O que os nossos chefes não tem coragem de contar aos seus subordinados

Objetivando esclarecer a Família Militar sobre a evolução de uma de suas importantes aspirações, o aumento de sua remuneração, a CONFAMIL(*) houve por bem recolher informações sobre a problemática que envolve essa questão, e transmitir a comunidade o que é essencial de ser observado.
Assim sendo, cabe-nos fazer um breve retrospecto sobre as preliminares que tiveram lugar ao início da discussão sobre esse tema, para que possamos ter a visão abrangente da ação de todos os atores nele envolvidos, e permitir-nos projetar desfechos prováveis sobre a perspectiva de obtermos o tão esperado reajuste salarial.
Em agosto de 2011, portanto, há oito meses, os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica entregaram, ao Ministro da Defesa, um estudo minucioso sobre a situação remuneratória dos militares das Forças Armadas. Esse estudo descrevia, com base em dados oficiais, portanto irrefutáveis, a gritante disfunção salarial entre os militares e as demais categorias de servidores que percebem pela União. Indicava, também, uma proposta para, pelo menos, superar a desigualdade entre a remuneração média per capita dos militares e a dos integrantes da Administração Direta, servidores civis mais mal remunerados em nível federal.
A referida proposta, depois de algum tempo, foi encaminhada aos setores técnicos do Ministério da Defesa, que começaram uma série de estudos e análises sobre a proposição, inclusive com a participação de integrantes do Ministério do Planejamento. Nesse ínterim, iniciou-se, paralelamente, a elaboração de documento preliminar sobre uma Política de Remuneração para o pessoal das Forças Armadas, numa evidente manobra protelatória, que, invariavelmente, se sucede às reivindicações sobre reajustes salariais dos militares federais.
De agosto de 2011 até a presente data, a situação dos militares tem se agravado, com a perda progressiva do poder de compra, que, nos níveis dos graduados, atinge o percentual de 30% . Esse aperto salarial, que se instalou a partir de 2003, tem levado os militares a se socorrerem de empréstimos continuados com o objetivo de satisfazerem as suas inevitáveis necessidades básicas.
Essa situação influi, decisivamente, na motivação, na autoestima, e no exercício das atividades rotineiras da profissão do militar, o que pode conduzir, em curto prazo, a situações conflituosas e indesejáveis.
Enquanto isso o Ministro da Defesa proclama, em revistas e jornais, que a situação salarial dos militares deve ser ( ou será ?) corrigida, mas não sabe (ou não pode ) dizer “o quanto ou o quando”, como que transferindo para um futuro incerto ( 2013,2014 ou 2015 ?) o reajuste, também incerto, que poderá ser de 5% , 6% ou 7% .
Enquanto isso, a incerteza se alimenta e cresce com as “informações” produzidas por setores do próprio governo, responsáveis pelo assunto, que afirmam:
– não haverá reajustes para os militares em 2012;
– é possível algum tipo de reajuste no segundo semestre de 2013,
– após terem sido resolvidas as pendências com o judiciário e o o legislativo ;
– houver, o reajuste de 2013 será modesto –algo como 5% a 6%
– e deverá estender-se até 2015 .
Sejam quais forem as ilações que se façam tentando entender-se aonde se encontra a verdade num tempo em que as mentiras ganham contornos de credibilidade, o fato é que, em termos de ações responsáveis partindo daqueles que têm por missão assistirem diretamente aos interesses das Forças Armadas e de tudo a elas relacionados, como o Ministro da Defesa e os Comandantes Militares das Forças, fica impossível de prever-se até onde a omissão e o conluio se mesclam para impor o silêncio que hoje estamos assistindo. No mínimo, é bem provável que, mais uma vez, estejamos sendo tripudiados como militares e como Forças Armadas pelo poder central que, com suas indisfarçáveis atitudes, insiste em mostrar aos seus seguidores, e por extensão, a população, que as Forças Armadas nada representam de substantivo ao País. Para esse poder, o que pode ser admitido como missão é a invasão de favelas e o auxílio a remoção de detritos, isso até agora.
Não sabemos o que nos aguarda no horizonte das expectativas. Apenas entendemos que, mais do que nunca, mesmo sem o auxílio de uma mídia comprometida com seus próprios interesses no quais não se insere os do País, precisamos nos manter unidos e mobilizados em nossas aspirações. A conquista da nossa dignidade nos impõe muita coragem e determinação para a superação de tanta insensatez e irresponsabilidade com que são tratadas as únicas instituições permanentes presentes em nossa Constituição.
CONFAMIL(*) – Confederação da Família Militar

Em tempo: Estão abertos vários concursos públicos, Federais, Estaduais e Municipais, todos com salários 

7 respostas

  1. Quando um time só perde a primeira atitude é demitir a comissão técnica, portanto, o melhor pra nós hoje, é a saída do General Enzo e a saída do Ministro Amorim, dois mudos.

    1º Sgt Cav/95

  2. É verdade isso ???

    MINISTÉRIO DA DEFESA
    ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – ASCOM
    NOTA À IMPRENSA

    Em razão de recentes matérias divulgadas por órgãos de imprensa e de mensagens veiculadas em redes sociais na internet a respeito da situação da salarial dos militares das Forças Armadas, este Ministério informa que:
    a. Conforme a legislação vigente, a questão salarial das Forças Armadas deve ser tratada por membros do Poder Executivo ligados ao Ministério do Planejamento e Gestão, ao Ministério da Economia e à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República;
    b. Cabe aos Comandantes das respectivas Forças o assessoramento das instâncias superiores sobre as demandas salariais, por intermédio estudos realizados por comissões e grupos de trabalho (GT) formados no Ministério da Defesa, instituídos para esse fim, com objetivos a serem alcançados e prazos a serem cumpridos;
    c. Terminados os trabalhos nas comissões e nos GT, os resultados apurados são discutidos entre o Ministro da Defesa e os Comandantes das Forças e, em seguida, remetidos aos demais ministérios envolvidos, onde são analisados por técnicos, que emitem pareceres sobre a viabilidade de atendimento das demandas apontadas;
    d. Todo esse trabalho é feito com extrema cautela e rigor técnico no intuito de apontar as reais necessidades de reposição salarial, visto que os reajustes ocorridos nos últimos anos já dissolveram grande parte da defasagem existente; e
    e. Por fim, é importante ressaltar que a profissão militar exige disciplina não só nos afazeres profissionais diários, mas também na condução da vida privada, o que remete a uma conduta de parcimônia e desprendimento no uso da pecúnia percebida como remuneração, sendo a vida simples e o desapego a bens materiais uma virtude esperada do soldado.

    CELSO LUIZ NUNES AMORIM
    MINISTRO DE ESTADO DA DEFESA

  3. É a politica do dono de estabelecimento que vende fiado só amanha,pra iludir os trouxas e quando chegar amanhã 2013 , para os trouxas eles diram só no ano que que vem , e assim em diante

  4. REFORMULANDO: NÃO HAVERÁ SOLUÇÃO SATISFATÓRIA CONVERSADA. A DISCUSSÃO É ASSIMÉTRICA, NÃO TEMOS PODER DE BARGANHA, NÃO TEMOS FORMA DE FAZER PRESSÃO SIGNIFICATIVA CONTRA OS COMANDANTES MILITARES E O GOVERNO E, CONCLUINDO, NÃO HÁ COMO FAZER UM OMELETE SEM QUEBRAR OS OVOS….

    BOCA-BRABA

  5. Para os militares, os estudos são exaustivos que dá pena e sempre resultam em medidas que diminuem ainda mais o salário. Para os civís é vapt-vupt, arranjam solução em um mês porque senão a máquina para.Esse é o poder que existe. Dizer que "…a profissão militar…remete a uma conduta de parcimônia e desprendimento no uso da pecúnia percebida como remuneração, sendo a vida simples e o desapego a bens materiais uma virtude esperada do soldado…" é uma declaração de desrespeito e preconceito com uma classe que é mais importante que ele. É uma declaração de despreso feita pelo próprio chefe que ganha salários acima do previsto e está se lixando com os militares. Infelizmente, os comandantes nada responderam e quem cala consente(?). Por esses valores declarados, 5%, 6% ou 7%, até 2015, quando se encerram os eventos internacionais, fica claro os estragos que as migalhas que o Lula nos deu e foram aceitas pelos comandantes. Eu queria ver se ele tinha essa coragem de dizer isso era para os civís e polícia Federal. Eles, sim, tem lideranças.

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