Venho adiando a abordagem de um assunto que tem circulado em alguns sites periféricos, sem maior destaque na grande mídia até o momento.
Trata-se da campanha movida pelo ex-sargento Fernando Alcântara, companheiro de Lacy Araújo e grupos ativistas gays contra oficiais do alto escalão do Exército, especificamente, o general Adhemar da Costa Machado Filho e, mais recentemente, o comandante da Força, general Enzo Peri.
Abre parênteses: Antes que a patrulha apareça por aqui, meu pensamento sobre a questão está expresso neste texto de dois anos atrás: HOMOSSEXUALISMO NAS FORÇAS ARMADAS.Fecha parênteses.
Voltando: vocês lembram, o casal alcançou notoriedade ao assumir a homossexualidade na capa da revista Época, em junho de 2008. Na sequência, a dupla foi presa após uma entrevista ao programa Superpop, na rede TV, quando a polícia do Exército entrou no prédio em ação transmitida ao vivo. De lá para cá, Alcântara deu baixa do Exército, escreveu um livro, fundou uma associação e candidatou-se, sem sucesso, à deputado federal nas últimas eleições. Já Lacy, após muitas idas e vindas, está em vias de ser reformado por incapacidade definitiva para o serviço ativo.
O movimento ganhou, recentemente, a adesão do subtenente Davi Reis Vieira de Azevedo, acusado em 2006 de irregularidades na compra de medicamentos para o Hospital Geral de Brasília. O acusador foi ninguém mais, ninguém menos, que seu então colega e hoje aliado, Fernando Alcântara, através de uma denúncia anônima, segundo o site Congresso em Foco.
Por meio de gravações não autorizadas, Davi buscou ‘penas’ para jogar no ventilador. Na primeira delas, mirou no cravo, acertou na ferradura.
Confira o áudio aqui.
Como não obteve nada em seu favor na longa conversa gravada com o general Adhemar, em dezembro de 2006 (bem antes da entrevista de Fernando e Lacy à Época, portanto), o que fez Reis? Ao invés de encaminhar a gravação ao Ministério Público, validando-a como prova, guardou-a por mais de cinco anos, entregando-a então para seu antigo denunciante, Fernando Alcântara.
O agora ativista do movimento gay repassou a gravação para o jornalista Roberto Cabrini, que pinçou dela um pequeno trecho que ganhou destaque no SBT. Nele, o general refere-se ao casal Fernando/Lacy como (sic) “um viado, o outro é o que come o viado”. O movimento gay considerou a fala do general homofóbica e Fernando passou a usar a gravação para tentar provar suposta perseguição que a dupla teria sofrido por parte de Adhemar. Devo lembrar que a conversa foi privada e esse (atenção: não estou concordando com ele!) linguajar chulo é corriqueiro, não apenas entre militares.
Da fala do general, a mim preocupa muito mais a manifestação de sua disposição em transferir os dois para o Rio de Janeiro, “para morar na favela”, verbalizando uma prática tão antiga quanto nefasta no Exército, de ‘premiar’ com indigestas transferências os militares que causam problemas (na visão do comando) que não podem ser alcançados pelo RDE. Nefasta por que, além de atingir o militar, na maioria das vezes transforma a vida de sua família num inferno. Se este é o objetivo ou não, pouco importa. Os estragos ocorrem da mesma forma. Mas fugi do assunto. Retornemos.
Essa não foi a única gravação feita por Reis. Após ser transferido para o Batalhão de Polícia do Exército, o subtenente apresentou-se como integrante do gabinete do Comandante do Exército a Leonardo Carvalho Aguiar, gerente de relacionamento do Centro Brasileiro de Visão (CBV). Seu objetivo era comprovar que a empresa teria presenteado o general Enzo com lentes que custam três mil reais. Na conversa, Leonardo admite o fato. O interesse, segundo o site Congresso em Foco, seria a renovação de convênio da empresa com o FUSEx (Fundo de Saúde do Exército).
Ouça o áudio da conversa entre Reis e Leonardo:
O subtenente foi responsabilizado por um Conselho de Disciplina em 02 de fevereiro, enquadrado em diversos itens do Código Penal Militar, por procedimentos eticamente incompatíveis com a condição de profissional militar.
Daí a divulgar a gravação que fez com o gerente da CBV foi um passo. E lá foi o trio para a mídia novamente, desta vez com o comandante do Exército como alvo.
Ao Ministério Público Federal, o Exército comprovou que as lentes foram pagas de acordo com os convênios firmados. A procuradora Raquel Branquinho considerou as acusações infundadas e sem comprovação.
Mesmo assim, a gravação ganhou ares de denúncia no site Congresso em Foco, que abriu mão da isenção jornalística para assumir a versão de Fernando, segundo o qual a denúncia teria sido apurada pelo próprio comando do Exército.
