Galpão gaúcho dentro de quartel gera polêmica no Paraná

Informativo do CTG Herdeiros da Tradição

Amarildo Petry
Imagem: Diego Henrique Daldin
O Centro de Tradições Gaúchas Herdeiros da Tradição, situado no bairro da Cango, vem a público esclarecer de forma correta o que está acontecendo com o Galpão Crioulo General Osório.
No ano 2007, fomos convidados pelo comandante do 16º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado, Major Zucco, a construir um galpão para as atividades do CTG Herdeiros da Tradição, já que a entidade não tinha sede própria. Reunimo-nos em assembleia para conversar com os integrantes do CTG e para explicar como seria a obra e que teríamos de investir recursos do nosso caixa. Todos foram a favor de ter essa parceria com o quartel, coisa que sempre falamos com muito orgulho de ter um parceiro de tanta importância na sociedade beltronense.
Além do material doado por empresários ao CTG Herdeiros da Tradição, tivemos um valor aplicado nesta obra oriundo de promoções em aproximadamente de R$ 20 mil. A mão de obra foi cedida pelo 16° Esquadrão com parceria nos finais de semana por integrantes do CTG. O intuito do sr. Major Zucco em formar essa parceria era participar das atividades sociais na comunidade e dar aos seus militares e familiares vindos do Rio Grande do Sul e outras regiões mais uma forma de lazer.
Com a transferência do Major Zucco, que foi nosso parceiro na edificação do galpão, tivemos mais dois novos comandantes que passaram pelo 16° Esquadrão e sempre tivemos boa parceria mediante as normas de utilização daquele espaço.
Com a vinda do comandante atual, sr. Major Gustavo Daniel Coutinho do Nascimento, fomos convidados a regularizar a situação do uso do Galpão General Osório. Para fazer isso, marcamos uma reunião da patronagem do CTG e com a presença de um oficial — sr. Cap. Dutra — para o dia 3 de fevereiro de 2012. Este oficial veio nos transmitir ordens do seu comandante e explanou para nós que haveria várias formas para regularizar a situação do uso do espaço e da obra construída em área da União.
Uma das formas mais práticas para ambas as partes seria que o CTG Herdeiros da Tradição fizesse um termo de doação a favor do Exército para que o galpão pudesse ser anexado ao patrimônio público da União e, depois, nos seria apresentado um contrato de locação com um período de vários anos.
Publicamos neste jornal em data do dia 8 de fevereiro de 2012 a convocação para uma assembleia geral extraordinária com todos os sócios para o dia 17 de fevereiro de 2012. Nesta assembleia, entramos em debate sobre o assunto e todos foram a favor da doação para assim garantirmos o nosso espaço e mantermos as atividades do CTG Herdeiros da Tradição. Este termo de doação contemplava o galpão construído na área da União em um total de 694 m² de área construída em madeira bruta com um sanitário masculino, um feminino, cozinha e palco em alvenaria; os móveis permaneceriam em poder do CTG. Feito este termo de doação com firma reconhecida em cartório foi entregue ao comandante do Esquadrão, Major Coutinho do Nascimento, na data de 27 de fevereiro de 2012.
Na semana seguinte, começaram a nos cobrar todo o sistema contra incêndio no galpão e várias outras benfeitorias. Como já estava em seu poder o termo de doação, quem deveria fazer essas benfeitorias é o próprio 16° Esquadrão.
Em uma das noites que fomos ao galpão para fazer ensaios, deparamo-nos com mudanças em seu interior: tudo o que tínhamos como decoração e móveis foi amontoado em um canto e substituido por quadros de militares. E já estava em seu interior o Clubinho, que foi transferido do campo próximo ao quartel para lá.
