Placa em memória de cadete morto na AMAN gera saia justa para o comandante do Exército

Militares protestam contra placa comemorativa
A enorme insatisfação com o acordo levou militares da ativa e da reserva a questionarem, internamente, a decisão do comandante do Exército, general Enzo Peri, de aceitar a colocação da placa.

Tânia Monteiro
Militares da ativa e da reserva estão em nova rota de colisão com a Secretaria de Direitos Humanos, chefiada pela ministra Maria do Rosário, que quer instalar uma placa na Academia Militar da Agulhas Negras (Aman), a escola de formação de oficiais do Exército, em memória de um cadete que teria sido torturado em sessão de treinamento, em 1990.
A causa da morte, encampada pelo Grupo Tortura Nunca Mais, foi apontada pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos como resultante de maus-tratos e tortura baseada em alegações – isto é, sem provas cabais -, apesar de a Justiça Militar brasileira, após a realização de Inquérito Policial Militar, não incriminar ninguém.
Em função de um acordo, a Secretaria de Direitos Humanos reconheceu responsabilidade do Estado pela violação dos direitos à vida e à segurança da pessoa. Tal reconhecimento ocorrerá em cerimônia pública, na Aman, e contará com a presença de autoridades federais e de convidados, ainda neste semestre, como apurou o Grupo Estado.
O general Marco Antônio Felício da Silva, autor do documento com apoio de militares da reserva contrários à criação da Comissão da Verdade, disse que, “para não deixar dúvidas quanto à subserviência e à afronta que representa tal acordo, a placa acintosamente levará o nome da Comissão Interamericana de Direitos Humanos”, o que ele considera que “fere a soberania nacional”. O general, que lamentou a morte do cadete, diz ainda que o acordo “aponta a Aman como palco de torturas e denigre o seu corpo de instrutores”.
A Secretaria de Direitos Humanos contesta as afirmações, diz que não propôs a placa e explica que apenas intermediou a negociação. A pasta ressalta ainda que o acordo para a instalação da placa foi assinado por várias autoridades, inclusive o Comandante do Exército.
A enorme insatisfação com o acordo levou militares da ativa e da reserva a questionarem, internamente, a decisão do comandante do Exército, general Enzo Peri, de aceitar a colocação da placa. Peri não quis comentar a decisão.
Obtido pelo Grupo Estado, um ofício do chefe de gabinete do Comandante do Exército, de 14 de maio, informa que o “acordo”, em seu artigo 8.º, estabelece “o reconhecimento da responsabilidade do Estado (em relação à morte do cadete Lapoente) em relação à violação dos direitos humanos”, “reconhecimento” que irritou os militares, que lembram que “no exercício da profissão militar, no seu dia a dia, o risco de vida é constante”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Veja/montedo.com

17 respostas

  1. Prá reclamar de uma placa que "fere a soberania nacional" os altos coturnos se mobilizam e chegam até a contestar o comandante do Exército. Já pra reivindicar melhoria salarial… Talvez seja porque estão muito bem remunerados, né ?
    Ô falta do que fazer…

  2. Infelizmente o anonimo acha a questão da placa e a possível afronta da soberania nacional totalmente irrelevante e que deveríamos apenas nos preocupar com a questão salarial.
    Peço ao colega de farda que entenda estar tudo interligado. As pequenas concessões, ao longo da década de de 90 para cá, nos levaram a situação salarial caótica.
    Não permitir novas concessões é sim uma forma (e muito forte) de solicitar aumento salarial e melhores condições de trabalho.
    Um Ten QAO (ativa)

  3. Do alto de sua patente, o Ten QAO talvez não tenha enxergado a ironia do meu comentário: não há mobilização de altos coturnos para NADA, a não ser para defender ideologismos (ou seus interesses pessoais). Enquanto a tropa passa dificuldades financeiras HOJE, os deuses do olimpo se preocupam com comissão da verdade ou com direitos humanos que, claro, se combatidos, trarão benefícios a LONGO PRAZO.
    Então, digo a eles: vão lá, inaugurem esse raio de placa e bola pra frente. Há assuntos MUITO MAIS IMPORTANTES a serem discutidos, que necessitam de atenção AGORA, HOJE !
    Claro: salvo melhor juízo do Ten QAO…