Não duvido, por um segundo que seja, que inicialmente tenha havido excesso na condução do caso de Lacy e Alcântara, o que os pressionou a dar publicidade ao seu relacionamento. Em situações como essa, muitas vezes as decisões são tomadas primeiro e depois se ajustam os trâmites burocráticos e disciplinares. Não por acaso, a troca de folhas de boletins internos é uma prática consagrada da rotina castrense.
Mas o foco aqui é outro: o trio evidentemente usa a mídia para atingir objetivos inconfessos. Reis, envolvido em vários processos que podem levar à sua exclusão do Exército, tenta posar como perseguido, angariando a simpatia de parte da mídia e do público gay. Em último caso, lhe restará o bordão do Tavares (para os mais jovens, um inesquecível personagem de Chico Anísio): “sou, mas quem não é?”
Fernando e Lacy, por seu lado, apesar de continuarem morando no PNR em Brasília, dizem, sem corar, que pretendem asilar-se no exterior, com medo de serem mortos. É sério! “Não acreditamos em nada mais que venha do Exército”, afirmam. Nesse caso, devolver os vencimentos é um dever!
A Nação agradece.
9 respostas
Sou de uma época em que fumar era certo e dar a b…era errado…
hoje, fumar é errado e dar a b…é certo…
Quero ir embora desse país….
gde abco a todos
– Começou justamente com as denúncias do Sgt contra o ST por atos irregulares no Hospital de Brasília. Além disso, o cover da Cassia Eler constantemente se ausentava do expediente por causa de sua atividade extra.
– Transferências por questões disciplinares são previstas em regulamento. A forma como fazer e o destino do militar transferido é que são o problema.
– Gravações de conversas privadas ou escutas telefônicas não são aceitas como prova, são ilegais.
-Os dois Sgt deveriam entregar o PNR (falta PNR em Brasília) e sair do pais. Basta escolher qual país morar e comprar passagem. Sugiro a Espanha, que é "muito" tolerante com brasileiros.
– O resumo dos fatos: tem gente que quer vender livro e ficar famoso, imitando Cassia Eler. Outros querem ter audiência.
O país após PT ser viado é estatus, homossexuais está na crista da onda, mandaram tirar os cruxifixos, das repartições, do jeito que vai dia desses vão demolir o Cristo Redentor, é esse país sério? aonde estão os parlamentares ditos cidadãos de bem e crentes em Deus?
temos de fazer igual a Singapura….
Não há inocentes nesssa história. Cada qual tenta impor o seu Status Quo. É uma discusão sobre pontos de vista divergentes que ganhou contornos políticos/jurídicos em face da intolerância de ambas as partes. Vejamos o que acontecerá nos próximos capítulos…
Cardoso
2012 fim dos tempos, acho que vou ter de levantar bandeiras por ser heterossexual.n Estão de brincadeiras estes dois cidadãos
O problema dos dois sargentos é meramente disciplinar. A bandeira da homofobia foi levantada com o objetivo de desviar o foco. Se houvesse perseguição pelo fato de serem gays,como se explica terem permanecido tantos anos no Exército, uma vez que confessaram que se assumiram logo que se conheceram no quartel? Por que permanecem ainda em imóvel funcional, sem trabalhar? Estão se fazendo de vítimas para conseguir mudar para o exterior? Quem está por trás deles e com que objetivo tentam denegrir uma instituição com nível de credibilidade dos maiores? Por que a mídia acolheu a estória fantasiada desses dois e não se deu ao trabalho de investigar o que de fato aconteceu com eles? E o outro, acusado de roubo e outras falcatruas pelo sargento Fernando, grava clandestinamente uma conversa privada com um superior e depois entrega a fita justamente para seu delator? E a mídia irresponsável, que dá destaque a estórias montadas, sem se dar ao trabalho de ir atrás da verdade dos fatos? Que descalabro! Total inversão de valores.
Falcatruas dissimuladas,segredos aflorados,troca de favores ilícitos para encobertar e acobertar, mistura de bandidos com bandidos.A homossexualidade serviu apenas de pano de fundo (ou de frente)para interesses escusos. E o chefe, crédulo ou ingênuo, caiu na esparrela. Por que não se apurar quem sãos os reais personagens dessa máfia, antigos roedores do cofre público,exploradores de cidadãos de bem, figuras sem moral e ética, ou até tolos que por vaidade se venderam aos bandidos?
Que sejam punidos os criminosos e deportados os que mancham a honra de instituição tão séria quanto o Exército Brasileiro.Comandantes, ponham ordem nessa bagunça!
Hipocrisia até dizer chega!! Sabem como os dois (me recuso a usar a expressão "casal") sargentos conseguiram seu apartamento funcional na Asa Norte de Brasília? Simples, o eterno perseguido Lacy apresentou sua pobre mãe como dependente. Não é necessário dizer que a senhora veio morar com ele, durante o tempo em que a sindicância, para apurar a condição de dependência, transcorreu. Voltou para sua casa e nunca mais retornou para Brasília. Estou aqui e venho acompanhando as peripécias destes dois deste o início. Quanto ao ST Reis, bom… esse nem farda deveria estar usando…