Nesta mesma semana, foi mandado trocar as chaves de acesso ao interior do galpão, deixando-nos desapossados do ambiente que por vários anos estávamos usando para as atividades com nossas invernadas.
Conseguimos conversar com o comandante no dia 29 de maio de 2012 e fomos comunicados que o CTG Herdeiros da Tradição não tinha mais direito de usar o Galpão Crioulo General Osório.
Perguntado ao sr. Major Coutinho do Nascimento qual seria o motivo, ele não nos falou de uma forma concreta o porquê do impedimento do uso, muito menos com um ofício sugerido pela patronagem do CTG para dar explicações aos sócios.
Neste mesmo dia foi acordado com o sr. Major Coutinho do Nascimento que no dia 7 de junho iríamos tirar do galpão tudo que não estava anexado no termo de doação. No dia marcado, reunimo-nos em frente ao galpão às 8h e não apareceu ninguém para liberar a retirada dos móveis como foi combinado.
Entramos em contato com o sr. Cap. Dutra, que veio até nós para dar informações que o comandante iria abrir um inquérito e que não permitiria retirar nada do interior do galpão.
Procuramos o auxílio de autoridades do município que nos aconselharam a registrar um boletim de ocorrência junto à Polícia Militar, já que o comandante não estava cumprindo com o combinado.
No dia seguinte, fomos procurar o Ministério Público Federal para fazer uma denúncia contra o sr. comandante, por não cumprir com o que tínhamos acordado, apesar de estarmos fazendo as coisas do modo certo e provando para ele que não era a nossa intenção querer ser proprietários daquela área. Se fosse essa a nossa intenção, nós nem teríamos feito o termo de doação.
Só no dia 19 de julho, por motivos internos do 16° Esquadrão, fomos chamados às pressas para tirar todos os nossos móveis do interior do galpão, exceto o tablado e as rodas de carroça, saboneteiras e porta toalha de papel — que são pertences do CTG e que estavam relacionados pelo próprio oficial que está montando a sindicância interna. Bens estes que não foram retirados naquele noite por falta de tempo hábil e ferramentas adequadas. O sr. Cap. Darwin, que acompanhou a retirada, pediu para que conversássemos com um engenheiro ou um arquiteto para fazer uma vistoria e apresentássemos um laudo atestando que a retirada do tablado não iria abalar a estrutura do galpão. Aceitamos desta forma mediante compromisso assinado por ele.
Na semana seguinte, apresentamos ao Cap. Darwin o laudo do arquiteto que visitou o local, quando fui comunicado por ele que o Major Coutinho do Nascimento não permitiria mais a retirada do tablado e dos outros itens.
No último dia 3 de agosto, recebemos o comunicado do Ministério Público Federal que o processo foi arquivado pelo sr. Promotor Público Federal.
Nós, até no início deste ano, falávamos com alegria de ter o apoio e a parceria do Exército Brasileiro nas nossas atividades com as crianças, adolecentes e jovens, procurando mantê-los longe das drogas, do álcool e de tantos males que vêm a prejudicar as famílias, mas infelizmente tivemos essa decepção com as atitudes do sr. Major Coutinho do Nascimento.
Infelizmente, hoje o Centro de Tradições Gaúchas Herdeiros da Tradição está entristecido com o fato de ser prejudicado por certas atitudes de quem poderia nos dar apoio e não nos atrapalhar em nossos trabalhos com crianças, jovens e adolecentes, que são o alicerce da nossa nação.
*Patrão do CTG Herdeiros da Tradição
Jornal de Beltrão/montedo.com

