RJ: Forças Armadas ocupam a favela da Maré

Forças Armadas assumem ocupação de 15 comunidades da Maré, Rio
Ocupação militar terá 2,7 mil homens até o dia 31 de julho.
Área vai receber a 39ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).
Exército vai dar continuidade ao processo de pacificação que começou no dia domingo (30).  (Foto: ERBS JR./Estadão Conteúdo)
Exército vai dar continuidade ao processo de pacificação que começou no domingo (30). (Foto: ERBS JR./Estadão Conteúdo)
Do G1 Rio
Tropas do Exército e da Marinha começam a substituir parte do efetivo da Polícia Militar no Conjunto de Favelas da Maré, na Zona Norte do Rio, a partir deste sábado (5). A operação batizada de “São Francisco” — coordenada pelo Comando Militar do Leste (CML) — tem 2.050 homens da Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército, 450 da Marinha, 200 da Polícia Militar e uma equipe avançada da 21ª DP (Bonsucesso). A Aeronáutica poderá auxiliar as operações, caso seja necessário.
O deslocamento dos militares começou por volta das 5h. Para facilitar o deslocamento das tropas e blindados, a pista lateral da Avenida Brasil, entre Manguinhos e Ramos, sentido Zona Oeste, chegou a ser interditada. O trânsito na Linha Vermelha não foi interrompido.
Homens do Exército faziam blitz em todos os acessos da comunidade desde o fim da madrugada. Três helicópteros reforçavam o patrulhamento no Conjunto de Favelas da Maré; um da Polícia Militar, um do Exército e outro da Marinha. O clima era de aparente tranquilidade por volta das 8h30.
De acordo com o Ministério da Defesa, a Força de Pacificação atuará até o dia 31 de julho em uma área de aproximadamente dez quilômetros quadrados. A ação será comandada pelo general de brigada Roberto Escoto, comandante da Infantaria Paraquedista, uma unidade de emprego estratégico do Exército.
As forças de segurança do Rio de Janeiro ocuparam no domingo (30) 15 comunidades da Maré, onde vivem 130 mil pessoas. A área está sendo preparada para receber a 39ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). A entrada da polícia durou 15 minutos. Segundo a Secretaria de Segurança, a ocupação contou com 1.180 policiais militares.
Ao mesmo tempo, em diversos pontos da cidade, foram feitas operações da polícia para prender pessoas ligadas a crimes no Conjunto de Favelas da Maré.
A região, uma das violentas da capital, é considerada estratégica por estar localizada entre as Linhas Vermelha e Amarela, Avenida Brasil — principais vias expressas da cidade — e o Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim (Galeão).
Exército estava com blindados posicionados em diversos acessos da comunidade às margens da Avenida Brasil na manhã deste sábado (5). (Foto: ERBS JR./ESTADÃO CONTEÚDO)
Exército estava com blindados posicionados em diversos acessos da comunidade às margens da Avenida Brasil na manhã deste sábado (5). (Foto: ERBS JR./Estaão Conteúdo)
Blindados do Exército e da Marinha
A operação “São Francisco”, segundo o general Ronaldo Lundgren, chefe do Centro de Operações, prevê o emprego de blindados do Exército e da Marinha, além de carros para transporte e logística, motocicletas e aeronaves do Comando de Aviação do Exército.
O general acrescentou que é possível haver uma prorrogação no período da ocupação caso seja necessário.
“Depende do interesse do governador do estado. Dependendo da decisão da presidente, estamos prontos para prosseguir. Nossas tropas vão ocupar bases num terreno que ainda não foi definido. E estamos autorizados a realizar patrulhamento ostensivo, revista e prisão de flagrante delito”, explicou Lundgren.
Para coibir possíveis excessos das tropas militares durante a operação, o general informou que será divulgado um telefone para denúncias. “Nossas tropas vão agir de acordo com as normas que são bem claras, daquilo que pode e não pode ser feito. Além disso, não teremos soldados atuando destacados. Não digo que não possam ocorrer falhas, mas estamos preparados para tomar as providências que são cabíveis”.
Segundo Lundgren, a operação foi batizada de “São Francisco”, em homenagem ao Papa, pelo esforço para “levar a paz para a região”. “Achamos que podemos melhorar a qualidade de vida para aquela população da região”, explicou o general.
Mapa do Conjunto de Favelas da Maré (Foto: Editoria de Arte/G1)
Ataques as UPPs
A ocupação do Conjunto de Favelas da Maré ocorreu após uma série de ataques as UPPs. No dia 20 de março, três unidades foram alvos de criminosos: Manguinhos, Camarista Méier e a do Conjunto de Favelas do Alemão, todas na Zona Norte do Rio.
Horas após a ocupação da comunidade, o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, disse que o trabalho foi uma resposta ao crime organizado. “Fomos provocados e intimidados nos últimos dois, três meses pelo poder paralelo em uma tentativa de enfraquecer uma política de segurança. É uma resposta que o povo do Rio de Janeiro e do Brasil reconhece”, afirmou Cabral.
G1/montedo.com

8 respostas

  1. Com certeza aquele militar da foto com a metralhadora não tem a mínima noção do perigo que está correndo, mas em sua juventude e desconhecimento acredita na missão, esse é o soldado brasileiro, fé na missão.

  2. Prezado companheiro de 5 de abril de 2014 09:34:
    Ainda que o militar da foto nao tenha nocao do perigo que corre, a culpa nao é dele, a culpa é de quem o escalou para essa missao e nao proporcionou o mínimo de seguranca.

    Com certeza os "planejadores" estao a quilometros de distancia, bem abrigados.

    É BUCHA!!!

  3. Mais uma vez os militares das FA encobrindo a incompetência dos políticos brasileiros. "Graças aos soldados e não aos políticos (principalmente não aos políticos brasileiros e deste governo) que hoje temos liberdade"

  4. Após 27 anos de serviço, vendo essa imagem de um soldado com ma metralhadora, uma arma de guerra apontada para uma favela, pergunto caso algum jovem do trafico reagisse com uma 9mm e ele desse uma rajada quem o defenderia??????

  5. Amigo anônimo das 19;03.
    Pensei que a foto falava por si, mas vejo que não. Ninguém, do recruta ao general tem dúvida que ele está cumprindo ordens; não é esta questão, o problema foi abordado oportunamente pelo amigo em outro comentário (20:30), não interessa quem mandou, depois da merda feita vai dizer que não mandou e quem vai ficar em outra merda maior ainda é o jovem Soldado que em seu desconhecimento DAS LEIS, e das consequências pessoais está ali acreditando na missão !

  6. Ledo engano Quem acha que os soldados largam a vassoura e assumem posição de tiro. Um corpo que não vibra é um esqueleto que se arrasta. A diferença é que ele não se importa com a politicagem que colocou ele ali. Sua única preocupação é defender sua posição, seus companheiros e seguir as regras de engajamento.

  7. Mas, assim é festa!(ainda bem) As "ratazanas" já fugiram. Foram avisadas com antecedência. Pegaram um pouquinho de "bagulho" aqui e alí só para aparecer no fantástico.Você acredita que não tem policial que faz parte do rateio dos lucros? Até juiza ja foi morta a mando de comandante. Depois de 31 de JUL, vão voltar aos poucos e lá vai bala pra todo lado, de novo e… lá vão os SEVERINOS novamente.

  8. Infelizmente é mais uma favela em que militares, após mais algum tempo recebendo essa merreca de salário, não vão poder morar. Já nos expulsaram do alemão, agora é a maré, se não sobrar favela nenhuma onde vamos morar daqui a mais algum tempinho.

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