O Brasil nas missões de paz da ONU

País já levou mais de 20 mil militares ao Haiti e participou de 40 missões das Nações Unidas desde 1957, quando juntou-se às forças multinacionais
Forças armadas brasileiras no Haiti (Foto: Divulgação/Forças Armadas Brasileiras)
Patrulha das forças armadas brasileiras em Cité Soleil, no Haiti (Foto: Divulgação/Forças Armadas Brasileiras)
O Secretário-Geral das Organizações das Nações Unidas Ban Ki-moon solicitou, no início de outubro, que o Conselho de Segurança reduzisse o contingente militar e policial no Haiti. De acordo com ele, a situação é de relativa estabilidade, com casos de agitação civil de tempos em tempos.
As instabilidades constantes no Haiti levaram a ONU – tendo os Estados Unidos como seu representante – ao país caribenho em 1994, para tentar levar de volta ao poder o presidente exilado Jean-Bertrand Aristide e, desde então, ela não saiu mais. Dez anos depois, o Haiti passava por mais um período de conflitos com a volta de ex-integrantes da violenta milícia tonton mascoute, criada pelo ditador Papa Doc. Para conter o terror, a ONU criou, em 2004, a Missão das Nações Unidas para a Estabilidade do Haiti, cuja sigla em inglês é Minustah.
As Forças Armadas brasileiras no Haiti
A proposta da missão era criar e manter o ambiente seguro e estável, além de apoiar o fortalecimento das instituições nacionais. Desde o início, as forças militares brasileiras estão à frente da Minustah e, no momento, estão com um efetivo de 1.910 militares. Além do contingente brasileiro – o maior das forças de paz –, há também representantes da Argentina, Bolívia, Chile, Coréia do Sul, Equador, Filipinas, Guatemala, Indonésia, Japão, Jordânia, Nepal, Peru e Siri Lanka, além de staff de militares do Canadá, dos Estados Unidos e da França.
Forças armadas brasileiras no Haiti (Foto: Divulgação/Forças Armadas Brasileiras)
Check Point nas ruas de Porto Príncipe realizado
pelas Forças Armadas Brasileiras no Haiti
(Foto: Divulgação/Forças Armadas Brasileiras)
Desde então, já passaram pelo Haiti mais de 20 mil militares brasileiros. “A tropa é formada por voluntários que se inscrevem e passam por uma criteriosa e rigorosa seleção em suas unidades no Brasil”, explica o tenente-coronel Costa Neto, oficial da comunicação social do batalhão brasileiro no Haiti. Cada militar fica, em média, seis meses. Mas, antes, para viajar, os voluntários são submetidos a avaliações físicas, médicas e psicológicas, além de receberem instruções de tiro e de utilização de armamento não letal, primeiros socorros, treinamento de escolta de comboios, de segurança e de proteção de autoridades a pé ou motorizado, além de aprender a fazer operações de busca e apreensão e de controle de distúrbios. No final do treinamento, os militares fazem simulações e exercícios nos quais executam as mesmas funções que irão desempenhar no Haiti.
O Brasil participa de missões de paz da ONU desde 1957. Na época, foi criado o Batalhão Brasileiro (Batalhão Suez) na Força de Emergência das Nações Unidas (Unefi). O objetivo da missão era supervisionar e garantir a cessação das hostilidades entre as forças egípcias e israelenses. Ao longo dos 55 anos de atuação na ONU, o Brasil já participou de mais de 40 missões de paz, às vezes com militares observadores, outras com tropas atuantes. Entre elas, em Angola, de 1995 e 1997, com 4.200 militares; em Moçambique, em 1994, com 170 pessoas; e no Timor Leste, em 1999 e 2000. “No entanto, a missão de maior complexidade e envolvimento dos militares brasileiros é, sem dúvida, a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti”, conta o tenente-coronel Costa Neto.
Globo/montedo.com

6 respostas

  1. Prezado Montedo,
    Nesse site da globo tem um conjunto de bela reportagens sobre a misssão das Forças Armadas no Haiti.
    Dá uma olhada e divulgue a informação.
    Um Abraço.

  2. Qaundo as Forças de Paz deixarem o país vai ficar tudo dantes no quartel de Abrantes, o páís precisa sim de uma reconstrução em todas as áreas. Nós com tantos problemas aqui no Brasil, ficamos nos metendo numa seara alheia, mendigando uma vaga no Conselho de Segurança da ONU, com nossas FFAAs sucateadas.
    Aliás o aqui também nós temos Haiti !!!!

  3. "Anônimo disse…

    Falou o corneteiro Lopes, palmas para ele. Especialista em geopolítica.
    Fazer o que? Bem feito pra mim que não vou dormir…

    15 de outubro de 2012 00:23"
    O PIOR é que ele (o corneteiro Lopes) está certo!!!

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