Nota do editor:
O blog está à disposição para quaisquer esclarecimentos por parte do 16º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado

12 respostas

  1. Prezado Sr Montedo;
    Solicito a V Sa verificar a possibilidade de conceder-me a oportunidade de esclarecer alguns fatos veiculados na matéria “Informativo do CTG Herdeiros da Tradição” do dia 21 de agosto de 2012.
    Servi no Esquadrão esse período.
    Não possuo a formação e nem a capacidade jornalística para elaborar um texto jornalístico e eloquente para contrapor as ideias da referida matéria. Por isso, vou abordar de forma simples a verdade dos fatos, como simples são as coisas de soldado:
    – Em nenhum momento o CTG Herdeiros da Tradição foi convidado para participar da construção do Galpão Crioulo pertencente ao 16º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado. Todo o material empregado no referido galpão, sob o comando do então Major Zucco, foi obtido (doação) por meio de um militar que, coincidentemente, também pertencia ao CTG. O Galpão seria construído de qualquer forma.
    – Nunca houve reunião do Comandante do 16º Esquadrão C Mec com alguém que se pronunciasse em nome do CTG Herdeiros da Tradição para tratar do assunto em questão (construção do Galpão).
    – Na matéria se faz referência a um valor empregado pelo CTG na construção do Galpão (R$ 20.000,00). No comando do Major Zucco, somente a madeira bruta foi doada; todos os outros itens foram adquiridos pelo Esquadrão. Cabe ressaltar que o valor mencionado não seria o suficiente para alugar um imóvel com essa estrutura durante todo o período em que o CTG Herdeiros da Tradição também utilizou o imóvel (outubro/2008 – janeiro 2012). Constata-se que os Comandantes sempre procuraram apoiar o CTG. E ressalta-se, também, que a maior parte deste recurso provavelmente foi gerada no referido Galpão (mais uma vez confirmando o apoio do Esquadrão).
    – Toda a mão-de-obra empregada na construção do galpão foi sempre do 16º Esquadrão C Mec (militares) e o trabalho foi feito durante o expediente de serviço. Se algo diferente disso ocorreu (não tenho conhecimento), está dentro das características da profissão militar. Posso afiançar que somente os militares trabalharam na construção do Galpão.
    – Todos os Comandantes que antecederam o Comandante atual, sempre frisaram que a parceria poderia acabar quando da chegada de novo comandante. É direito de cada gestor estabelecer as prioridades e políticas de atuação.
    – Não vou me ater aos comentários referentes ao Comandante do Esquadrão atual, pois não sirvo mais naquela OM. Contudo, me intrigam as ações e acusações que a direção do CTG Herdeiros da Tradição apresenta ao denunciar o Comandante do Esquadrão. O Major Coutinho representa uma instituição que é pautada pelo respeito à população e ao cumprimento das leis. Portanto, se o Comandante do 16º Esquadrão está agindo dessa forma, é pelos motivos que ele tem.
    Finalmente, agradeço a oportunidade de procurar esclarecer uma injustiça que foi realizada para com o Comandante atual, com o Esquadrão e com o nosso Exército.
    Um assíduo leitor!

  2. Ação Judicial no Esqd, é simples. Roubaram, tomaram, descumpriram, ferro. Agora se nada for verdade, indenização por danos morais. Mas nestes casos, assim como em centenas de outros, o Cmt que tomou a decisâo tem que ser punido, talvez condenado, por que oque tem acontecido quando a administração militar admite o erro, simplesmente anula o ato, mas nunca pune os responsáveis, que no míninmo, causaram prejuízos aos cofres da união com seus erros. Ah, por falar nisso, este Esqd não é o mesmo aquele que está até hoje procurando o fuzil que foi roubado? Só por favor, não sujem o nome de nossa gloriosa Cavalaria de Osório, o Legendário.
    Honório.

  3. Eu servia em Palmas na mesma época do Maj Zucco e vi o quanto o 16° Esqd C Mec é valorizado pela sociedade beltronense. Só espero que essa novela tenha um final feliz e que todos tenham fé na verdade e resolvam tudo de maneira cordial.

  4. Nós morradores do bairro da cango estamos dando graças a Deus que o CTG sai daqui,porque não respeitavam horarios pareciam donos da área militar.Nós moradores agradecemos ao Sr Major COUTINHO NASCIMENTO Cmt 16ºEsq C MEC,MUITO OBRIGADO QUE DEUS TE ABENÇOE.

  5. Não sei do que estão reclamando foi construído pelos soldados dentro de areá da união, tem é que agradecer pelos anos que ficaram la.

  6. Sei não, parece-me mais um caso de falta de bom senso típico das FFAA. O uso do galpão poderia ser regulamentado com um simples termo de comodato ou de cessão de uso, inclusive dispondo sobre as normas de utilização.
    Se estava uma bagunça a utilização, basta que se acerte a situação, mas proibir o uso vai contra a política de bom relacionamento com a população local.

  7. Não entendo o alarde ate o Ministério Publico Federal ja arquivou a denuncia, nao sei o que esse cidadão quer, pelo jeito so confusão tentando difamar o Exercito. Comprem um terreno e construam sua sede.

  8. Sou amigo de longa data do Major COUTINHO NASCIMENTO, pois somos da mesma turma de AMAN, e ostentamos na mesma fardas as lanças que simbolizam a CAVALARIA. Primeiro colocado e ícone da Turma, O Maj COUTINHO NASCIMENTO está devidamente preparado para a funçào que desempenha. Se o fez desta forma, tenho certeza de que é o correto, pois correta é sua carreira ao longo de 18 anos de carreira. O texto publicado pelo CTG possui lacunas, vácuos não preenchidos, como datas, nomes, documentos, e pejorativamente citam o Cmt 16º Esqd C Mec como um algoz da sociedade e das tradições sulistas.
    Sucesso "Cout"!

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