A INTELECTUALIZAÇÃO DAS PRAÇAS DAS FORÇAS ARMADAS

A intelectualização das PRAÇAS, alavanca para melhores condições
Um teórico chamado Ridenti (1989) escreveu sobre uma decepção, um dilaceramento existencial que ocorreu nos militares dos anos 60, principalmente os subalternos. Causado, segundo ele, pelo fato desses militares pertencerem ao mesmo tempo a dois mundos opostos; eram oriundos das camadas populares, mas, paradoxalmente, também faziam parte da entidade encarregada de reprimi-las, faziam parte das corporações que supostamente lutavam contra o povo, o que sabemos que não era verdade, lutavam pelo povo. Contudo, a mídia foi bastante eficaz em impor isso na mente dos militares, ainda mais intensamente após os meados dos anos 70.
O militar da atualidade, praça das forças armadas do século XXI também é vítima de uma ambiguidade, porém, diferente da que sofriam seus semelhantes de 50 anos atrás. Tem fortes sentimentos de pertencimento ao mundo da cidadania e do amplo direito, onde é cidadão eleitor e pai de família, detentor de humanidade, responsabilidade e ética para com si e seus semelhantes, porém, em contrapartida, é também comprometido com um segundo mundo, diametralmente oposto ao primeiro, onde, como demonstra um jargão muito utilizado em academias militares, “seu direito é não ter direito”.
Desde o final do sec. XX o acesso a universidade vem gradativamente se ampliando às camadas menos favorecidas da sociedade brasileira, e a estas juntamos as praças das forças armadas e auxiliares. Em 1997 a quantidade de praças do Exército formados em direito era praticamente igual ao de oficiais com a mesma especi-alidade. Em 2007, apenas 10 anos após, esse número subiu para o dobro de praças em relação aos oficiais. Observa-se também que a partir de 1999 a formação superior entre praças também cresceu sensivelmente em diversas áreas, fazendo-se estes mais do dobro do que totalizam os oficiais graduados com cursos superiores[1].
O General Sodré escreveu na década de 60, falando sobre o temor que as FA tinham de os praças se intelectualizarem, se politizarem: (…) terrível realidade, que exigia severas providências acauteladoras da “ordem pública”. Sargento pensar, sargento estudar, sargento participar, sargento ter direitos de julgamento pereceram formas subversivas, a que eram necessárias atender de pronto, não no sentido de encaminhá-las, de colocá-las a serviço da estrutura militar e do país, mas no sentido de reprimi-las, de vigiá-las, de considerá-las marginais e condenáveis (SODRÉ.1965. p.385).
A visão de Werneck Sodré, sobre aproveitar-se a intelectualização das praçasa serviço da estrutura militar e do país, se transforma em previsão, e após quarenta anos foi posta em prática. Hoje em dia existe um notório interesse em aproveitar a formação extra-militar das praças na administração das forças armadas. Temos vários exemplos em assessorias jurídicas de comandos, seções de informática etc. Todavia, não há nenhuma situação conhecida em que uma praça recebeu nenhum tipo de remuneração extra por exercer alguma função compatível com nível superior.
Observamos que a oficialidade das Forças Armadas dificilmente se manifesta contra o governo vigente. Questão ética, questão hierárquica, ou as duas juntas. Às praças, o povo fardado, quem mais sofre, cabe então assumir sua postura contra os desmandos da atualidade, são milhares de cidadãos honestos, cumpridores de horários e demais deveres, descontam impostos na fonte e são eleitores. Não é necessário uma sublevação, não é necessário uma greve ilegal, mas é necessário SIM demonstrar de alguma forma o amor à nação brasileira. Mostrar a insatisfação de forma ampla, blogs, faixas, particulares e entidades associativas escrevendo em blogs, familiares comparecendo, grandes faixas em jogos de futebol e eventos mostrados na mídia.
Hoje militares subalternos parecem perceber claramente a manipulação da sociedade por paternalismo, os desmandos e a corrupção constante, a troca de Ministros, o abafar e um escândalo por outro.
A questão de se manifestar de alguma forma:
Exemplo. Cartas enviadas para políticos.
Mil cartas enviadas para um político só com toda certeza causam uma reação, pois dependem de nosso voto, mas não conseguimos fazer isso. Cabe a intelectualidade graduada opinar diante da tropa nas questões que não são essencialmente militares e de serviço interno. Se somos eleitores devemos ser politizados, ou seria melhor então não possuir esse direito/dever. Ser politizado também significa discutir socialmente o quotidiano, obviamente não em momentos de serviço.
Mas fica a pergunta, se recebêssemos um reajuste de 150% continuaria essa percepção ou mudaríamos de lado e passaríamos a adorar a senhora comandante?
Nossa percepção é política, nacionalista, pró-Brasil ou é questão particular, financeira?
[1]Entre 1999 e 2007 cerca de 400 sargentos apresentaram, ao órgão de controle de pessoal da Força, seus diplomas de bacharéis em direito. O total atual de sargentos do Exército formados em direito, que declararam essa condição ao órgão de controle do efetivo de pessoal da Força (Departamento Geral de Pessoal), é de 617. O total de oficiais é de 332. (RODRIGUES. 2008)
Sociedade Militar/montedo.com

