Praças-maleiros: ‘Severinos’ fazem treinamento para carregar malas na Rio+20

Treinamento para carregar malas de autoridades deixa militares revoltados
Reforma em tempo recorde em função da Rio+20 expõe estado precário das casas militares


MARCO AURELIO REIS
As comitivas internacionais que chegarão para a Conferência Rio+20 pelas bases militares da Ilha e da Zona Oeste e seguirão em carros oficiais por dentro da Base Aérea de Santa Cruz passarão por casas das vilas de oficiais com pintura nova. Os telhados, limpos por nada ecológicos jatos de água, terão as telhas com aparência de novas. “É vila militar para ecologista e chefe de estado ver”, ironiza oficial ouvido pela Coluna, queixando-se que o retoque na aparência se limitou a unidades que ficarão sob observação dos visitantes internacionais que virão para conferência sobre o meio ambiente.
Hangar da mesma base de Santa Cruz também está estalando de novo para receber os visitantes. “Foi uma reforma em tempo recorde. Coisa de 15 dias”, conta militar, também queixoso de reformas em outras áreas da base.

Praças-maleiros
Praça abordado pela Coluna reclamou ainda de um treinamento pelo qual passou: carregamento de malas. “Somos adestrados para qualquer atividade, mas carregar malas de toda a comitiva internacional, e não só das autoridades, é tarefa que desperdiça nosso treinamento”, reclama o praça.
O treinamento dos praças-maleiros foi coordenado por servidores da Anvisa, Receita Federal e Polícia Federal. Um deles chegou a ficar irritado com a gentil funcionária da cantina que funciona na base porque ela não tinha explicação para a lata de lixo próxima ao local onde fazem os lanches.
“Deve estar acostumado com cantinas bem melhores e bem mais caras”, disparou um dos praças da base.
O Dia OnLine (Força Militar)/montedo.com

19 respostas

  1. Já me queimei com meu chefe por ter me recusado a carregar mala (em aeroporto público) de militares de comitivas estrangeiras em visita a Brasília. Ele não mandou me prender pois não teria como justificar a punição. Mas ficou me perseguindo por um bom tempo… Ê covardia…

  2. Simples de resolver. É só colocar os funcionários da ANVISA, Federal e outros que sejam necessários na base aérea, no local onde haverá desembarque. Eles vão ganhar diárias, que já foram dobradas no valor, para suprir deslocamentos, hospedagem e outras despesas. Os militares mesmo que recebam alguma coisa, que será sempre muito menor, só vão dispor disso daqui a uns dois meses. Essas maquiagens de casas, ruas, quartéis em véspera de visitas, formaturas já é velha conhecida dos milicos. As autoridades mandantes sabem e gostam disso. Alimenta a fantasia de que tudo funciona perfeitamente, tem dinheiro sobrando e ganham bem.É um mundo de "Alice". Até os salários é fantasioso. Despesas urgentes, sem licitação, com tomadas de preços em sala fechada é meio perigoso hoje em dia, não acham?.Daqui a pouco vão usar os taifeiros para realizar o resto dos serviços.

  3. Nas ruas fora da base aérea bem que poderia aparecer umas faixas com algumas verdades da realidade da exploração dos militares e seus baixos salários. Se não cutucarem agora vai ser difícil. A"super-poderosa" tem que entender que o poder tem limite e as FFAA merecem tratamento digno. E os chefões, onde estão? Deixaram que os subalternos e as mulheres tomem as medidas cabíveis? Que belo exemplo!

