General Gonçalves Dias não sai da mídia na Bahia

4 respostas

  1. Gonçalves Dias, um Pacificador.

    Durval Carneiro Neto – Juiz Federal e Professor de Direito na UFBA.

    Rendeu muito o episódio envolvendo o General Gonçalves Dias, comandante da 6a Região Militar, que simplesmente cedeu a uma pequena homenagem que lhe foi feita por manifestantes ligados à causa dos policiais amotinados na Bahia. Sem descuidar do seu dever, o nobre militar teve um gesto humilde, digno da autoridade moral que ostenta.

    O fato de haver se emocionado, ante a inusitada surpresa, incomodou apenas os medíocres que ainda pensam em militares como pessoas brutas e insensíveis, confundindo rigor no cumprimento da missão com exercício arrogante e arbitrário de força.

    Curiosamente esperam dos militares de hoje a mesma brutalidade que tanto criticavam nos militares do passado. Mas, cadê aquele brado de que hay que endurecer pero sin perder la ternura jamás!, que tanto foi entoado por muitos desses políticos que hoje aí estão no Governo?! A mediocridade parece disputar espaço com a hipocrisia, e mais uma vez se confirma a velha máxima de que se quiser por à prova o caráter de um homem (ou mulher), dê-lhe poder…

    Quanto aos colegas de farda do General, que porventura não tenham gostado do tom amistoso com que tratou os rebelados, convém que, como militares, lembrem-se que o patrono do Exército Brasileiro, Luís Alves de Lima e Silva, agiu de maneira semelhante em diversas campanhas, aliando extraordinária capacidade técnico-militar com singular habilidade pacificadora. Foram tais qualidades que levaram o Duque de Caxias a negociar o término de diversas rebeliões no segundo império, como a Balaiada e a Farroupilha. Não à toa que veio a receber o epíteto de "O Pacificador".

    Ressaltando a honradez de Caxias no trato com os revoltosos, o jornalista Barbosa Lima Sobrinho, em artigo publicado no Jornal do Brasil, tratou-lhe como "Patrono da Anistia", pois "sempre que se pudesse invocar a presença da fraternidade, numa luta entre irmãos, ocasionalmente desavindos, Luiz Alves de Lima e Silva, o futuro Duque de Caxias, soube dar prioridade às promessas da anistia, com uma constância exemplar, com que se construíram algumas páginas de nossa história política. Logo depois do combate de Santa Luzia, em que foram vencidos e esmagados os revoltosos do Partido Liberal, quando Caxias foi informado de que os vencidos vinham caminhando dois a dois acorrentados e algemados, tomou medidas imediatas para que lhes tirassem as algemas e lhes dessem cavalos, no percurso que devia conduzir a Ouro Preto. E entre os acorrentados vinham altas figuras da Monarquia, à frente de todos, uma glória do liberalismo brasileiro, Teófilo Ottoni".

    Em outro episódio, no final da Guerra do Paraguai, de cara com o resto das tropas de Solano Lopez, Caxias recusou-se a perseguir os soldados inimigos em fuga, pois não reputava digno que um comandante militar agisse como um capitão-do-mato. Acostumado a buscar vitórias honradas e sem excessos, Caxias recusou-se a humilhar o inimigo vencido, retirando-se da guerra sob alegação de doença, irritando com isso D. Pedro II, que insistia num combate implacável até a completa aniquilação das forças paraguaias.

    Caxias foi então substituído pelo Conde D'Eu, enviado pelo Imperador com a indigna missão de endurecer impiedosamente o cerco contra os paraguaios acuados.

    Haveria aí alguma semelhança com o momento presente?

    Se o General Gonçalves Dias errou, errou também Caxias. Então, por medida de coerência, que se mude o Patrono do Exército! De minha parte, prefiro homenagear esses dois pacificadores, e que haja cada vez mais militares seguindo o seu exemplo.

    Parabéns ao General Gonçalves Dias! Parabéns ao Exército Brasileiro!

  2. Pena que não tem eleição (e nem impeachment) para comandante do exército. Eu votaria no Gen Gonçalves Dias sem pestanejar, para sumir com o Enzo!

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