Militares americanos registram quase um suicídio por dia em 2012

WASHINGTON – O número de suicídios de soldados americanos está crescendo e 2012 já tem a marca de praticamente um caso por dia (foram 154 suicídios entre oficiais ativos nos primeiros 155 dias do ano). A marca causou surpresas, já que em 2010 e 2011 a taxa havia se estabilizado.
O número de militares que se suicidaram este ano é maior que o de soldados americanos mortos em ação no Afeganistão nos anos inteiros de 2008 e 2009, de acordo com estatísticas do Pentágono obtidas pela agência Associated Press.
A quantidade de suicídios reflete o aumento das demandas provenientes das guerras do Iraque e do Afeganistão. Os militares também têm lidado com o aumento de casos de abuso sexual, abuso de álcool, violência doméstica e outros comportamentos problemáticos.
Entretanto, as razões para o aumento ainda não foram completamente compreendidas. Entre as explicações, estudos apontam para à exposição nos combates, o estresse pós-traumático, o uso incorreto de remédios prescritos e problemas financeiros pessoais. Dados militares sugerem que os soldados com várias incursões de combate correm risco maior de suicídio, apesar de uma parcela considerável de suicidas serem soldados que nunca foram lutar.
A guerra do Afeganistão tem previsão de acabar em breve, com a retirada total das tropas prevista para 2014. Contudo, 2012 tem registrado números recordes de soldados sendo mortos por afegãos e escândalos envolvendo problemas de conduta dos americanos.
Até 3 de junho deste ano, 154 soldados da ativa se mataram, em comparação a 130 do mesmo período do ano passado – um aumento de 18%. O Pentágono previa uma média de 136,2 suicídios para este intervalo de tempo com base nos números de 2001 a 2011. A quantidade de suicídios entre janeiro e maio é ainda 16% maior que a marca de 2009, que registrou a maior incidência anual de casos até agora.
General fez pouco caso do problema em texto na internet
Apesar de campanhas para que os militares busquem ajuda para problemas mentais, muitos ainda acreditam que procurar auxílio é um sinal de fraqueza e, assim, uma ameaça para uma possível promoção.
Stephen Xenakis, um brigadeiro reformado do Exército que ainda trabalha como psiquiatra, afirma que os suicídios refletem o nível de tensão da saída americana do Afeganistão enquanto a violência continua no país.
– É, de forma geral, um sinal do estresse a que o Exército tem sido submetido durante esses dez anos de guerra. Já vimos que esses sinais se manifestam de forma ainda mais dramática quando o combate parece diminuir e o Exército está voltando para sua guarnição – explica Xenakis, ressaltando que lhe preocupa o fato de muitos veteranos não entender a natureza do problema do suicídio.
Um exemplo disso foi o episódio em que um general do Exército disse aos soldados que consideravam o suicídio para “agir como adultos”. O major-general Dana Pittard, comandante da Primeira Divisão Blindada escreveu um polêmico texto em seu blog e, mesmo depois da repercussão, não pediu desculpas.
“Agora cheguei à conclusão de que o suicídio é um ato absolutamente egoísta. Eu estou pessoalmente cheio de soldados que escolhem tirar suas próprias vidas para que outros possam limpar sua bagunça. Seja um adulto, aja como um adulto e lide com os problemas de sua vida como o resto de nós”, postou Pittard. Ele também aconselhou os soldados a procurar ajuda.
As declarações causaram uma repreensão pública do Exército, que tem o maior número de suicídios das Forças Armadas, que chamou as posições do major-general de “claramente erradas”. Na semana passada, o chefe do Estado Maior Conjunto, general Martin Dempsey, afirmou discordar de Pittard “nos mais fortes termos possíveis”.
Para combater o fenômeno do suicídio, as Forças Armadas lançaram serviços telefônicos, colocaram mais especialistas em saúde mental nos campos de batalha, aumentaram o treinamento para lidar com o estresse e investiram mais em pesquisas sobre os riscos da saúde mental, entre outras medidas.
Agência Globo (Yahoo Notícias)/montedo.com

Uma resposta

  1. Afinal de contas, por que podemos morrer mesmo não cometendo suicídio?
    Por que Deus não aparece e faz um planeta pra cada pessoa? Assim cada um seria independente, não necessitando invadir a terra do outro, gerando guerras.

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