6 respostas

  1. concordo em genero numero e grau e por tudo isso que digo:
    Versa o Sábio que tanto na História quanto no Direito não existem verdades, mas sim versões…, estas inseridas ao período e contexto o qual estão adquirem as características de verdade, ou do contrário senso, são taxadas como equívocos da problemática humana, o certo é que em tempos de conturbada valorização do conteúdo humano o resgate histórico revela-se como um verdadeiro manifesto da probabilidade em que, perplexos na inação social, deve-se sobretudo, alertar o quanto destacado foi o papel daqueles que desprovidos de voz, de alguma forma fizeram a história e não somente passaram por ela.
    Passados 50 anos do evento conhecido como campanha da legalidade não poderíamos deixar de enaltecer os eventos os quais inúmeros brasileiros, anônimos em muito, manifestaram seus ideais … SARGENTO por isso e tudo o mais que enaltece nosso BRASIL valoriza-te.
    Lembrai-vos dos bravos que pereceram por seus ideais e o quanto ouvidos surdos lhes foram dirigidos,
    – palavras ao vento em muito lhes foram pronunciadas, como se não soubessem a verdadeira dedicação do homem das armas;
    – da ciência, nos bancos acadêmicos somos testemunhas, porém pouco crédito nos dão;
    – da dedicação nos falta compreensão, pois por pouco caso, nos consideram bens fungíveis;
    – da manifestação de patriotismo, recebemos apenas as cinzas de uma bandeira ao qual não podemos conduzir;
    – da valorização somos tarimbeiros, onde os anos de labuta promovem nossa alma de verdadeiros herdeiros de Caxias;
    – da renúncia nos são testemunhas nossas famílias e a gente valorosa desta terra chamada BRASIL;
    – Se, de alguma forma ou dia formos reconhecidos, que seja principalmente por nossa gente, brasileiros e brasileiras, pois a mais ninguém importa o sacrifício da vida em caserna se não for dedicado aqueles que indistintamente aos ideais de um verdadeiro soldado abnegaram das benesses da pátria para simplesmente servi-la.

    Lembrai-vos do dito “Conhecei-vos a verdade e ela vos libertará”

  2. Especializações da Carreira de Ciências Contábeis

    Auditoria Fiscal: Especialização das ciências contábeis onde o profissional atua registrando, documentando e conferindo os registros financeiros da empresa tais como lucros, despesas e impostos.
    Gestão Patrimonial: O profissional de ciências contábeis especializado em gestão patrimonial atua contabilizando e atualizando o patrimônio da empresa. O controle realizado por esse profissional é fundamental na hora de se avaliar o valor de mercado de uma empresa e também para calcular a depreciação dos bens.
    Licenciatura em Ciências Contábeis: O profissional também pode fazer uma especialização para poder dar aulas em cursos de ciências contábeis, matemática, economia e administração de empresas.