  4. Caro Montedo, trago uma colaboração, na fonte abaixo vc tem o texto na íntegra:
    Desmotivação na Defesa é risco de Segurança Nacional
    Segundo recente estimativa baseada em dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), com a desvalorização do real frente ao dólar, o Brasil pode perder a posição de sexta economia mundial em 2012. Um crescimento inferior a 3% no Produto Interno Bruto (PIB) este ano prejudicaria o planejamento dos investimentos públicos.
    Isto retardaria o início de diversos programas de obtenção e modernização de meios da Marinha, do Exército e da Força Aérea. Para garantir recursos para tais programas, será necessário aumentar os orçamentos anuais das Forças Armadas, interrompendo a tendência de path-dependency (dependência da trajetória) que vem caracterizando os gastos e investimentos do setor.
    Por não contarem com percentual constitucional mínimo, tais gastos constituem alvo preferencial para cortes orçamentários. Como a maior parte do orçamento do Ministério da Defesa destina-se a despesas obrigatórias (inclusive as de pessoal), o pequeno aumento das dotações nos últimos anos não tem assegurado o fluxo dos recursos para renovação dos meios das três forças singulares.
    Os cortes no Orçamento da União, anunciados em 15 de fevereiro, totalizaram cerca de R$ 50 bilhões. Aproximadamente R$ 20 bilhões correspondiam a despesas obrigatórias e R$ 35 bilhões a despesas discricionárias. Para garantir o cumprimento de tais metas, o Governo Federal teria "garfado" temporariamente R$ 2,96 bilhões do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS).
    Em valores atualizados até 8 de maio, a dotação inicial do Ministério da Defesa para 2012 era de R$ 64,974 bilhões, dos quais R$ 16,461 bilhões (acrescidos de R$ 1,804 bilhão de restos a pagar) haviam sido pagos. Os órgãos centrais do MD contavam com R$ 1,964 bilhão, sendo que R$ 0,076 bilhão (mais R$ 0,155 bilhão de restos a pagar) tinha sido efetivamente pago.
    Na mesma data, a dotação inicial do Comando da Marinha era de R$ 16,913 bilhões, dos quais R$ 4,212 bilhões (mais R$ 293 milhões de restos a pagar) haviam sido pagos. O Comando da Aeronáutica contava com R$ 15,030 bilhões, dos quais R$ 4,189 bilhões (mais R$ 292 milhões de restos a pagar) efetivamente pagos, e o Comando do Exército com R$ 26,722 bilhões, dos quais R$ 7,595 bilhões (mais R$ 486 milhões de restos a pagar) pagos.
    A crônica penúria orçamentária não é o único fator de desmotivação dos militares com a carreira, fenômeno que tem contribuído para a evasão de quadros (oficiais e praças graduadas) nas três forças singulares. A baixa prioridade atribuída à Defesa Nacional e o excessivo (e por vezes desnecessário) emprego de contingentes das Forças Armadas em operações de garantia da lei e da ordem (GLO) também são significativos.
    Devido aos baixos vencimentos (em comparação com outros setores do serviço público), muitos jovens deixam de ingressar nas Forças Armadas, optando por carreiras de maior remuneração. O êxodo de militares para concursos públicos e para a iniciativa privada tem provocado evasão de profissionais altamente qualificados e com bom desempenho intelectual, com grande prejuízo para as três forças singulares.
    A perda de quadros de carreira qualificados poderá causar sérios problemas para instrução e adestramento da tropa, assim como para operação e manutenção de sistemas de armas sofisticados. Meios de alta complexidade, como a futura aeronave de caça polivalente (Projeto F-X2) da Força Aérea Brasileira e os futuros submarinos de propulsão nuclear (SN-BR) da Marinha do Brasil,
    Eduardo Italo Pesce
    Especialista em Relações Internacionais, professor no Centro de Produção da UERJ.
    Iberê Mariano da Silva
    General de Brigada da reserva, engenheiro militar.
    FONTE: http://monitormercantil.com.br/2012/index.php?pagina=Noticias&Noticia=113950

  5. pior de tudo que no comandando do pelotão está um 2° tenente de AMAN.

    estou caindo fora deste barco, até final de 2012 a meta!
    Of Int

  6. Revoltado pq? Esse tipo de tarefa já pertence as FFAA a muito tempo…Cortamos a grama de colegio, combatemos a dengue, colocamos lonas de plastico nos morros, fazemos faxinas em milhoes de lugares e etc. Uma malinha a mais uma a menos não faz mal!

    E sinceramente se eu estivesse nessa "missão", faria de qualquer jeito, jogava as malas de bolo e quem achasse ruim que me demitisse ou não pagasse hora extra…

  7. Pelo jeito todos querem humilhar os militares, até paisano da anvisa, PF etc…Tá ficando cada vez mais difícil suportar estes abusos.

