NOVO SISTEMA DE ENSINO QUER DIMINUIR EVASÃO DE CADETES

Em 2012, cadetes terão novo sistema de ensino
Na EsPCEx, a partir de 2012, o primeiro ano na instituição valerá como formação universitária

Coronel João Luis Alves Nunes diz que alteração frustou as famílias: modelo pode acabar com a formatura (Foto: Érica Dezonne/AAN)

A Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) em Campinas terá, a partir de 2012, um novo sistema de ensino. O curso na instituição, que tem duração de um ano, valerá como o primeiro ano universitário necessário à iniciação militar profissional e não mais como o 3º ano do Ensino Médio. Os alunos que passarem pela EsPCEx prosseguem o Curso Superior na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende, no Rio de Janeiro, por mais quatro anos. Os graduandos no curso de Ciências Militares de todo o País terão, portanto, que estudar durante cinco anos para se tornarem aspirantes à oficial da ativa do Exército Brasileiro.
A decisão de extinguir o antigo sistema foi da alta cúpula das Forças Armadas, segundo o major da EsPCEx Marcos Henrique Mendes de Arruda. “A mudança ocorreu para que o aluno chegue com uma idade mais avançada e com mais maturidade aqui dentro. É interessante também que ele ganhe mais tempo na Academia, ele será um militar mais bem preparado”, afirmou.
A medida seria também uma estratégia para diminuir as desistências na Aman. “Temos sempre picos de desistência durante o curso, depois de férias ou feriados. Sabemos que a rotina aqui dentro não é fácil, mas quem termina sabe que vale a pena”, completou Arruda.

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Com a mudança, a grade de ensino da EsPCEx precisou ser reformulada. Estarão no corpo docente professores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade de São Paulo (USP), de acordo com Arruda. Ainda segundo o major, a sede, situada no bairro Castelo, em Campinas, atende perfeitamente às especificações para receber cadetes de todo o País.
Apesar de os motivos apontados para a mudança no curso da Escola de Cadetes, o novo sistema desagradou algumas famílias, ansiosas para os filhos ingressarem na instituição, segundo o tenente-coronel João Luis Alves Nunes. “Já teve muita mãe que ligou dizendo que o filho, que estava no 2º colegial, estava decepcionado com a mudança. Mas acreditamos que a frustração é mais dos pais do que dos adolescentes”, disse.
A tradicional formatura anual da Escola, que até este ano corresponde à conclusão do 3º ano do Ensino Médio, também poderá ser extinta com o novo modelo. “Isso é um ponto polêmico, que ainda está em discussão. Não sabemos se a festa vai acabar”, comentou.

4 respostas

  1. Não adianta, as evasões só tendem a aumentar, com um salário medíocre e com perspectivas melhores fora das Forças Armadas, ninguém é tolo em querer seguir carreira militar.

  2. O salário é muito ruim nas Forças Armadas! Recente pesquisa do DGP informou que mais de 70% do Exército afirma que sairia da Força para outras carreiras do serviço público com melhores remunerações!
    Aí inventam que tem de construir mais PNR (ao invés de voltar o auxílio-moradia), de oferecer mais colégios militares, hotéis de trânsito, dar mais medalhas… tudo isso não resolve! Jamais haverá PNR em número suficiente para todos (melhor trabalhar para voltar o auxílio-moradia), jamais haverá colégio militar em todas as guarnições, "hotéis" de trânsito é desvio de finalidade de recursos e de pessoal, e medalha que qualquer petralha corrupto recebe, eu sinceramente dispenso!
    Senhores Generais: querem resolver o problema da tropa? Esqueçam pesquisas e essas baboseiras citadas acima! Apenas coloquem SALÁRIO JUSTO no bolso dos seus comandados!

  3. Ser oficial de carreira do Exército não vale mais a pena. Ficar 7 anos estudando para após começar ganhar R$ 4.000,00, não vale o esforço. É melhor os pais incentivarem seus filhos a cursarem um bom curso preparatório para concursos público de nível médio – os salários pagos atualmente para outras carreiras públicas são muito mais convidativos e exigem menos esforço – e após a aprovação o indivíduo dá prosseguimento nos estudos superiores com o salário que começar a ganhar. Ou, na pior das hipóteses, é melhor o cara ser oficial temporário por 8 anos – vai depender de "peixada" – e nesse período estudar para passar num concurso civil que pague melhor do que nas Forças Armadas. Eu não incentivaria meu filho na empreitada de ficar cinco anos estudando numa academia militar, pois existem caminhos mais curtos de se ganhar um bom salário no serviço público. "Carreira" militar hoje é aspiração de família pobre que, sem noção do sucateamento das Forças Armadas, ainda acham que ser militar dá "autoridade" ao pobre filho, acham que é fator de ascensão social. Ledo engano !

  4. Diminuir a evasão aumentando um ano na formação do Cadete? Tá de brincadeira? Antes, o sujeito saia do 1o ano da AMAN e achava difícil suportar mais 3 para se formar oficial… Hoje, quando ele termina o primeiro da Espcex, vislumbra mais 4 pela frente….. O melhor seria o caminho inverso, diminuir o tempo de formação para 3 anos, ou aumentar o salário do Cadete para o equivalente entre o subtenente e o aspirante….

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