Militares levam atendimento médico a área isolada da Amazônia

Médicos militares são a única opção de atendimento na região de fronteira
Cerca de 6 mil pacientes são atendidos por mês, metade dos quais crianças
O Hospital de Guarnição de Tabatinga (AM), criado inicialmente para atender as famílias de militares do 8º Batalhão de Infantaria do Exército, é a única opção de serviço médico na região da tríplice fronteira com a Colômbia e o Peru. São cerca de 6 mil pacientes atendidos por mês, metade dos quais crianças – um grupo que inclui também indígenas de diversas etnias, em especial Marubo, Corubo, Kokama e Tikunas (esta última, a mais numerosa do município). A equipe de 17 médicos do Exército chega a realizar até 200 atendimentos diários.
Distante 1.105 km em linha reta da capital do estado, Tabatinga sintetiza as dificuldades de acesso ao extremo norte do Amazonas – tanto para chegar, como para sair de lá. Quem não pode arcar com o alto custo das passagens aéreas até Manaus precisa viajar até sete dias por via fluvial, algo inviável quando se necessita de atendimento emergencial.
Isolamento
As dificuldades com o isolamento e de transporte logístico e de material, além da ausência de recursos humanos adequados, exigem esforço redobrado da equipe militar de saúde, garante o chefe da Divisão de Clínica Médica, capitão Ivandro Romero. No caso das comunidades indígenas, diz Romero, o afastamento dificulta ainda mais o tratamento dos pacientes, em especial no estágio inicial das doenças, quando são maiores as chances de cura.
Vinda do Vale do Javari, a índia Margarete Panamari enfrentou muitas horas de barco para buscar atendimento a um de seus nove filhos, com quadro grave de pneumonia. A demora fez com que ele chegasse ao hospital em situação ainda mais delicada. Já Lídia Carmem de Souza, de origem Tikuna, precisou do apoio de uma ambulância para trazer o filho, que tinha diarreia, da comunidade de Muriaçu até o hospital em Tabatinga.
Força Aérea apoia profissionais de saúde em comunidades indígenas
Distante 50 minutos de avião de Tabatinga, Vila Bittencourt é um pequeno povoado em plena floresta amazônica. Lá, os serviços médicos e odontológicos só acontecem quando há operações especiais do governo, como a do último dia 9, quando profissionais de saúde vindos de diversos pontos do País desembarcaram de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB).
A ação concluiu a primeira fase de apoio logístico do Ministério da Defesa na Operação Curumim II, deflagrada pelo Ministério da Saúde. A iniciativa tem como finalidade ampliar o atendimento médico para indígenas que vivem em localidades de difícil acesso nas regiões do Alto Solimões e do Alto Rio Negro, no Amazonas.
Com o apoio da FAB, enfermeiros, odontólogos, nutricionistas, farmacêuticos e bioquímicos puderam chegar a alguns desses locais, para prestar atendimento à população indígena, principalmente crianças e gestantes.
Durante os primeiros dias da operação, a FAB realizou mais de 20 horas de voo entre Manaus e as regiões do Alto Rio Negro, conhecida como Cabeça do Cachorro, e do Alto Rio Solimões, transportando também equipamentos e medicamentos.
Segundo o comandante da aeronave usada na operação, tenente coronel-aviador Ricardo Neto Hatherly, é difícil vencer as grandes distâncias e as barreiras naturais que caracterizam a região sem o apoio das Forças Armadas.
O chefe da Seção de Operações Complementares do Ministério da Defesa, coronel Luciano Puchalski, conta que 60 militares do Exército são responsáveis pelo deslocamento das equipes de saúde até a aldeia Maku-Yuhup, próxima ao vilarejo, em barcos. De acordo com a diretora do Departamento de Atenção à Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Mariana Maleronka Ferron, a expectativa é realizar 6 mil atendimentos durante a Operação Curumim II, incluindo as comunidades indígenas do Alto Rio Negro e Solimões. “Nossa intenção é mapear a estrutura física dos locais para que tenhamos uma rede permanente de assistência mais qualificada”, disse a diretora.
Mariana Ferron destacou ainda que a parceria com Ministério da Defesa vai além do apoio logístico e transporte de medicamentos. A troca de conhecimentos e informações sobre a região, como os dados da
navegabilidade dos rios, também são importantes.
Pantanal News/Governo Federal/montedo.com

2 respostas

  1. Muito legal mesmo! Enquanto isso, não há médicos suficientes nas OMS do RJ e quem tem o desconto obrigatório do FUSEx no contracheque não consegue marcar sequer uma simples consulta…

  2. Aqui ni Rio a coisa tá feia no HCE, faltam médicos e enfermeiros. Tem muito militar pagando plano de saúde para poder ter um pouquinho de dignidade. No mês passado paguei uma consulta e uma US para minha esposa gastei R$ 250,00 depois de fazer uma peregrinação no HCE.

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