100% brazuca: simulador de voo do Exército entra em operação

Exército faz máquina de R$ 4 milhões que simula panes em helicópteros
Simulador, com tecnologia nacional, complementa formação de alunos.
Equipamento levou quatro anos para ser concluído.
Nathália Duarte
Simulador de voo de helicóptero é usado pela primeira vez em instrução do Exército (Foto: Nathália Duarte/G1)
Simulador de voo é usado pela primeira vez em instrução do Exército (Foto: Nathália Duarte/G1)

Alunos do Curso de Pilotos de Aeronaves do Exército brasileiro experimentaram nesta segunda-feira (16), pela primeira vez, um simulador de voo de helicópteros Esquilo. O equipamento é estreante em instruções de aviação do Exército e foi desenvolvido com tecnologia nacional. O G1 acompanhou, com exclusividade, as primeiras aulas ministradas com o equipamento, em São Paulo.
O simulador levou cerca de quatro anos para ser concluído e precisou de quase R$ 4 milhões em investimentos. “Tudo nesse simulador foi feito no Brasil, inclusive algumas peças tiveram que ser moldadas porque não eram encontradas para compra. Até mesmo o software com as informações de voo foi desenvolvido aqui, e poucos países no mundo têm condições de produzir toda essa tecnologia. O Brasil passa a integrar esse seleto grupo”, diz o instrutor do curso, Major Alexandre Rocha.

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O projeto, que já está finalizado segundo Rocha, foi desenvolvido pelo Exército em parceria com a Spectra Tecnologia. Falta agora apenas a homologação pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para que as horas de treinamento com o simulador contem efetivamente para os pilotos como horas de voo. O equipamento promete ser muito próximo da realidade, com a adoção da tecnologia “full motion”, que faz com que o simulador se movimente em sua base para reproduzir movimentos e manobras de um helicóptero real.
Mesa de controle determina condições do voo, variáveis meteorológicas e aciona simulações de panes (Foto: Nathália Duarte/G1)
Mesa de controle determina condições do voo,
variáveis meteorológicas e aciona simulações
de panes (Foto: Nathália Duarte/G1)
Para os alunos, a expectativa pela especialização e conclusão do curso é grande. “Nós ficamos meses aprendendo a teoria e esse momento é a coroação de tudo isso. Hora de colocar em prática tudo que foi aprendido”, afirma o tenente Schäfer, 27 anos, um dos alunos do curso. Ainda nesta semana, 21 alunos virão de Taubaté à capital paulista para ter ao menos uma hora de voo cada um no simulador.
Além da proximidade com um voo real e, portanto, a economia em horas de voo, o simulador permite um treinamento mais efetivo de situações de pane e emergência, que não são possíveis nas aeronaves reais. “Até o ano passado os alunos terminavam as aulas teóricas e iam direto para as aeronaves, sem nunca ter tido qualquer experiência de pilotagem. Treinos de panes só eram feitos no exterior, nos Estados Unidos ou na Europa. Esse simulador torna as aulas muito melhores e amplia consideravelmente o aproveitamento dos alunos nas 80 horas de voo que farão para concluir sua formação. O Curso de Pilotos de Aeronaves do Exército tem duração de 1 ano, sendo o primeiro semestre de aulas teóricas e o segundo de aulas práticas.
Alunos se preparam para primeira aula em simulador full motion (Foto: Nathália Duarte/G1)
Alunos se preparam para primeira aula em
simulador full motion (Foto: Nathália Duarte/G1)
No futuro, de acordo com a expectativa do Exército, o simulador poderá ser usado para treinamento de pilotos da Polícia Militar, Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros. Ainda não há, porém, previsão para essa utilização. “O Esquilo é a aeronave usada para instrução, a primeira que se aprende a pilotar, e a mais vendida no mundo. Por isso começamos pela criação de um simulador dessa aeronave e a ideia é que essa tecnologia seja acessível àqueles que precisam usar o helicóptero, como pilotos das polícias Militar e Civil e dos Bombeiros”, diz Major Rocha.
O equipamento também deverá ser usado em cursos de gerenciamento de crises e panes para pilotos já formados e experientes. “Usamos treinadores sintéticos para esse treinamento, mas eles não possuem movimentação. Agora será possível avaliar melhor as habilidades dos pilotos de consciência situacional e processo decisório”, diz o Major Sazdjian, oficial de segurança de voo do Exército.
O simulador de voo de helicóptero esquilo está na capital paulista, onde recebe alunos e instrutores de Taubaté nesta semana. O equipamento deverá ser levado, nos próximos meses, para Taubaté, ao Centro de Instrução de Aviação, onde ocorrem todos os treinamentos referentes à aviação do Exército brasileiro.

Simulador demorou cerca de quatro anos para ficar pronto, com tecnologia nacional (Foto: Nathália Duarte/G1)
Simulador demorou cerca de quatro anos para ficar pronto, com tecnologia nacional (Foto: Nathália Duarte/G1)
G1 SP/montedo.com

3 respostas

  1. Ótimo este simulador, veio em boa hora, já que não há dinheiro para colocar a frota de helicópteros voando. Pelo menos os pilotos podem se adestrar no simulador.

  2. Sabe porque não foi a FAB que inventou esse simulador ? Porque assim os pilotos não precisariam ir frequentemente aos EUA utilizar o simulador americano… (captou?)

  3. pra que posar pra foto já se abrindo igual um paraquedas??? ta contente né pelo menos ganha 20 por cento a mais enquanto que aqui na infantaria fica com o que resta…

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