    Carreira em Ciências Contábeis: Aspectos Favoráveis

    O contador é peça fundamental para o bom funcionamento de qualquer empresa, onde existir atividade econômica vai existir sempre um contador, há sempre muita oportunidade de trabalho para este tipo de profissional. O profissional de ciências contábeis pode atuar tanto como um profissional contratado permanente em uma empresa como também montando seu próprio escritório de contabilidade para atender várias empresas.
    Carreira em Ciências Contábeis: Aspectos Desfavoráveis

    Os aspectos mais desfavoráveis da carreira em ciências contábeis são a complexidade que o trabalho muitas vezes pode atingir ( cálculos de impostos de grandes empresas, por exemplo ) e também a necessidade de atualizações constante já que as leis estão sempre sendo aperfeiçoadas.

  3. Áreas de Atuação dos Profissionais de Ciências Contábeis

    Trabalhando sempre em parceria com os profissionais de Administração de Empresas, os contadores ( profissionais de ciências contábeis ), planejam, gerenciam e fiscalizam as contas da empresa cuidando para que os contratos sejam válidos e também para que todos os impostos devidos sejam pagos, realizando um trabalho completo de gestão patrimonial.

    Também é função do profissional de contabilidade interpretar informações econômicas do mercado e se atualizar sempre com as políticas fiscais do governo não deixando que a empresa entre na ilegalidade ou então faça negócio irregulares do ponto de vista contábil.

    É sempre bom lembrar também que sonegação fiscal, balanço patrimonial adulterado e gestão fraudulenta de empresas são crimes em todos os países civilizados, o que faz também que o profissional de ciências contábeis atue como um orientador colaborando ativamente para a empresa implementar uma política de gestão patrimonial séria.

    Para um profissional formado em ciências contábeis poder ganhar o título de contador ou contabilista é preciso que ele tire o seu registro junto ao Conselho Regional de Contabilidade mais próximo ( cada estado Brasileiro, no caso, tem o seu ).

    Esse registro, de um modo geral, é obtido através da realização de uma prova onde o profissional testa seus conhecimentos.

  4. A Evolução das Ciências Contábeis no Brasil

    Feitoria Portuguesa

    Como o Brasil iniciou a sua história como uma colônia de Portugal, a partir do ano de 1500 as atividades de ciências contábeis já começaram a ser desenvolvidas por aqui.

    Atividades de exploração de minerais, pesca, alimentos e principalmente corte de madeira ( Pau Brasil ) foram todas devidamente documentadas pelos Portugueses que instalaram por aqui vários projetos, as chamadas feitorias.

    A medida que a economia da nova colônia ia crescendo e cada vez mais gente se instalava nas terras Brasileiras, o governo Imperial Português foi sentindo a necessidade de uma maior organização das atividades.

    Em 1770, o rei Dom José de Portugal estabelece que todas as atividades de ciências contábeis no Império a partir de então deveriam ser feitas por profissionais formados e matriculados na chamada Junta Comercial Portuguesa.

    É interessante lembrar no entanto, que esses profissionais de ciências contábeis ainda não eram chamados de contadores na época e sim de guarda-livros.

    Esse termo vem do termo Inglês Book-keeper ( que quer dizer exatamente guarda-livros mesmo ). Na Inglaterra e nos Estados Unidos inclusive, ainda chamam os seus contadores de guarda-livros.

    Em 1930, já na Era Vargas e na fase do Brasil República, o curso de ciências contábeis é mais uma vez reformado passando a formar 2 tipos de profissionais: os guarda-livros com 2 anos de curso e os peritos-contadores com 3 anos de curso.

    A partir dos profissionais peritos-contadores, que tinham uma formação mais completa que os guarda-livros, começou a evoluir o conceito do contador moderno no Brasil e também a própria palavra contador que passou a ser usada para denominar os profissionais de ciências contábeis a partir de 1950.

