Sargento que sobreviveu ao incêndio na Antártida está muito abalado com a morte de colegas

‘Importa é que ele está vivo’, diz filha de ferido em incêndio na Antártida
Sargento, queimado ao tentar apagar o fogo, ligou para família à noite.
‘Ele está abalado. Viviam como uma família na base da Marinha’, diz ela.
Sargento Luciano Gomes Medeiros, ferido no incêndio da base da Antártida, ao  chegar ao Chile – Foto: Armada chilena

Tahiane Stochero
A família do sargento da Marinha Luciano Gomes Medeiros, que ficou ferido durante uma explosão na Estação Antártica Comandante Ferraz, na Antártida, recebeu com alívio um telefonema do militar por volta das 23h deste sábado (25) para contar que estava bem.
Luciano sofreu queimaduras nos braços e na mão e está internado em um hospital em Punta Arenas, no Chile. No incêndio, dois militares brasileiros morreram e a base foi destruída, segundo o Ministério da Defesa.
“Ele ligou para a casa com uma voz bem ruim, dizendo que estava abalado e muito triste com o que aconteceu, principalmente pela morte dois colegas, pois eram muito amigos. Eles viviam na base como uma família”, diz uma das filhas de Medeiros, Thaís, de 24 anos, que mora com a família no Rio de Janeiro.
Segundo a jovem, o pai estava na Antártida desde março de 2010 e voltaria da missão no próximo dia 25 de março. Ele era responsável pela parte mecânica e manutenção de motores e lanchas da base Comandante Ferraz. “O importante é que meu pai está vivo”, diz a filha.
Medeiros na Antártida (foto:  arquivo pessoal)
“Eles estavam com a data de retorno marcada. Dizia sempre que sentia muita saudade da família e reclamava do frio, pois somos cariocas e aqui é intenso o calor, sempre. Mas o meu pai viajava muito pela Marinha, estava acostumado com dificuldades, e o sonho dele era estar nessa missão na Antártida. Pena que acabou assim”, conta Thaís ao G1.
Thaís, a irmã de 14 anos e a mulher de Luciano Medeiros esperam a chegada do militar ao Rio de Janeiro, onde a família reside. Segundo a filha, “ele não falou nada sobre o incêndio” e nem sobre as causas.
“Na noite anterior (ao incêndio, na sexta-feira (24)), falamos com ele por telefone. Ele disse que estava indo dormir cedo, porque sairiam para uma missão com pesquisadores logo pela manhã. E na madrugada ocorreu aquilo. Ele deve ter se queimado ao tentar ajudar a apagar o fogo”, explica a jovem.
Segundo Thaís, o pai sempre comentava que havia rigor em relação à segurança na base para evitar qualquer acidente e que pesquisadores nunca podiam sair sozinhos ou sem orientação de militares.
Incêndio em geradores
A previsão é de que os militares e pesquisadores que estavam na base cheguem ao Brasil neste domingo (26) em um voo da Força Aérea Brasileira. O C-130 Hercules chegou a Punta Arenas, no extremo sul do Chile, na madrugada deste domingo (26). O grupo formado por militares e funcionários aguardava no local após ter sido retirado da Antártida por um avião da Força Aérea da Argentina.
G1/montedo.com

2 respostas

  1. concordo com o camarada. Eu aprendi que o mais antigo sempre é o responsável pelas coisas que dão errado. Como Sargento, sempre assumo as ações e omissões de meus subordinados. Se alguém tem por missão zelar por uma Força Armada e não o faz, está agindo com omissão e deve ser responsabilizado por isso.

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