer uma queda durante o treinamento, de acordo com os parentes. Ele teria caído de altura entre quatro e seis metros. Depois do acidente, ele ainda procurou o Hospital Militar outras duas vezes e foi transferido para uma unidade de saúde particular, onde acabou falecendo. A família prestou queixa na Delegacia da Várzea, que vai investigar o caso.
O rapaz estava no Exército há dois meses e, segundo a família, foi obrigado a participar de uma marcha depois de sofrer a queda, o que o fez desmaiar duas vezes. Ele procurou o Hospital Militar no domingo (13) sentindo dores na barriga, nas pernas e porque estava com falta de ar. A família conta que ele foi medicado com relaxante muscular e recebeu alta. O jovem ainda teria voltado duas vezes para a unidade de saúde e, posteriormente, foi transferido para o Hospital Esperança, na Ilha do Leite, área central da capital.
“Ele continuou sentindo dor. Eles disseram ‘de novo por aqui? Tá de brincadeira’. Mas quem é que vai brincar com a saúde, meu Deus?”, relatou a mãe do soldado. Um dos amigos do jovem, que preferiu não se identificar, contou que não houve assistência médica correta no momento do acidente. “Existiu uma queda de uma altura grande e a assistência que era pra ter sido oferecida não foi dada. Era para ter parado na hora, era para ter uma assistência médica no local, com técnicos de enfermagem. Mas pelo visto não foi dado esse serviço”, disse.
Em nota, a assessoria de comunicação do Comando Militar do Nordeste (CMNE) confirmou que o soldado deu entrada na emergência do Hospital Militar com queixas de falta de ar e dores musculares no domingo (13), mas não deu detalhes sobre o quadro clínico do jovem. A corporação lamentou o caso e afirma estar prestando apoio à família do soldado. Procurada pelo G1, a assessoria do Hospital Esperança ainda não se pronunciou sobre o caso.
O rapaz foi sepultado no fim da tarde desta terça, no Hospital Memorial Guararapes, em Jaboatão.
Confira a nota do CMNE na íntegra:
“A Seção de Comunicação Social do Comando Militar do Nordeste (CMNE) vem a público informar o que se segue: No dia 13 de abril, o soldado da Companhia de Comando da 7ª Região Militar deu entrada na Emergência do Hospital Militar de Área do Recife (HMAR), apresentando queixa de falta de ar e de fortes dores musculares nos membros inferiores. Diante do quadro, o soldado foi submetido a exames de Raio-X de tórax e abdômen, eletrocardiograma e exames laboratoriais.
O soldado apresentou piora em seu quadro geral e foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Após estabilização do quadro, o soldado foi transferido para o Hospital Esperança. Por volta das 10 horas e 30 minutos do dia 14 de abril, lamentavelmente, o soldado veio a falecer. O Comando Militar do Nordeste lamenta o ocorrido e está prestando todo o apoio à família do Soldado e instaurou procedimento administrativo para apurar o caso.”
G1/montedo.com

8 respostas

  1. Até quando oficiais e sargentos mal formados continuarão a fazer esses desmandos? Se o militar caiu de uma altura considerável e estava reclamando de dores era para ser atendido imediatamente. Estou cansado de ver oficial e sargento lobinho pressionando soldado machucado a continuar com os exercícios dizendo que ele está fazendo "corpo mole". Torço para que a família abra um processo contra o Comandante que permite esses desmandos e todos os oficiais e praças envolvidos no treinamento do militar. Chega de tratar o ser humano como se fosse lixo. Os bons oficiais infelizmente estão passando em concurso e saindo do Exército e os menos pensantes estão ficando, poucos se salvam.

  2. "O rapaz foi sepultado no fim da tarde desta terça, no Hospital Memorial Guararapes, em Jaboatão."

    COMO ASSIM ? SEPULTADO NO HOSPITAL ?

  3. Eu conheço bem este péssimo antigo HGeR. Todo mundo tem o maior medo de ficar doente e ir para este Hospital. Só vive lotado, atendimento péssimo. Horrível. Só em ler a matéria, já dá pra entender direitinho como tudo aconteceu. Neste aspecto, nada mudou, tá tudo como antes. Eduardo Art

  4. Sirvo na Cia Cmdo/7 e não foi bem assim como foi noticiado. Ninguem caiu da corda ou de outra oficina. O laudo do IML não constatou nenhum hematoma no garoto. Comenta-se que ele tinha uma doença pré-existente, que com a rotina de exercícios físicos no Campo agravou essa doença. É lamentável o ocorrido, contudo não foi culpa dos militares que ministravam instrução.

  5. Se ele tinha uma doença pré-existente que poderia colocar sua vida em risco na execução de atividades físicas, como é que passou pela inspeção de saúde da incorporação? Se não houve erro por parte do pessoal da instrução, então o erro foi lá na origem. O que não pode é todo mundo se dizer isento e apenas usar o verbo LAMENTAR, pois para o exército, por mais que queira demonstrar pesar, é apenas um número, mas para a família é uma perda irreparável.

  6. O que o companheiro disse sobre doença pré existente, revela que a incorporação dos nossos soldados e muito falha, pois ocorrem muitas peixadas, jovens com problemas cardíacos e coisas piores, mais foi o coronel fulano quem pediu ou o motorista do general sicrano. ate quando vamos continuar com isso?.

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