PARA QUE SERVE UM VEREADOR MILITAR?

Confesso que nunca tinha pensado o assunto sob essa ótica. Interessante análise. Confira:

A importância do VEREADOR militar na estratégia para a valorização do Militar Brasileiro.

*Robson Augusto da Silva
Muitos militares desdenham da oportunidade que possuem de escolher vereadores dizendo que estes não poderiam influir na questão salarial, que é decidida em nível federal. Gostaríamos de discutir racionalmente essa questão. A partir de hoje a Revista Sociedade Militar (http://sociedademilitar.com) vai discutir com o leitor essa questão de forma mais profunda.
Em cidades como São Gonçalo, Niterói, Nova Iguaçu, Brasília e muitas outras, a Sociedade Militar, composta por militares da ativa, reserva, seus conjugues e filhos, tem plena capacidade de eleger vários representantes para as Câmaras municipais. A proporção de eleitores sob influência do Militar é geralmente de no mínimo 3, ou seja, cada militar pode garantir três votos. (esposa, filhos, cunhada etc.)
Alguns poderiam dizer que eleger vereadores não ajudaria em nada a categoria! Discordamos diametralmente disso pelos motivos abaixo expostos:
1 – Os vereadores são a base política para todos os outros cargos. Deputados Federais e Senadores dependem diretamente de sua influência, pois são eles que têm maior contacto com o povo, são eles que vão até as ruas, clubes e residências.
2 – Os vereadores têm contacto direto com Deputados federais e senadores e podem, independentemente e/ou por consenso partidário, apresentar sugestões de alterações orçamentárias e de indicações parlamentares. Tem acesso fácil ao primeiro e segundo escalão do governo federal, podendo até influir em questões que dizem respeito aos regulamentos militares.
3 – Vereadores tem grande força junto a seus partidos e/ou coligações para pressionar o executivo a alterar seu comportamento frente as categorias que representam.
4 – Vereadores podem ser escolhidos entre representantes das categorias de base, sem muito poder de investimento e comprometidos com o que realmente faz diferença para os militares e suas famílias.
Sem esse trabalho de base será difícil possuirmos no futuro maior número de deputados e senadores comprometidos com a causa militar.
Vários Senadores e Deputados federais começaram na política assumindo mandatos em câmaras municipais.
Vamos nos esforçar para eleger alguns, farão a diferença.
*Pesquisador – Sociólogo (UFPA/UNIFAP) – 1º Sargento – MB

Nota do editor:
Para evitar possíveis ilações, adianto que não estou ‘puxando brasa pro meu assado’, pessoal. Não sou filiado a partido algum e nem tenho pretensões eleitorais.

4 respostas

  1. A falta de companheirismo que existe na caserna, em especial, entre "os de verde oliva" e "os de verde desbotado", irá continuar do mesmo modo. Será exatamente como já vemos… Ah, e o trocadilho acima acerca acerca da cor das fardas pode ser adaptado para as Forças-irmãs…

  2. O militar é primeiro a puxar o tapete do militar que se candidata. Duvido alguém em algum quartel já ter ouvido falar que um militar candidato teve o apoio interno dos seus companheiros e superiores!!!! A primeiro comentário que se ouve é que fulano "tá querendo dar golpe na instituição","fulano quer ser candidato pra roubar também", "fulano quer ser candidato pra dar golpe na escala e ficar três meses em casa de bobeira". Dificilmente ouve-se comentários de apoio e/ou atitudes de apoio. Os pares são os primeiros a invejar a ousadia do companheiro e por tal motivo começam a atacá-lo pelas costas junto aos chefes. Foi assim com Bolsonaro – não podia nem entrar nos quartéis – será assim como outros candidatos. O maior inimigo do militar é o seu reflexo no espelho, ou seja, ele mesmo. O militar inveja o companheiro que ousa estudar para outro concurso público, tenta desmotivá-lo, tenta prejudicá-lo "queimando-o" junto ao chefe dizendo (quando está sozinho com o chefe) que fulano só fica estudando durante o expediente – enquanto ele, o militar padrão, fica desperdiçando o tempo jogando paciência no computador fingindo que trabalha. O militar inveja quando o seu par ou subordinado – neste último caso o recalque é maior ainda – passa em um concurso em que irá ganhar mais que o companheiro mais antigo ou mais que o comandante. Já vi comandante dificultar a vida de militar que foi aprovado em concurso (com salário superior ao de General) por simples inveja e recalque.
    Diante deste cenário que expus não vejo luz no fim do túnel enquanto a geração que hoje está na segunda década de serviço não for para a reserva. A geração que hoje ingressa, ao menos na EsSA já possui outra mentalidade, é mais informada (1/3 já possui ou cursa o nível superior), menos retrógrada, possui maior senso crítico, é menos suscetível à bitolação. Talvez essa geração faça alguma diferença no futuro de forma a se permitir eleger candidatos militares. Mas enquanto existirem aqueles que caminham bovinamente atrás das ideias retrógradas dos "mais antigos" (não necessariamente mais instruídos ou maduros, mas sim mais velhos) não vejo perspectiva de melhoria no curto prazo.

    Celso

  3. Camaradas, aqui no RJ tive a oportunidade de participar como candidato, efetivamente, num projeto para eleger militares. Mesmo sem recursos (ou com pouquíssimo recurso próprio) visitamos quase 100 OM (RJ). E, realmente, o que viví e posso passar de experiência é parte do comentário postado pelo "Celso" onde diz: "A primeiro comentário que se ouve é que fulano "tá querendo dar golpe na instituição","fulano quer ser candidato pra roubar também", "fulano quer ser candidato pra dar golpe na escala e ficar três meses em casa de bobeira".". Em consequência fiquei marcado pela "força", meu conceito é prejudicado e meus chefes já chegam desconfiados sobre mim. Porém, de tudo, creio que valeu apena pois é o caminho para que a democracia flua sobre nós. E tenho a convicção que eleger vereadores é excencial para um início de força e conscientização polítitica. Devemos votar, porém não temos direito a nos filiarmos a partido político. Como podemos nos organizar politicamente sem um partido político? Se ainda os nossos clubes e associações fossem organizados politicamente. Comecemos com a nobre experiência política de elegermos vereadores.
    Feliz 2012.
    Russell

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