  4. BEM, EXISTEM HOJE DUAS QUESTÕES DISTINTAS QUE CAUSAM DESCONFORTO NA TROPA. A PRIMEIRA, É A QUESTÃO POLÍTICA, A SUBSERVIÊNCIA A ESSE "NOVO" PODER GOVERNAMENTAL QUE SE INSTALOU NO BRASIL E QUE TEM COMO UMA DE SUAS METAS, INDISCUTIVELMENTE, O SUCATEAMENTO DAS FORÇAS ARMADAS E SEUS INTEGRANTES, DE FORMA A PROSTAR-LHES O ÂNIMO DE LUTAR, A CAUSAR A CISÃO ENTRE OFICIAS E PRAÇAS E RESERVA E ATIVA, TUDO ISSO PARA FACILITAR AS COISAS, JÁ QUE SOMOS A INSTITUIÇÃO DE MAIOR CREDIBILIDADE POPULAR. A SEGUNDA, É A QUESTÃO SALARIAL QUE, NO MEU ENTENDIMENTO, FAZ PARTE DOS OBJETIVOS DA PRIMEIRA, OU SEJA, NOS DEIXAR DE QUATRO E EM FRANCO DESENTENDIMENTO. O REMÉDIO É NOS UNIRMOS AINDA MAIS EM TORNO DAS LIDERANÇAS QUE, CERTAMENTE, IRÃO SURGIR. A QUESTÃO POLÍTICA, ASSIM COMO A QUESTÃO SALARIAL SÃO MUITO IMPORTANTES. UMA NOS GARANTE A LIBERDADE DEMOCRÁTICA PARA LUTARMOS POR NOSSO DIREITOS DE CIDADÃOS, INCLUSIVE OS SALÁRIOS. A OUTRA NOS GARANTE SALÁRIOS DIGNOS PARA A MANUTENÇÃO DAS NOSSAS FAMÍLIAS.

    BOCA-BRABA

  5. Claro que é revanchismo. Para fazer justiça deveriam colocar uma placa aonde o Ten Mendes (PM) foi torturado e assassinado pelos terroristas. Ou melhor colocar placas em todos os hospitais publicos com os nomes de todos que morreram sem atendimento médico, torturados pela dor de suas enfermidades,ignorados pelos governantes e políticos.
    Vão cuidar da saúde, educação, segurança, etc, o povo brasileiro agradeceria.

  6. É uma oportunidade ímpar para o Cmt da AMAN se negar a cumprir essa ordem absurda, "entregar o boné" e ir embora. Mas sabemos que isso não acontecerá…

  7. Esse é o resultado de vários anos coçando o sa… confortavelmente em seus tronos do poder estrelado e não terem tido a capacidade, mesmo com tantos cursos de altos estudos estratégicos e etc, etc, de perceberem os sinais e movimentos sorrateiros dos guerrilheiros para desmoralizar, desmontar as FFAA e tomarem o poder através do voto DEMOCRÁTICO(?!). Agora vão engolir um monte de sapos. Se não vomitar esses sapos na cara deles de volta, vai ficar pior.

  8. Todas estas questões, como por exemplo: a questão salarial, a postura (ou falta dela) em relação aos problemas nacionais, ou mesmo pequenos problemas ( estou falando do micro ao macro) , começa a gerar em mim um sentimento interessante: A mesma que sinto quando voto em um político e nunca mais ouço falar dele, ou seja, não me sinto representado.

  9. Não vou mentir, por mim, a AMAN deveria se chamar ACADEMIA CARLOS LAMARCA! Não ligo mais para o EB, ele não liga pra mim, pq eu deveria me importar com esses comandantes idiotas!

  10. Vergonha! É uma clara ofensa. Querem colocar o seu marco na Academia Militar, que sabem ser ponto de orgulho dos militares! E tudo isso com a vênia do comandan…err…CHEFE do Exército! Vergonha! Vergonha!
    Que o Cadete seja homenageado com uma estátua, nome de sala ou sei lá o quê, tudo bem…mas colocarem como se ele tenha sido vítima de TORTURA, de desrespeito aos direitos humanos…vamos falar sério! E o CHEFE do Exército ainda assinar um "acordo" desses?
    Caxias, Osório, e todos os briosos chefes militares do passado, se vivos fossem, certamente prefeririam morrer fuzilados a assinar um "acordo" desses…Cara, eu não sei o que passa na cabeça desse pessoal do Forte Apache… desculpem o desabafo!

  11. Se exercício da profissão militar representa um risco de vida constante, então nossa vida não vale nada, pois nosso salário é uma merda.

  12. Sabe de uma coisa! Estou cansado dessa história de Comissão da Verdade, Eu sei de mim que não torturei ninguém e agora até entrei para o time que os torturadores devem ser punidos com o rigor da Lei, nada mais que justo, deixam a tropa de lado para agradar os políticos e agora os politícos estão a caça de quem deixou a tropa de lado, na verdade o que sinto em meu coração e "MUITO BEM FEITO" podiam colocar não só uma mas várias placas nessa tal Academia, que se lasque todos esses Pseudos Oficíais e Comandantes de nada, poís o EB e nada para os polítIcos é a mesma coisa. Volto a repetir "muito bem feito" Eu não torturei ninguém e quem o fez que se "ferre" ao menos assim quem sabe valorizam aqueles que estarão juntos em um possível combate. "PEGA ELES DILMA!!!"
    Claro sou um Sargento não poderia ser diferente, na verdade estou Sargento a poucos metros da porta de saída, o barco ta afundando, estudem e deixe essa Força para os representantes da vontade de Deus na Terra os "sabe tudo" da nobre Academia.

  13. O mais engraçado disso tudo, é que o General da reserva fica esperando que o General da ativa, faça tudo aquilo que ele, quando na ativa, não fez.Ou seja, cobrar é fácil…Já fazer…

  14. Amigos. ATENÇÃO!!! Não caiam nesta armadilha!!! Procurar causar discórdia dentro de um grupo é a mais antiga das artimanhas. E é feita através de todo tipo de ardil. A tal PLACA é só mais um.
    IMPORTANTE, DIFUNDAM!!!
    É HORA DA MÃO AMIGA MOSTRAR SEU BRAÇO FORTE!!!
    RESPOSTA MILITAR AO ARROCHO SALARIAL!!!
    CAMPANHA: NÃO AO PT NO GOVERNO!!!
    NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES NÃO VOTE EM CANDIDATO PETISTA OU COLIGADO!!!
    MILITAR, O PT NOS QUER VER LONGE. VAMOS ATENDÊ-LOS!!!
    PT EM SÃO PAULO, NUNCA MAIS!!!
    APOIO AOS PROFESSORES E POLICIAIS CIVIS E MILITARES!!!
    JBL

  15. boa tarde, gosto muito quando os comentários se complementam por uma boa dose de educação e respeito. Existe uma dessas "máximas" dos quarteis que, não raramente, nos remetem ao tal "inferno militar". Vejo sua versão minimizada, quando pessoas que deveriam buscar seus objetivos em conjunto, se utilizam da fina ironia, que em minha opinião é arma dos arrogantes, para ridicularizar um Oficial do Exército Brasileiro, que por ser QAO não é menos oficial que nenhum outro. Também sou Oficial QAO, com muito orgulho, e me senti ofendido com sua ironia, solicito que tenha a humildade de se desculpar, pois chamar os outros de burro pelo fato de ser oficial QAO, é de um enorme preconceito, que com certeza não se coaduna com as obrigações de respeitar e se fazer respeitar, que e do cavalheirismo que norteiam as relações entre oficial do Exército.

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