  5. O curso de Bacharelado em Ciências Contábeis está reconhecido pelo MEC. O curso habilita os futuros profissionais a atuarem como contabilistas após a aprovação no Conselho Regional de Contabilidade.
    A FACEL prepara os acadêmicos com projetos relacionados à área através de palestras, cursos, eventos, estágio supervisionado em parceria com empresas, laboratório contábil na própria Instituição visando aliar conhecimento e experiência. Os acadêmicos aprendem a fazer lançamentos contábeis como se estivessem na rotina de um escritório, planos de contas, tributação, relatórios, entre muitas outras atividades.
    Todos os professores possuem vasta experiência na área, a maioria deles tem o seu próprio escritório e todos eles estão sempre atualizados nas mudanças na legislação e nos últimos acontecimentos.

    ÁREAS DE ATUAÇÃO
    Estão catalogadas mais de 125 especialidades nas áreas: pública, finanças, mercado de capitais, terceirização de serviços, ou até mesmo para aqueles que desejam abrir a sua própria empresa.
    O grande diferencial da área contábil é que esta área oferece oportunidade aos profissionais que entendam de harmonização contábil, pois atualmente a contabilidade é universal, sendo praticamente igual a dos Estados Unidos, Europa e Ásia. O profissional que estiver ciente nestas regras e normas internacionais terá grande vantagem dos demais contabilistas.

    VOCÊ SABE A DIFERENÇA DE CONTABILISTA E CONTADOR?
    Existem três denominações para o profissional desta área: Contador, Técnico em Contabilidade e Contabilista:
    O Contador é o profissional que conclui a faculdade de Ciências Contábeis e que exerce funções técnicas e acadêmicas da contabilidade.
    O Técnico em Contabilidade é o sucessor do antigo guarda-livros, profissional formado pelos cursos profissionalizantes das Escolas Técnicas do Comércio, curso de nível médio, executando a função técnica da contabilidade.
    Contabilista é sinônimo destas duas denominações, pois atua nas áreas dos contadores e dos técnicos em contabilidade.
    FONTE: http://www.unice.br

  6. RESUMO
    MACHADO, Patricia de Souza. A Profissão do Contador Público na Visão dos Acadêmicos do Curso de Ciências Contábeis e Profissionais Públicos Atuantes em Órgãos Governamentais da Região da AMESC e AMREC. 2010.
    66p. Orientador: Luiz Henrrique Tibúrcio Daufembach. Trabalho de Conclusão do
    Curso de Ciências Contábeis. Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.
    Criciúma
    SC.
    A contabilidade governamental apresenta-se como uma ferramenta para o controle e
    o planejamento da administração pública. Dentre suas funções destacam-se a
    previsão e fixação orçamentária e o registro das mutações ativas e passivas do
    patrimônio público. Os gestores realizam os controles da administração com base
    nas informações extraídas dos relatórios fornecidos pela contabilidade, que são
    utilizados como instrumentos para a tomada de decisão. Estas informações servem,
    inclusive, para identificar se as despesas e receitas estão sendo executadas
    conforme as metas previstas pelas diretrizes orçamentárias. Instrumento este que
    por obrigação deve ser respaldado em lei aprovada pelo legislativo municipal. Como
    o papel do contador público é fundamental para a administração, suas decisões,
    comportamento, gerenciamento das informações devem ser realizadas com base na
    ética profissional, para não comprometer a sua profissão e a administração pública,
    que muitas vezes depende de suas informações para escolher a melhor alternativa a
    ser adotada. Além da formação específica na área, o profissional necessita estar
    constantemente informado, atualizado e sempre buscando conhecimento na sua
    área ou afins, sendo que sua profissão deve atuar em conformidade com as normas
    previstas pelos órgãos que regulamentam a profissão. Diante destas atribuições e
    responsabilidades, busca-se neste estudo compreender a visão geral sobre a
    Profissão de Contador Público, na percepção dos concluintes do curso de Ciências
    Contábeis e contadores atuantes nos governos municipais da região da AMESC e
    AMREC.
    Palavras

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