Tropa do Exército chega ao sul da Bahia para atuar em conflito entre fazendeiros e índios

Militares do Exército reforçam segurança em área de conflito no sul da Bahia
Situação está tensa na região desde que um agricultor foi assassinado dentro de casa
Tropas do Exército foram enviadas ao sul da Bahia (reprodução: TV Globo Bahia)
Um grupo formado por 160 militares do Exército desembarcou no Aeroporto Jorge Amado, em ilhéus, no sul da Bahia, nesta quarta-feira (12), para reforçar a segurança na área onde está ocorrendo conflitos por terra entre fazendeiros e índios. A situação está tensa na região desde que o agricultor Juraci Santana, 44 anos, foi assassinado dentro de casa, no Assentamento Ipiranga, em Una.
Vândalos apedrejaram duas agências bancárias do Banco do Brasil e do Bradesco no centro de Buerarema, na noite de terça. O posto de gasolina Trevo, na entrada da cidade, também teve os caixas quebrados e a loja de conveniência destruída. O grupo ainda queimou placas de sinalização e tentou incendiar o tanque de combustível do posto, mas foi impedido por homens da Força Nacional. Dois radares de fiscalização eletrônica foram destruídos na BR-101.
O conflito entre agricultores e índios tupinambás se intensificaram desde o final semestre do ano do passado. Depois da morte do trabalhador rural, moradores de Buerarema realizaram um protesto que durou cerca de 10 horas na BR-101. Os manifestantes destruíram parte da pista que corta Buerarema e ameaçaram explodir uma ponte com dinamites. A tropa de choque dispersou o grupo com bombas de gás lacrimogênio. Parte do comércio da cidade foi fechado.
Ainda ontem (11), o governador Jaques Wagner oficializou o pedido de aplicação do instrumento Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nas regiões do sul da Bahia em que ocorrem conflitos de terra, em especial nos municípios de Buerarema e Una.
Previsto na Constituição Federal, a GLO é utilizado quando situações que fogem do controle colocam em risco a segurança da população. Durante sua vigência, tropas das Forças Armadas assumem a segurança local e passam a ter poder de polícia. Depois de deferido o pedido, haverá imediatamente a mobilização das tropas para o envio à região.
Foto:  Jair Santos (Reprodução)
Conflito
Em nota, o governador disse que já havia tratado da questão com a presidente Dilma Rousseff. “Repudio qualquer tentativa das partes de fazer justiça com as próprias mãos. O Brasil é uma democracia consolidada. As soluções surgirão via Judiciário e após muita negociação”, disse o governador.
Demarcada em 2009, pela Funai (Fundação Nacional do Índio), a área indígena tem 47.367 hectares e está numa área entre os municípios de Ilhéus, Una e Buerarema. Segundo os índios, eles estão em mais de 50 fazendas.
Os conflitos também se acirraram nos últimos dias entre índios e a Polícia Federal, por conta de cumprimentos de mandados judiciais de reintegrações de posse. Mais de 20 fazendas foram reintegradas, mas os agricultores dizem que índios já reocuparam algumas propriedades.
Foto:  Jair Santos (Reprodução)
Incra lamenta crime
Em nota, a superintendência regional do Incra na Bahia lamentou a morte de Juraci Santana. Os criminosos ainda atearam fogo ao carro e à casa do produtor rural. A mulher dele e a filha do agricultor testemunharam o crime.
O superintendente do Incra/BA, Gugé Fernandes, solicitou às ouvidorias agrárias Regional e Nacional que acionem as polícias Federal e Civil, pedindo rapidez na apuração dos fatos. “O Instituto aguarda o fim das investigações pelos órgãos do sistema de Justiça e a devida responsabilização dos culpados pelo crime”, diz trecho da nota.
O Incra/BA mantém contato com a família da vítima e presta auxílio, dentro das possibilidades da autarquia. O assentamento Ipiranga foi criado em 1998 pelo Incra. Ao todo, 44 famílias de trabalhadores rurais moram no local, numa área de 1,2 mil hectares. A produção agrícola da comunidade é voltada, principalmente, para lavouras de cacau, banana e mandioca.
O corpo do agricultor foi sepultado nesta quarta-feira (12), em Buerarema.
Foto:  Jair Santos (Reprodução)
Correio 24horas/montedo.com

7 respostas

  1. Ué, cade a policia federal ou a força nacional, que são muito bem pagos para fazer esse serviço e não estão lá ? sempre é assim, na hora que o bicho pega chamam os severinos para por ordem na situação.

  2. A situação é a seguinte: militares sem experiência e treinamento adequado estão entre os 160 homens.
    Quem vai fazer o Estágio de GLO, volta á Unidade e não consegue difundir o conhecimento e de acordo com o novo RUE nem usar o breve do Estágio.
    Espero que não seja necessário o uso das Forças Armadas como GLO, pois tenho medo que grande maioria despreparada e sem experiência em ambiente real de conflito faça algo de errado.
    E que o Comando da Força volte com o antigo RUE e motive novamente seus militares a realizar Cursos e Estágios e possam ostentar os seus breves e ainda possam ter um pouco de motivação que ainda resta.
    SELVA, BRASIL!!!!

  3. Se tiver que retirar todos os não-índios de terras que pertença ou pertenciam(eles compraram, pagam impostos?)aos indígenas desde o nascimento, então vamos expulsar todos os brasileiros. Estranho é que está aparecendo índio demais. A FUNAI deveria colocá-los em reserva bem longe das cidades. Que tal nas terras que os sem terras tomaram e estão vendendo?

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