DILMA SOB A PROTEÇÃO DE TROPA MAL PAGA

Força Militar: Sob proteção de tropa mal paga

MARCO AURÉLIO REIS
A presidenta Dilma Rousseff vai ficar até 8 de janeiro na Base Naval de Aratu, na Bahia, para um período de descanso. Ela é recebida, com o merecimento que seu cargo impõe, por militares em regime de plantão. Mas detalhes que os soldados não vão expor a Dilma, por respeito, é que a presidenta é servida por tropa que espera que a sua sensibilidade seja traduzida em reajustes, que, enfim, ela recupere soldos.
Acostumada a ser atendida na Presidência por pessoal de apoio com vencimentos de R$ 3.993 a R$ 12.295 e servidores civis qualificados com salários até R$ 19.890, Dilma é cuidada por taifeiros que ganham soldos de apenas R$ 1.435, que, com adicionais, vão a R$ 1.972 — R$ 2 mil a menos que o piso salarial pago em seu gabinete.
Já os sargentos envolvidos na recepção e segurança da presidenta tiram, por mês, com adicionais, de R$ 3.260 a R$ 4.971 e vivem sonhando com equiparação com sargentos da PM de Brasília, que, em início de carreira, têm vencimentos de R$ 10 mil.
Tenentes que comandam os graduados onde a presidenta está com a família recebem, por mês, com os adicionais, entre R$ 6.371 e R$ 7.334, menos que um escrivão da Polícia Federal (R$ 11 mil) e muito abaixo do que delegado da mesma PF, que tem vencimentos entre R$ 13.368 e R$ 19.699.
É para a presidenta Dilma Rousseff refletir. Quando adversários políticos se apressaram em divulgar que o governo havia gasto R$ 657,9 mil em novos móveis e reformas da Residência Funcional da Base Naval de Aratu, foi o pessoal de farda que lembrou que a reforma começara antes mesmo de Dilma tomar posse. Destacou que o gasto foi feito em um “Próprio Nacional Residencial das Forças Armadas”, “um rodízio de manutenção” dos imóveis oficiais para que não fiquem abandonados e deteriorem.
O DIA ONLINE/montedo.com

Comento:
Matéria mais chapa-branca, impossível. Não foram os ‘adversários políticos’ que divulgaram os gastos da Marinha com a reforma. Foi o site Contas Abertas.
Mais: ‘rodízio de manutenção’, o escambau! Em 2009, após a primeira estada de Lula, que não gostou das instalações, a Marinha já havia gasto R$2 milhões na base para as férias do Apedeuta (aquelas em que ele foi fotografado com uma caixa de isopor na cabeça). Que rodízio é esse, que recai todo ano sobre o mesmo imóvel? Será por sorteio?
Só quem não conhece como funciona o ‘sistema’ de manutenção dos PNR nas FA pode acreditar numa balela dessas! 
Existem exceções, é claro, mas a regra é ‘primeiro os chefes’, por mais que o imóveis estejam bem cuidados e os dos sargentos e cabos caindo aos pedaços.
Se gastam-se fortunas pelos quartéis do Brasil afora para reformar totalmente casas de comandantes de dois em dois anos, sem a menor necessidade, por que não seria adotada a mesma lógica para a ‘Comandante Suprema’?
No mais, é torcer para que Dilma fique com ‘peninha’ dos milicos que, certamente, a servem com esmero e resolva conceder-lhes um ‘agradinho’.
Ah, e uma visita aos PNR dos taifeiros também seria ótimo.

Uma resposta

  1. Sempre que as coisas apertam ou que os presidentes querem ter momentos de descanso com segurança recorrem às FA.
    Citei apenas duas situações, mas se puxarmos um pouco pela memória certamente lembraríamos de outras situações para as quais os militares foram lembrados por representarem, ainda (não até quando), a reserva moral desse Grandioso e querido país.
    Pena que só nessas situações lembram que somos de toda confiança e respondemos às expectativas.
    Por não termos o direito legal à greve, não quer dizer que não possamos recorrer a elas em caso estremo. É só nos unirmos,somos uma instituição que tem membros em todo o território nacional.
    Uma greve de militares das Forças Armadas terá repercussão internacional, com reflexos em vários setores, inclusive político, financeiro e econômico.
    Certamente que investidores tiraram seu capital de um país onde existe uma instabilidade, principalmente no âmbito das FA.
    Creio que essa situação se deve aos próprios militares que não se fazem respeitar.
    No lugar das esposas quem tinha que estar fazendo as reivindicações serima nós mesmo.Colocar as nossas esposas me parece covardia. No caso de uma guerra ou outra situação real mandaremos também nossas esposas?
    Isso sem entrar no mérito de que em uma dessas manifestações de esposas um PE empurrou a esposa de um colega.É tudo o que eles querem, que além de capachos entremos também em conflito entre nós.
    Não queremos privilégios. Queremos apenas ser tratados com justiça.
    Companheiros, ativa e R/1 precisamos nos unir e deixarmos de ficar esperando por nossos "COMANDANTES" que não estão nem aí para a tropa e passemos a ações que realmente façam com que sejamos respeitados.
    Se aqueles que têm a obrigação de zelar pelos nossos justos interesse não o fazem, então, façamos nós acontecer.
    Enquanto nós que trabalhamos honestamente não temos o suficiente para darmos uma vida digna aos nosso dependentes, que inclusive lhes proporcione condições de brigar em igualdade por um lugar ao sol, políticos desonestos continuam metendo a mão no erário público e o que é pior, permanecem livres e usufruindo do fruto da sua falta de vergonha e nós ficamos olhado com tal complacência que poderiamos dizer que somos coniventes ou omissos.

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