Petista de carteirinha, novo comandante da Brigada Militar gaúcha foi de major a coronel em dois anos. Ou: o aparelhamento ideológico que vem do Sul.

Governador apresenta novo comando da Brigada Militar
A posse iria ocorrer na quarta-feira, porém foi adiada para esta sexta, devido a tragédia em Santa Maria.
Governador apresenta novo comando da Brigada Militar
Apresentação do novo comandante da BM, Fábio Duarte Fernandes.
Créditos: Alina Souza/Especial Palácio Piratini
O governador Tarso Genro apresentou na manhã desta quinta-feira (31) no Palácio Piratini à imprensa, o novo comando da Brigada Militar no Estado.
Conforme o governador, a escolha do novo comandante-geral, coronel Fábio Duarte Fernandes, ocorreu de forma harmônica entre o governo e a Brigada Militar. O coronel, que atua como subchefe de operações da Casa Militar, irá assumir o comando da instituição nesta sexta-feira.
No lugar do subcomandante da Brigada, coronel Altair de Freitas Cunha, assume o coronel Silanus Serenito de Oliveira Mello, que está saindo do Comando de Policiamento Metropolitano. O coronel Alfeu, antes do Comando de Policiamento da Capital, assume a chefia do Estado Maior.
De acordo com o secretário de Segurança Pública, Airton Michels, a escolha de Fernandes “foi de uma afinidade absoluta e convergente”, reafirmando a colocação do governador.
A posse iria ocorrer na quarta-feira, porém foi adiada para esta sexta, devido a tragédia em Santa Maria.
O NACIONAL/montedo.com
Comento:
Em setembro, publiquei uma matéria de Zero Hora sobre a agitação provocada pela troca de comando na Brigada Militar do RS. Do texto de então, extraio este trecho:

“Outro episódio que gera controvérsia é o fato de ser a primeira troca no comando após a reformulação na lei das promoções, que reduziu de dois para um ano o tempo mínimo no posto de tenente-coronel e permitiu a oficiais mais jovens chegarem mais rápido ao posto de coronel e, por consequência, entrarem na disputa pelo cargo máximo.
É o caso do coronel Fábio Duarte Fernandes, lotado na Casa Militar. Em abril de 2011, ele foi promovido de major a tenente-coronel e, em junho, beneficiado pela nova regra, alcançou a terceira estrela gemada na insígnia, chegando ao posto de coronel.Militante do PT, com serviços prestados à bancada petista por cerca de cinco anos na Assembleia, atuante na campanha de Tarso Genro ao Piratini, o coronel Fábio, atual subchefe de operações da Casa Militar, é apontado como um dos mais cotados para comandar a BM.”

Bingo! Eis o pica-fumo comandando coronéis com anos no posto, numa evidente e proposital inversão da hierarquia, bem aos moldes petistas. Ao comentar a notícia de ZH, escrevi o seguinte:

– O que essa notícia, que aparentemente destoa do perfil do blog, está fazendo aqui?

Simples: ela é reveladora da obsessão petista em aparelhar até eleição para síndico de prédio ou rainha de feira agropecuária.   As forças militares, estando ou não sob seu governo,   fazem parte – óbvio – desse permanente processo de controle partidário sobre as mais diversas  instâncias e organizações públicas.


Assim, quando o PT chega ao poder, seus tentáculos já estão enraizados por toda a administração pública.

No RS, essa prática nefasta teve seu ápice no governo de Olívio Dutra (1999-2003), quando atropelos vergonhosos da hierarquia foram cometidos em nome da ‘causa’. 

Exemplo disso foi a promoção de um escrivão de polícia a assessor especial da secretaria de Justiça, o qual passou a mandar e desmandar em delegados no topo da carreira. Outro caso emblemático foi o de uma assessora da mesma secretaria, filmada ordenando, aos gritos, a um major da BM que não se atrevesse a fazer nada contra um grupo de baderneiros que, em meio à danças e gritos tresloucados, punham fogo ao ‘Relógio dos 500 anos’, construído pela Rede Globo em homenagem ao descobrimento do Brasil.

Num caso do qual só tomei conhecimento por conhecer o principal envolvido, um tenente-coronel da BM que comandava um dos principais batalhões da região metropolitana de Porto Alegre chegou ao seu quartel numa certa manhã de domingo e lá encontrou, confraternizando em um animado churrasco, alguns oficiais e praças sob seu comando e a cúpula petista da cidade.

Como bom milico, mandou que o grupo se retirasse imediatamente, pois não havia sido informado previamente do encontro. A ‘tchurma’ não se deu por achada e foi terminar o convescote na sede do diretório do PT na cidade.

A semana terminou com o oficial sendo transferido para uma distante cidade do interior gaúcho, onde ficou esquecido por muito tempo.

Mesmo sendo um dos oficiais mais antigos no posto, amargou ‘caronas’ durante quatro anos e só foi promovido a coronel após a troca de governo.

 E encerrei com uma perguntinha, que faço novamente agora:

– Alguém duvida que as Forças Armadas possam ser alvo desse mesmo processo de aparelhamento ideológico?


8 respostas

  1. Não há dúvidas quanto a esse aparelhamento do Estado, ainda mais por este elemento, Tarso Genro. Na esfera federal isso já é uma realidade, não existem Gen de verdade no EB estão todos de pires na mão esperando uma boquinha quando forem para a reserva, a quarta tentativa de golpe está em curso.

  2. Prezado Montedo, não precisamos de "aparelhamento" ou do PT para nos enfraquecer. Há um bom tempo que fazemos isso, nós mesmos, em um processo interno de auto-corrosão. O pior inimigo do militar é seu próprio companheiro de farda e estou plenamente convencido disso, após sofridos 25 anos de praia. Na nossa instituição, o Exército, sofremos uma crise de identidade de tal magnitude que nem mesmo os atuais comandantes sabem exatamente o que somos e para que servimos. Experimente perguntar a um dos oficiais sobre "para que serve o Exército" e verá respostas do mais variado espectro – "educar a população, difundir valores patrióticos, relacionar-se bem com a sociedade, apoiar nas calamidades, ser o esteio da nação, prestar apoio espiritual, formar cidadãos…" Não estou inventando nada, reproduzo apenas o que já ouvi – e de gente bem antiga. Difícilmente se observa alguém estabelecer objetivamente que servimos à defesa do país e nesse sentido devemos focar nossos esforços e toda nossa energia. E não me critiquem por colocar os "oficiais" em cheque, porque sou também um deles. Semana passada, minha OM recebeu um ofício de uma instituição de apoio a crianças carentes, nos solicitando um efetivo considerável de militares para, em uma atividade recreativa das crianças, no fim de semana, desenvolver pistas de orientação, passeios de viatura, demonstração de cães de guerra e outras coisas. Fácil notar que, para os paisanos, empregar milicos como animadores de festa é a coisa mais natural do mundo. Argumentei com meu comandante que seria quase impossível a Polícia Federal ou outro órgão equivalente receber um pedido semelhante. E, se recebessem, negariam de imediato, mas nós cumprimos pedidos esdrúxulos como esse, dentre tantos e tantos outros. Como podemos esperar que a população nos conheça, se nem mesmo nós sabemos para que servimos? Uma vez mais, afirmo: não precisamos do PT para nos detonar. Um abraço.

  3. Ao comentário do 22:59, eu não poderia concordar mais!!

    A população civil já acha que militar das FFAA é policial, é animador de festa, médico, socorrista do SAMU etc. Estamos perdendo nossa identidade a cada dia que passa.

    É claro que acho nobre a atuação da FAB e do EB em Santa Maria, ou nos deslizamentos de terra que ocorreram há poucos anos e até mesmo em palestras para crianças necessitadas, mas simplesmente não é função das forças armadas.

  4. Ao companheiro de 22:59
    Belas palavras, as FFAA estão sem identidade, estão com melindre por conta da tal ditadura, os comandantes não sabem o quê podem e oque devem fazer, estão perdidos. Apliquem uma SWOT nas FFAA, vaolorizem os aspectos internos, por que os externos são muito negativos paras as FFAA.

  5. Enquanto isso tem muito milico bom que, batendo orgulhoso no peito, diz: "Eu não me misturo com política!" mal sabem que seus fuzis, velhos, enferrujados e quase sem munição, quase nada podem contra o jogo ardiloso que é conduzido pelos plíticos bandidos que, nós, como nossa omição política, deixamos chegar ao poder. Soldado que é soldado vota! Está sempre ciente do que acontece em seu país, em seu estado, em sua cidade, em seu bairro. Sua primeira atitude, quando transferido deve ser transferir o título de eleitor, ficando em condições de interferir ativamente nos destinos da comunidade a qual pertence. Precisamos aprender a usar a força que temos, e não sabemos, de maneira politicamente organizada.
    1º Sgt Inf

  6. Caro Montedo e prezados internautas, o aparelhamento ideológico do PT sobre a Brigada Militar no RS e em outros estados governados pelos "vermelhos" é uma grande realidade. A nível federal, as Forças Armadas estão sendo dizimadas, sem recursos, com reajuste salarial ridículo e parcelado em três anos. É o jeito petista de governar e pronto. Aqui em Feira de Santana, demos uma resposta clara ao PT elegendo José Ronaldo contra Zé Neto, Dilma, Lula e Wagner. Cabe aos demais brasileiros, fazerem o mesmo em seus estados. Fora PT. Pr. Maroel Bispo, Igreja Batista da Família – Sgt do Exército, servindo no 35o BI.

  7. Bota interstício nisto, queria que no EB tivesse esta progressao também, daí de tercereba a QAO seriam oito anos após a formação. Nao teríamos ST reclamando de chacal e nem QAO de bengala.

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