FAZER A SOBRANCELHA VIRA MODA NO EXÉRCITO (AMERICANO, POR ENQUANTO…)

Fazer sobrancelha vira moda no exército dos EUA

O soldado Richard Guillemette, 20 anos, de Lyman, no Estado americano do Maine, aparou a sobrancelha por acidente e acabou gostando do visual levemente arqueado.

Michael M. Phillips

Surgindo entre camuflagem e corte de cabelo curto está a última moda no campo de combate: soldados com as sobrancelhas profissionalmente esculpidas em finos arcos.
“Eu só queria que eles dessem forma para as minhas sobrancelhas”, explica o soldado Richard Guillemette, cujo trabalho é convocar a artilharia para as linhas de frente.
A primeira sobrancelha que ele fez foi um acidente. Ele pediu um corte de cabelo e de barba numa barbearia do Afeganistão na base americana de cavalaria em Shinwar. Só quando já era tarde é que ele percebeu que o barbeiro estava mexendo em território inexplorado. Usando uma lâmina de corte reto, o barbeiro esculpiu as sobrancelhas dele em forma de arco, afilando dos lados.
Isso foi há um mês. Guillemette, um rapaz de 20 anos de Lyman, no Estado do Maine, gostou do visual e já fez outros dois retoques. “Elas estavam ficando um pouco cheias”, disse ele recentemente no refeitório.
Gulam Farooq, de 21 anos, barbeiro base avançada Joyce, próximo à fronteira com o Paquistão, disse que o islamismo proíbe que os homens muçulmanos mexam no formato das sobrancelhas, mas ele faz o serviço alegremente, usando uma lâmina ou uma técnica especial com linha, para uma média de um ou dos soldados americanos por dia. “Eu treinei para isso numa escola de barbeiros em Cabul”, onde as restrições religiosas são vigiadas com menos rigidez, disse ele.
Esse jovens soldados com sobrancelhas feitas estão causando confusão numa geração mais antiga de guerreiros menos preocupados com os pelos. Os regulamentos do exército não falam nada sobre o tema sobrancelhas masculinas, exceto ao citar que o cabelo não pode chegar muito crescer muito.
Em 2007, no entanto, a marinha acrescentou uma linha às suas regras de cuidados com a aparência dizendo que “a retirada excessiva ou a remoção da sobrancelha não é autorizada, a não ser por motivos de saúde.” A marinha deixou em aberto a questão do que é retirar muito, apesar de ter tentado sem muito entusiasmo definir o que seria considerado excêntrico ou modismo (ruim) comparado com conservador e imperceptível (bom).
Foi apenas no mês passado que, de repente, o tenente-coronel Jerry Turner, comandante do terceiro esquadrão, do quarto regimento da cavalaria, em Shinwar, se deu conta de que alguns jovens soldados sob seu comando tinham sobrancelhas mais delineadas que a natureza oferece.
O tenente-coronel Turner não acredita que essa moda seja um daqueles mistérios dessa nova geração. Um homem alto, vindo de Sacramento, na Califórnia, com um sorriso tímido e sobrancelhas fora de controle, o coronel apenas balança a cabeça quando vê arcos aparados abaixo dos quepes camuflados.
“Eu não entendo, eu simplesmente não entendo”, diz ele. “E você não vai me fazer entender isso.”
O campo de batalha é um meio mergulhado em testosterona e uma pequena minoria de soldados que cuidam das sobrancelhas podem ser alvos de piada.
Quando o soldado Guillemette descreveu seu hábito no refeitório outro dia, o sargento Dan Mendez, comandante da cavalaria, de Spokane, no Estado de Washington, zombou dele na outra mesa: “Eu queria que a minha crescesse assim.”
As sobrancelhas do sargento têm espessura média. “É óbvio que eu não faço as minhas”, acrescentou ele rapidamente.

2 respostas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo