Exército prepara escolas para formar mulheres combatentes

Exército prepara escolas de formação de tropas para receber mulheres

Cristiane Ribeiro
Sargentos Lidiana Reinaldo Jiló da Costa e Elisângela Ferreira Xavier,
as primeiras Guerreiras de Selva do Exército Brasileiro
Seis meses depois de sancionada a Lei 12.705, que dá prazo de cinco anos para o Exército preparar suas três escolas de formação de tropas combatentes para receber mulheres, os estudos para promover as adaptações nas unidades ainda estão na fase inicial. O grupo de trabalho criado pelo Exército está coletando dados nas escolas para elaborar documento com as recomendações.
O Centro de Comunicação Social do Exército, em nota, respondeu que o ingresso das mulheres nas referidas escolas ainda depende de regulamentação. Com a mudança, as mulheres que cursarem a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), a Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) ou a Escola de Sargentos das Armas (ESA) poderão integrar patrulhas e missões de confronto e de paz.
Enquanto esperam, as que optam pela carreira militar no Exército desempenham funções nas áreas de saúde, direito, informática, comunicação social, medicina veterinária, enfermagem e magistério. Entre os cerca de 200 mil militares da Força em todo o país, elas são 7 mil, ou 3,5% do efetivo.
As mais persistentes, no entanto, já chegaram à Brigada Paraquedista, no Rio de Janeiro, considerada uma das tropas mais exigentes e bem treinadas das Forças Armadas. Desde 2006, o curso básico de formação de paraquedistas militares, para voluntários, formou 54 mulheres. Neste ano, mais três estão prestes a finalizar o curso de seis semanas.
As três mulheres dividem a turma com 205 homens. Elas não se intimidam com o treinamento rigoroso, de exercícios físicos e muita pressão psicológica durante oito horas por dia, de segunda a sexta-feira. O uniforme camuflado não tem corte feminino, apenas a numeração é menor. O esforço desafia os limites do corpo e da mente no vale-tudo para fazer parte da elite paraquedista do Exército, os conhecidos boinas grená e botas marrom.
‘O curso trabalha a parte motora e o emocional do aluno, até ele atingir o equilíbrio e ter condições de saltar, tornando-se um paraquedista. Exigimos resistência, coragem, determinação e liderança e as mulheres têm correspondido. Já tivemos caso de desistência voluntária, mas a maioria delas chega ao fim com o mesmo fôlego do início’, explica o instrutor do curso, major Alan.
Como os homens, as mulheres participam dos exercícios simulados de salto com armamento e mochila na altura do ventre, com material de sobrevivência, cujo peso fica em torno de 10 quilos. O equipamento completo de salto, incluindo o paraquedas, pesa 40 quilos.
A identificação dos alunos é feita por números no capacete. O 29 é a tenente médica pediatra Ana Carolina, de 32 anos. Mineira de Belo Horizonte, solteira, ela está há um ano no Exército. Disse que optou pela carreira militar porque sempre teve interesse em oferecer seus conhecimentos para o Exército, em regiões carentes de assistência médica, como nas fronteiras. O curso de paraquedista veio para completar sua formação.
‘Obviamente, não temos a mesma força do homem, a mesma capacidade física, mas a gente também pode ter a coragem, a garra, a fibra que eles têm. Quanto ao relacionamento com os colegas, é excelente. Até pensei que fosse ter alguma dificuldade, mas na verdade eles tentam nos proteger mais do que precisavam, mas sem discriminar. Eles tentam mais é ajudar, mesmo’, relatou a médica, que depois da formatura no curso vai servir em São Luis (MA).
O capacete 276 é da sargento Alessandra Cristina Lopes Alves, de 22 anos. Nascida e criada em Realengo, subúrbio do Rio de Janeiro, a jovem, que também está há um ano no Exército, como técnica de enfermagem, disse que decidiu fazer o curso de paraquedista para saber o seu limite. Depois de formada, Alessandra vai servir no quartel de Caçapava (SP).
‘Vim buscar o meu limite, ver se eu consigo. Deus está me dando força, coragem, porque é um curso que exige muito da pessoa. A família e os amigos ficaram com medo no início, mas agora eles aceitam porque sabem que estou feliz. Não tenho que abrir mão do que gosto, mas se queremos alcançar algum objetivo, precisamos nos afastar de algumas coisas’, disse.
Já o capacete 275 é usado por Janaína Luiza Pereira de Carvalho, de 24 anos. Ela é de Brasília, passou no concurso para técnica de enfermagem no ano passado e se mudou para o Rio de Janeiro. Mesmo admitindo não pretender seguir carreira no Exército, disse estar satisfeita com o trabalho. ‘Nunca sofri discriminação. Pelo contrário, meus amigos me apoiam. Acho que vale a pena pelo crescimento pessoal’. Depois do curso, Janaína voltará para Brasília. Irá servir no Hospital do Exército.
Terra/montedo.com

10 respostas

  1. Que saibam efetivamente selecionar as mulheres combatentes. Conheço verdadeiras guerreiras, muito mais tenazes que muitos marmanjos dentro do quartel. Mas conheço também, uma grande maioria de mulheres militares que seriam completamente dispensáveis e estão apenas "cumprindo tabela" enquanto não arrumam um "emprego melhor".

  2. Fala serio, quem fez o curso com essas mulheres sabe que foram acochambradas. Imagina na EsSA e na AMAN… O mais legal é que ganharão o mesmo salário e terão menos responsabilidades. A experiência americana, comprovada em artigos e depoimentos, mostra que mulheres não são compatíveis com a linha combatente da carreira militar. Podem ter certeza: o nível de exigência vai cair vertiginosamente nas escolas militares. Outro dia pegou fogo na casa de uma vizinha minha… Ela só conseguia chorar, não foi capaz de tomar uma decisão simples, de pegar um extintor de incêndio no corredor do prédio. Amo as mulheres, sou casado, mas, sinceramente, não servem para o serviço militar.

  3. Concordo com o companheiro acima. Combatente o nome já diz. Mulher não nasceu pra ser combatente. É a natureza delas. Do jeito que a coisa vai, quero ver daqui uns dias os marmanjos na cozinha e elas vestidas de Gen, mandando ver.
    Esse mundo vai se acabar logo, só se ver é direito das mulheres em diminuição dos direitos dos homens. Tudo que não presta são os homens, não valemos mais nada, não decidimos mais em nada. Pelo menos eu sou da moda antiga, goste quem gostar. Trabalho para não cair na mão de sua ninguém. Nasci galo, viverei galo e morrerei galo. Galinha no meu terreiro, tem que se comportar como galinha.Por isto mesmo que trabalhei a vida inteira para não cair de mané, depois dos quarenta. Não sou religioso, vejam o que diz a Bíblia, com relação aos homens e as mulheres. Quem dá asa a cobra, já sabe né?

  4. O Engraçado é que as mulheres querem ser combatentes,operacionais…porque não se permite então a entrada delas no quadro de taifeiros? cozinhar e servir é coisa só para homem? há uma inversão de valores.Nas forças armadas americanas mulheres e homens fazem parte do CS(culinary specialist)em navios e aviões.Parece que aqui é machismo pensar em uma coisa dessas….

  5. Companheiros, se vocêS observarem os editais de concursos militares que aceitam ambos os sexos verão que a exigência do EAF para mulheres é inferior à dos homens.

    É óbvio que mulheres são fisicamente inferiores aos homens, portanto há essa distinção. Mas, pergunto-vos: Na guerra… existe alguma distição? Será que o inimigo vai se importar com o fato da soldado tupiniquim correr menos, ter menos força física que seus companheiros??? Eu não hesitaria em abater uma militar inimiga.

    Vai ter muita acochambração. Quero ver uma mulher de 50kg fazer uma marcha com 30kg em equipamentos.

  6. Pessoal, é o EB…è tudo de mentira, elas podem ser combatentes sim!!! Se for pra tirar sv e fazer ordem unida em formatura, ta tranquilo. Até parece que o EB vai pra algum combate e não me falem de Haiti, alemão e outras missões…eu fui e é tudo rolha!

  7. Amigo, de qual contingente do Haiti você participou para dizer que é "rolha"? Eu lá estive em duas ocasiões: no 2o, antes da ocupação de Port Principe e no antepenúltimo, em que senti a terra tremer e vi tudo vir abaixo em torno de mim. Pode ter sido qualquer coisa, menos "rolha". Porém, se você pôs os pés no Haiti no penúltimo ou último contingentes… O país já está pacificado, meu irmão (o EB fez isso). Talvez aí se possa dizer que é rolha sim.

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