Desmatamento para construção de quartel do Exército provoca protesto de ambientalistas em Campo Grande

Exército desmata área e ambientalista vê fim do “pulmão” da Capital
A área fica na rua Fernando de Noronha, atrás do cemitério (Foto: Marcos Ermínio)
A área fica na rua Fernando de Noronha, atrás do cemitério (Foto: Marcos Ermínio)
Filipe Prado
O Exército desmatou parte da área, que fica atrás do Cemitério Santo Amaro, para a construção de um novo quartel. De acordo com ambientalistas, a ação não tem licenciamento ambiental, irá acabar com 460 hectares de fauna e flora, que estariam uma área de preservação ambiental.
Ambientalistas da Capital estão indignados com o desmatamento. No entanto, moradores da região acompanham com indiferença a situação. “Eu sei que vão construir um quartel, mas não sei se isso é ilegal ou não”, contou o frentista Wesley Fernando Araújo, 26, que disse ter percebido a obra há três dias.
Quem passa pela rua Fernando de Noronha vê a situação da área. Por uma abertura em meio a mata vê-se um rastro de destruição. Árvores caídas por todo o local, amontoadas por vários pontos.
“Eu acho que isso seria um tiro no pé”, afirmou o presidente da Ecoa (Ecologia e Ação) André Luiz Siqueira. Ele afirmou que para realizar uma obra dessas é necessário autorizações da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), Planurb (Instituto Municipal de Planejamento Urbano) e Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação), mas provavelmente eles não têm essa licença.
Ele comentou que o desmatamento desta área verde trará prejuízos para os campo-grandenses. “Tirar essa área trará prejuízos para Campo Grande, tira qualidade de vida”, disse o presidente da Ecoa.
Para o coordenador do Fórum de meio ambiente e desenvolvimento sustentável de Mato Grosso do Sul, Haroldo Martins Borralho, a situação é absurda. “Quem corta uma árvore em casa pode ser multa em R$ 4 mil até R$ 15 mil, mas porque o Exército não é multado?”, indagou.
“Esse é o pulmão da capital, uma joia, uma preciosidade que não podemos perder”, completou Haroldo. Ele relatou que são 460 hectares de área preservada e afirmou que o exército não tem licença ambiental para desmatar o local.
O local é composto por vegetação do cerrado e, de acordo com Haroldo, vários tipos de árvores como guavira serão perdidas. Ele também afirmou que a região possui muitos tatus e é ponto de chegada e partida de aves migratórias.
CMO
De acordo com a assessoria de imprensa do CMO (Comando Militar do Oeste) será construído o 9º Batalhão de Comunicações, que foi “devidamente aprovado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis)”. Eles afirmaram que a área desmatada corresponde a 20 hectares.
O desmatamento foi realizado por uma empresa terceirizada e acompanhado por um biólogo e um engenheiro agrônomo. A autorização de supressão de vegetação foi expedida no dia 27 de novembro de 2013, pelo presidente do Ibama, Volney Zanardi Junior. (R. A.)
CAMPO GRANDE NEWS/montedo.com

2 respostas

  1. Esses abestados nunca entraram em um quartel do Exército. Geralmente, nos quarteis, são replantadas arvores e se for ver, é a Instituição onde tem mais arvores plantadas.

  2. Muito bom dia.

    Leia lá no link do Jornal que publicou essa matéria, os comentários dos desinformados, que nos tem como estorvos.

    Entretanto, isso acontece, por falta de visão dos Cmts, seja general ou Cel ou TC ou Maj a maior autoridade da GU. Sabe porque ?

    => Nas palestras aos civis, nas Câmaras de vereadores, Deputados, etc … não é demonstrado com indicadores e nem falado os valores ( milhões ) que o EB "despeja" na região, em salários, nº vagas de emprego, na aquisição dos diversos materiais, etc ….

    Tire um quartel de qualquer cidade com população abaixo de 300 mil Hab, para ver a situação que ficará a economia local.

    Esses civis são recalcados e não nos dão valor nenhum.

    Apenas um Cap QAO R1

    Vida que segue. Quem viver verá.

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