Primeira mulher oficial general diz que é preciso cautela antes de formar mulheres combatentes

Primeira general diz que é preciso cautela com mulher militar
DAMARIS GIULIANA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
A mulher que há poucos dias se tornou a primeira oficial general das Forças Armadas brasileiras pede cautela no avanço feminino na carreira militar. A contra-almirante médica Dalva Maria Carvalho Mendes, carioca de 56 anos, na Marinha desde 1981, defende “um estudo muito aprofundado” antes de inserir mulheres na linha bélica.
Atualmente elas ocupam funções nas áreas administrativas, de saúde e no magistrado. Só a Aeronáutica tem pilotos do sexo feminino. O Exército tem prazo de cinco anos para inserir mulheres na frente de combate. A Marinha ainda não tem norma.
Dalva Mendes, da Marinha, a primeira oficial general das Forças Armadas brasileiras
Dalva Mendes, da Marinha, a primeira oficial general das Forças Armadas brasileiras
(Daniel Marenco/Folhapress)
Folha – Por que a senhora entrou para a Marinha?
Dalva MendesO mercado estava difícil e uma colega chegou com a novidade de que mulheres poderiam entrar na Marinha. Nós mulheres gostamos de desafio.
E qual foi o maior deles?
Justamente a entrada, porque era uma adaptação.
Alguma história marcante?
Na entrada, os uniformes tinham sido feitos para manequins e não para mulheres normais como nós. Evidentemente que na hora que os modelitos chegaram, não entrávamos neles. Tiveram de chamar as costureiras para aprontarem os uniformes da noite para o dia. E eu engravidei durante o curso [de adaptação]. Eles me deixaram presa lá [no internato, por quatro meses], quando me soltaram eu engravidei [risos]. Eu era uma das quatro mulheres que se formaram grávidas. Meu uniforme era uma batinha.
A senhora era casada?
Com um engenheiro que não era militar. Fui a um clube com os meus pais e ele me tirou pra dançar. No mesmo dia me pediu para namorar. Falei que tinha 14 anos e meu pai não ia deixar. Meu pai é cearense, aquela mentalidade de “filha minha é no cabresto”. Mas ele não se intimidou. Meu pai ficou tão desconcertado que mandou ele ir lá em casa no dia seguinte.
Em agosto, a presidente Dilma assinou a lei estabelecendo que o Exército coloque mulheres na linha bélica em até cinco anos. E a Marinha?
A Marinha estuda isso há algum tempo, mas tem especificidades diferentes.
O que falta?
Um estudo muito aprofundado. A gravidez é um problema. Já entrou num navio de guerra? Aquele cheiro de óleo é um problema. Já pensou para quem está grávida? É incompatível. Mulher não vai suportar aquilo. E quando estiver amamentando? Não é simplesmente colocar a mulher no navio.
A senhora é contra a mulher ocupar algum tipo de função?
Não, desde que a pessoa tenha o pendor. Nem todas as mulheres terão o pendor de ir pro mar. É uma coisa que tem de ser vista com calma.
Conhece a presidente?
Só pela televisão.
O que vai dizer a ela na apresentação de novos oficiais?
A solenidade não prevê que se diga nada, mas é claro [que pode ser diferente]… Ela que é a chefe maior. Vou responder aquilo que me perguntar.
Folha de São Paulo/montedo.com

7 respostas

  1. Vídeo de entrevista do Bolsonaro, onde ele expõe sua opinião sobre temas polêmicos.

    No trecho 06:46 a 06:50 o Bolsonaro faz a seguinte afirmação:

    "(…)Em 63 o Brizola e o Mariguella pregava abertamente o fechamento do Congresso e uma nova Assembléia Nacional Constituinte, composta por quem Heródoto? Camponeses, operários e Sargentos… É sempre assim, começa com o povo(…)"

    Diante desta afirmação do Bolsonaro só posso concluir que esta é a visão dos Oficiais das Forças Armadas em relação às Praças: AS PRAÇAS REPRESENTAM O PROLETARIADO, O POVO. Logo, é por isso que às Praças são garantidos menos direitos e benefícios dentro da Administração Militar, pois os Oficiais sendo representantes da Elite (se não é povo, só resta a classificação de ELITE) não acham conveniente "dar" muitos benefícios ao PROLETARIADO.
    Esta parece ser a cultura vigente nas Forças Armadas desde a ditadura militar, os SARGENTOS são o POVO, logo devem sempre receber o mínimo e ser contido ao máximo para que ele não tente usurpar ou almejar pertencer à ELITE.
    Há sim (silenciosamente) uma luta de classes nas Forças Armadas, pois não há uma unicidade de direitos e benefícios entre todos os militares, logo, se não há unicidade, há obviamente uma diferenciação, uns com mais (elite) e outros com pouco (povo).
    Só burro não quer enxergar essa realidade!

  2. Deixa de ser paranoico, ele referiu a sargento, pois naquela época tentaram dividir as Forças Armadas, com o objetivo de fragilizar e fazer do Brasil um estado de instituições fortes. O sargento que ele se referiu não é o profissional e sim auma classe que no passado caiu na conversa fiada. E que parece ser o mesmo objetivo de hoje. Ao incitar a briga no EB de oficiais e praças iremos fragilizar e quebrar mais fácil. A questão de diferenças salariais é igual na PF (delegado recebe mais que agente), na justiça (técnico recebe menos que analisa e este que o magistrado). Se continuar esta guerrinha só quem tem a perder são os militares. Qualquer notícia ou reportagem vem um desavisado colocar lenha na fogueira e se aproveita do anonimato.

  3. a frescura será sempre a mesma. o salario é igual, a farda é a mesma, entao porque ser diferente na adaptação. Ou entra em igualdade ou não vamos querer assemelhar pelo simples fato de sermos hierarquicamente iguais, já que parecidos não serve

  4. Mulher em quartel é problema. Elas são ensinadas a cobrar e a não dar o exemplo. Tornam-se mais arrogantes e prepotentes que os militares do segmento masculino. Num curso operacional que fiz há algum tempo havia presença feminina. O instrutor-chefe pregou a isonomia até ver que nenhuma aluna iria se formar. Daí o sarrafo abaixou para elas, sem nenhum prejuízo no embuste depois de formadas. Ainda tiraram onda com os alunos desligados. Mesmo que houvesse isonomia no tratamento, haveria ainda outros fatores como condicionamento físico e gravidez. Será que os índices do TFM para as mulheres iria ser mantido nos atuais níveis? E quanto à PPM, marchas entre outras atividade operacionais? Imagine uma mulher carregando uma placa-base de um morteiro 81 ou 60? Será que os nossos iluminados legisladores pensaram em tudo isso antes de elaborar a lei de ingresso? Não são eles que vão ter que operacionalizar isso, então deixem os severinos se virarem. É a velha teoria do diretor de filme pornográrico: é muito fácil dirigir a bunda dos outros.

  5. EM TUDO EXISTEM DIFERENÇAS. NÃO HÁ, E NÃO HAVERÁ JAMAIS, ESSA IGUALDADE QUE ALGUNS DESEJAM. SOMOS SERES HUMANOS, SOMOS DIFERENTES ATÉ MESMO QUANDO PENSAMOS QUE SOMOS IGUAIS. É ASSIM EM TUDO, NO JUDICIÁRIO, NO PARLAMENTO, ETC… UM DELEGADO GANHA UM SALÁRIO E TEM DETERMINADAS VANTAGENS QUE O INVESTIGADOR NÃO TEM. NEM NA CHINA OU EM CUBA OU NA CORÉIA DO NORTE, ONDE SEGUNDO OS COMUNISTAS, NÃO HÁ GUERRA DE CLASSES EXISTE IGUALDADE. NA NOSSA PIRÂMIDE SOCIAL EXISTE UMA MOVIMENTAÇÃO VERTICAL QUE DEPENDE UNICAMENTE DO NOSSO INTERESSE E ESFORÇO. ESTUDE, BUSQUE UMA POSIÇÃO SOCIAL MELHOR E DEIXE DE SER POVO. SIMPLES ASSIM…

    BOCA-BRABA

  6. Aos idiotas de plantão: IGUALDADE DE BENEFÍCIOS NÃO É O MESMO QUE IGUALDE DE SALÁRIOS !!!!! ACHO QUE NINGUÉM QUER GANHAR O MESMO QUE AQUELE QUE ESTUDOU MAIS. BENEFÍCIOS SÃO: PNR, AUXÍLIOS, INDENIZAÇÕES. ALIMENTAÇÃO, PORTE DE ARMA ETC. OS BENEFÍCIOS INDIRETOS DEVEM SIM SER OS MESMOS, INDEPENDENTE DE GRADUAÇÃO HIERÁRQUICA. PORQUE O SOLDADO NÃO TEM PNR? ELE É MENOS MILITAR QUE OS OUTROS? PORQUE O SARGENTO QUESA/QE NÃO PODE SER TRANSFERIDO? PORQUE UM MOLEQUINHO OFICIAL TEMPORÁRIO PODE TER PORTE DE ARMA SÓ POR SER OFICIAL E UM PRAÇA ESTABILIZADO TEM QUE PEDIR POR FAVOR AO SEU COMANDANTE. SÃO ESTAS QUESTÕES TRATADAS COM DIFERENCIAÇÃO QUE NÃO ESTÃO CORRETAS.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo