Atletas militares do Brasil se preparam para Olimpíadas de Londres alternando treinos em clubes e quartéis

Vitor Abdala

Faltando pouco mais de quatro meses para os Jogos Olímpicos de Londres, que começam no dia 27 de julho, atletas militares brasileiros vivem uma rotina que alterna treinos em seus clubes e em quartéis das Forças Armadas. É o caso do judoca Leandro Guilheiro, que se incorporou ao Exército no final de 2009, para disputar os Jogos Mundiais Militares de 2011.
Judoca Leandro Guilheiro (Foto: Celso Pupo-Agência Estado)
O hoje terceiro-sargento é o primeiro colocado no ranking da Federação Internacional de Judô, na categoria menos de 81 kg, e já está classificado para as Olimpíadas de Londres. Atleta do Esporte Clube Pinheiros, de São Paulo, Guilheiro diz que utiliza as instalações do Exército, quando visita o Rio de Janeiro.
‘Venho muito ao Rio de Janeiro para alguns compromissos e acabo utilizando a estrutura do quartel da Escola de Educação Física do Exército, na Urca. Estou sempre lá treinando e também aproveito para fazer tratamento fisioterápico. Em tudo que é necessário eles me apoiam’, disse o judoca.
Depois de conquistar duas medalhas de bronze nas duas últimas edições das Olimpíadas (em Atenas, em 2004, e em Pequim, em 2008), o primeiro colocado no ranking mundial se esforça agora para conquistar o ouro.
‘Todo mundo faz a relação entre eu ser o primeiro no ranking e eu ganhar a medalha de ouro. Mas, na hora da Olimpíada, tudo o que você conquistou até então é apagado e é uma nova vida que se inicia. Minha categoria é muito concorrida. Todos ali têm chances reais de ganhar medalha, então estou fazendo meu trabalho ali, me esforçando, treinando. O que vai acontecer no dia 31 de julho, que é o dia em que eu luto, está lá guardado’, disse. Segundo Guilheiro, enquanto a parceria com as Forças Armadas estiver contribuindo para seu treinamento, ele pretende continuar no Exército.

Ana Cláudia Lemos  (Sérgio Barzaghi-Gazeta Press)

Também classificada para Londres 2012, a atleta militar Ana Cláudia Lemos é velocista e já tem índice para disputar os 200 metros rasos. Ela deve correr também pela equipe brasileira no revezamento 4×100 metros.

A marinheira Ana Cláudia Lemos divide seu tempo entre sua equipe, a BM&F Bovespa, e os treinos nas instalações da Marinha. ‘A estrutura que a Marinha fornece, principalmente em treinamento, é muito boa. Financeiramente, também há muita ajuda com as viagens. Antes, eu tinha apoio apenas do meu clube. Com o apoio da Marinha, pude complementar com uma boa pista, um gramado que é excelente para treinar, uma boa estrutura de musculação.’
A atleta, que conquistou duas medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no ano passado, nessas duas provas, espera conquistar, pelo menos, um lugar na final, em Londres. ‘Estou treinando muito e focando para que, em Londres, dê tudo certo. Não sei se vou conseguir uma medalha, mas o meu primeiro objetivo é chegar à final. E, na final, tudo pode acontecer’, disse.
Agência Brasil/montedo.com

3 respostas

  1. VERGONHA para as FFAA incorporar esses civis atletas e tentar dar graças de – MILITAR – nesse povo. São apenas CIVIS uniformizados que não tem nenhum comprometimento com as FFAA!Pobre mentalidade desses Generais! Penso quantos verdadeiros militares atletas temos nas OMs de todo Brasil dando o sangue e não tem uma oportunidade como esta civil uniformizada!Mentalidade caduca de nossos oficiais , q só vai mudar quando o – COURO COMER – Obrigado amigo Montedo.

  2. Vamos entender a situação dos "militares miojos" (atletas): eles são civis que GANHARAM (não fizeram por merecer, simplesmente ganharam e ponto) divisas para representar um exército que não forma atletas militares de carreira. Esses atletas estão vinculados a clubes (uma relação de emprego privado), podem receber patrocínio (R$), quando aos militares é vedado o exercício de outra atividade profissional (dedicação exclusiva à Força). Tais atletes travestidos de militares tem tratamento fisioterápico especializado sem ter que enfrentar a lista de espera dos hospitais e policlínicas militares como os militares "normais". Os atletas militares não participam das atividades militares (TAF, TAT, serviços, missões etc) e mal cumprem (ou nunca cumprem) expediente nas OM's como os militares comuns. Os atletas independente da graduação são tratados com toda a deferễncia e tolerância possível dentro do Exército (não precisam nem prestar continência).
    TUDO ISSO É MAIS UM GRANDE EXEMPLO DO QUANTO O PRATA DA CASA (A TROPA) É PRETERIDA PARA QUE ALGUMAS POUCAS AUTORIDADES MILITARES GANHEM ALGUM PRESTÍGIO (ATENDER A INTERESSES PESSOAIS) JUNTO AOS PAISANOS.

    EXÉRCITO BRASILEIRO, BRAÇO FORTE, MÃO AMIGA… DOS CIVIS !

  3. O complicado é que o pagamento desses caras sai do NOSSO ORÇAMENTO! Ou seja: mais uma cabeçada para o Governo dizer que não pode dar aumento devido ao impacto na folha quando formos pedir justos aumentos!
    É impressionante como nós, militares, A-D-O-R-A-M-O-S dar tiro no pé!

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