  8. A união dobrou o valor das diárias para os servidoeres que serão deslocados para o Rio para participarem da segurança da RIO+20, como sempre a mão de obra barata dos "severinos" ficou de fora dessa, pelo menos os mortais de menos graduação, estes vão ficar em um quartel qualquer amontoados em condições precárias. E não venham com esse papo furado de adestramento. Isso se chama descaso com os recursos humanos, maior bem que uma organização possui, seja militar ou não.
    STG major

  9. Os praças já estão acostumados com isso, para voçe ter uma idéia, os que se destacam nesta função viram "CORDINHAS DE OFICIAIS GENERAIS".

  10. O bom mesmo é ficar fardado fazendo isso, carregando aquelas malas… dando bom dia as madames, babando uns figurões…ahhh essa é a vida que eu pedi a Deus!Esse negocio de Guerra não ta com nada, cursos, operacionalidade, deixa para as policias…Eu quero paz, malinhas e papirar pra universidade. Depois fazer meus concursos!!!Se não passar fico na folha de pagamento do EB.

  11. Duvido haver um milico que mata no peito essa situação de tirar os brothers dessa cena ridicula só no Brasil mesmo ! Não ha o que não haja fico revoltado com essas situações !! Nossos lideres são pouco diferentes de politicos

  12. Outro dia mandaram um Gen aqui para o Recife fazer uma palestra sobre o Exercito do Futuro. Fomos obrigados a lotar um auditório e ouvir fantasias. Assistíamos incrédulos o palestrante a dizer que tínhamos tantos milhões para isso, mais tantos para aquilo e que deveríamos atuar em missões que dessem visibilidade para conseguirmos recursos para o grande empreendimento do futuro.
    Será que o palestrante se referia a carregar malas, matar mosquito ou fazer faxina em morro.
    E qual é a coerência em tentar nos vender um projeto futuro, se o presente se faz tão incerto, se já encontramos dificuldade até para honrar nossos compromissos mais elementares (alimentação).Os generais comprados, a tropa humilhada e a esperança…

  13. – Certa vez fiquei abismado com um subtenente ue quando viu o comandante da Unidade se aproximando, durante – mais uma – faxina- tomou a vassoura das mãos de um soldado e varreu o chão olhando de soslaio para o chefe que se aproximava. Ganhou um elogio e ficou babando igual a um idiota. Por isso fazem essas coisas, os praças puxam um sco danado por causa de conceito, não conhecem seus direitos e infelizmente estão sujeitos a punição. Duvido que eu pegaria malas desses caras para carregar, porém existem palhaços pra tudo. Os comandantes militares são fantoches nas mãos do governo e estão com cargos públicos garantidos após passarem para a reserva remunerada (Petrobrás, CEMIG, etc). Estamos desmoralizados mesmo. A que ponto chegamos… faxineiros fardados!

  14. "Não pergunte do que somos capazes dê-nos a missão"
    É muito embuste!!!!! Pra carregar mala de pseudo autoridades.
    Seria interessante pedir uma gorjeta ao figurão dono das malas, tenho certeza que num dia carregando malas o praça vai ganhar mais do que sua bela "gratificação de representação", se é que vai recebe-la pela semana de atuação na nobre missão de representar a força em tão sublime tarefa estratégica!. Afinal um soldado ganha, de gratificação de representação, 9 reais por dia, dá pra pelo menos tomar um cafezinho no aeroporto, só o cafezinho…não abuse!

    Quem estiver nessa missão peça gorjeta!
    A famosa caixinha…
    Por que não apresenta-los a caixinha de natal dos carregadores de malas…olha só que bela ideia!!!

    Gorjeta!!!!Brasil acima de tudo!!!

  15. "FAIXAS" O NEGÓCIO É ESPALHAR FAIXAS DA MISÉRIA QUE PASSAMOS PELO RIO DE JANEIRO, BEM DE FRENTE DAS CAMERAS DA PODEROSA REDE GLOBO E PARA A GUERRILHEIRA DILMA VER!!!!!!!!!!!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo