Lenilton Morato*
Na cultura e na tradição gaúcha, existem dois eventos que são muito comemorados nas estâncias (fazendas): a marcação e a castração do gado. No primeiro, o ferro em brasa com as iniciais do dono do rebanho queima o couro da rês para que todos saibam a quem ela pertence. No segundo, retiram-se os culhões dos touros, que passam a ser chamados de bois, com o objetivo de torná-los mais mansos e de engorda mais rápida, preparando-os para o abate. Os indivíduos que possuem características de boa performance e genética são poupados da castração para que se tornem reprodutores, garantindo ao proprietário melhores exemplares para o abate.
Dentro da sistemática da esquerda, ocorre algo semelhante. Indivíduos são marcados e castrados com a ideologia do partido. A marca, entretanto, só é perceptível quando a infeliz criatura abre a boca para repetir o batido discurso revolucionário, em apoio cego a toda forma de dominação intelectual, cultural, moral e religiosa. A castração ocorre quando, ao observar potenciais opositores, a esquerda trata logo de capar as lideranças, seja através de perseguição ideológica, seja pela utilização de cargos em estatais para retirar dos opositores a vontade de lutar pelo que acreditam. Assim, tal qual nas estâncias gaúchas, o gado fica sob controle, esperando a hora do abate.
Dentro dos quartéis não é diferente. Mesmo antes da chamada redemocratização, a esquerda foi progressivamente marcando sargentos, oficiais e comandantes para que abraçassem o seu ideal de “um mundo novo é possível”. Progressivamente, a geração de militares nascidos e formados após a retomada do poder pelos partidos políticos foi sendo trabalhada para acreditar que o passado seria esquecido e que a anistia seria realmente para todos. Como coelhos, os cidadãos fardados foram caindo na armadilha. Foram marcados em sua mente, em sua alma para serem apolíticos, sem opinião ideológica formada. E pouco a pouco foram esquecendo os porquês da necessidade do movimento de 31 de março de 1964 e seu posterior enrijecimento. Passaram a acreditar na história contada por aqueles que perderam a batalha militar, mas venceram a guerra cultural.
Aos poucos oficiais de alta patente que ousaram tentar manter viva a história daqueles conturbados anos, o partido tratou logo de castrá-los. Retirando o comando de muitos, enviando para a reserva outros tantos; a regra do jogo ficou muito clara: aqueles que se posicionarem a favor da Revolução Democrática de 1964 não poderiam ascender aos postos mais elevados da hierarquia militar. E caso já os tivessem galgados, seriam castrados, ou seja, destituídos de seus grandes comandos e retirados para a inatividade. Assim, foi sendo minada a resistência militar aos mandos e desmandos da esquerda, ao mesmo tempo que promoveu-se o acovardamento dos comandantes. A moeda de troca? Cargos, dinheiros, e uma “boquinha” numa estatal como a Petrobrás ou a Vale. A esquerda tem, enfim, o seu rebanho fardado.
O ápice, porém não desfecho, deste processo pode ser observados em duas decisões recentes: a da POUPEX em não mais patrocinar o periódico INCONFIDÊNCIA e a do Comando do Exército em retirar do calendário, as comemorações alusivas à Revolução Democrática de 31 de Março de 1964. Além de não divulgar de maneira clara esta decisão para a tropa, fica evidente o acovardamento moral de nossas Forças Armadas diante desta manifestação clara de tentar forjar ainda mais a história. De olho em seus vencimentos , para não serem ejtados da vida militar e com possibilidade de arrumar um carguinho nas diversas empresas, agências, secretarias e ministérios do governo, os comandantes militares deixam de defender a história de seu país, deixam de lutar pela verdade dos fatos daqueles anos tão distorcidos pela historiografia oficial da academia.
Cada vez mais rapidamente, as nossas Forças Armadas vão fazendo parte do grande rebanho esquerdista. São tratados como gados, marcados e castrados, para depois serem abatidos. Não levantam a voz em defesa de seus ideais. Não mexem uma pena para tentar resistir a esta sem-vergonhice socialista. Entregam suas almas ao partido. Quebram o sagrado juramento de lutarem em defesa da HONRA da Pátria, tão maculada por aqueles que hoje governam o país. Apenas baixam a cabeça e repetem o mantra: sim senhor (a).
Ignoram completamente que estão sendo vítimas de um processo que os levará à sua destruição. Em breve, os outrora defensores da democracia e da liberdade de 1964 serão acusados de torturadores, assassinos e genocidas pelos próprios militares. Estes simplesmente ignoram o mundo a seu redor, limitando-se à rotina de batalhas fictícias contra um inimigo imaginário, enquanto o verdadeiro os governa e comanda.
O triste e preocupante é saber que a cada geração de novos generais a ignorância acerca das forças que atuam no mundo e no Brasil é cada vez maior. Não conseguem enxergar além daquilo que foram programados, além do que permite a marca ideológica imposta pela esquerda, mesmo quando eles sequer se dão conta que a possuem, como gados.
Os que reagem são castrados. Consequentemente, não deixam novas descendências. E o rebanho segue engordando, cada vez mais pronto para o abate.
* Capitão da ativa do EB

Respostas de 32

  1. Caro capitão Lenilson
    Sou o Cel Inf R/1 Pqdt Gilseno AMAN 85. Li seu texto, moro há 30 anos em Brasília. Parabéns pela coragem do seu texto , por sinal muito bem escrito. Você só falou a verdade.
    Seu texto foi transcrito no grupo da minha turma de infantaria Treme Terra ( Inf) e Fornovo ( todas as armas).

    1. Não entendo de
      Política, mas com os últimos acontecimentos vejo a necessidade.
      Não podemos mais continuar na ignorância.

      Obrigada!

    2. Caro Cel Gilseno, você é filho do general Gilseno? Se for, estou feliz por reencontra-lo. Seu pai me comandou de 1975 a 1977, quando deixou o comando da PÉ para cursar a ECEME. Tenho excelentes recordações do seu pai.
      Hoje já não estou mais ativo porque deixei a carreira para seguir outra profissão. Aposentei-me como promotor de justiça militar.
      Fui sargento de Infantaria e também passei pela Bda Pqdt em 1974.
      Quanto ao artigo do capitão, concordo em gênero, número e grau. Nossa esperança era uma ação das FFAA para evitar esse terrível golpe que se abateu sobre nossa pátria, mas como se diz por aí, “não se faz mais generais como antigamente”
      Abracos

    3. Cel Gilseno, você é filho do Gen Gilseno Neto? Notícias dele. Servimos juntos na então Cia PÉ/6ª RM de onde ele saiu para a ECEME.
      Se o ver de-lhe lembranças do então Sgt Augusto.
      Abraços.

    4. Cel Gilseno, esqueci de dizer que concordo com o que escreveu o cap Lenilson. Sou Sgt Inf da turma de 1971, mas deixei o serviço ativo para tornar-me promotor de justiça militar, cargo no qual me aposentei.

    5. Parabens . Infelizmente a Cavalaria dos generais Osorio, Medice, do meu Pai e minha também, pelo Esq.Cav. do CMRJ. de Arma de Heróis foi transformada em arma de covardes. Os generais de brigada, divisão e exercito são uns “estrumes” apátridas.

  2. Muito bom! Ainda há esperanças! Não é digno de um verdadeiro guerreiro ignorar, ou permitir que seja ignorado, todo um legado de sacrifícios! Os que nos antecederam, leais e dedicados patriotas, comprometeram toda as suas vidas, em defesa do ideário de uma Nação Livre, independente e de valores Judaico-cristãos! O Juramento definitivo, acima de tudo, de defesa do nosso povo, está acima de proformas burocratas casuísticas. Perdem a validade quando atenta contra os nossos bens maiores de Democracia, liberdade e dignidade – Adsumus!

  3. O pessoal da ativa está se manifestando, a reserva e os reformados esqueceram o juramento que fizeram. Sou reformado da FAB (operações aéreas especiais) servi em São Paulo capital na década de 70 e Manaus na de 90 E mesmo com 73 anos estou pronto SELVA. Será que teremos que ser liderados novamente por um CAPITÃO

  4. Sou um ser sem ideologias políticas, tanto de direita como de esquerda, porém escravo da democracia e das leis, já dizia Cícero: “para que possamos ser livres devemos ser escravos das leis”. Não concordo com o texto, mas respeito a opinião de quem o escreveu. A comparação dele com o gado apenas da esquerda, porém não fala do de direita. O nosso Estatuto, promulgado nós anos 80, sob a égide da administração militar, restringe ao militar da ativa participar da política, exceto com a devida desincompatibilizacao e agregação, deixando-o como elemento apolítico. Na mesma linha tratou o conscrito como inalistável eleitoral, bem como vedou o direito a greve. Tudo isso, pois o militar possui acesso a poder bélico. Mais uma vez prefiro ser escravo da democracia e das leis, as quais jurei defender e como militar prefiro me imiscuir da política, afinal política se resolve na política e respeito o redator do texto.

      1. Caro CAP, servi de 2000 a 2004 no Balalhão de Engenharia no RS, estou grato pelo texto que escreveu, demonstrando que na caserna há sim homens de coragem, parabéns!

    1. “Para sermos livres, precisamos ser escravos das leis”.
      Estamos em um país sem leis e com isso, PERDENDO NOSSA LIBERDADE, moço. Tá faltando pouco pra vc saber/entender o que é ser escravo.

    2. “para que possamos ser livres devemos ser escravos das leis”

      Vc deve ter retirado a frase acima de um contexto e talvez isso não tenha um valor de máxima.

      Ser “apolítico”, no caso do Estatuto, é não estar filiado em partido politico. O significado de “politica” está atrelado, geralmente, à administração governamental e, é certo que as FFAAs desempenham esse papel, independente de governos, como Órgão de Estado. No sentido de “bem comum” todos fazem politica todos os dias. Ser “escravo das leis” quer dizer que qualquer lei está valendo, Se a lei diz, por interpretações diversas, que vc pode ser roubado, estuprado, seviciado sem que isso configure crime, talvez isso sirva para vc.

      1. Parabéns disse todas as verdades , enquanto uns estão no muro e sofá , os corajosos defensores da casa 🏡 Pátria lar onde nasceu e batalha trabalho e pagadores impostos diversos Caros a sustentar os Malandros de todas espécies , Escravatura de todas formas e meios tipo gado a todas Classes desde Miseráveis que não pretendem nem lavar um copo , enganados pelos Coronéis Região NE e demais regiões através de migalhas , Esmolas da falsa bondade, tempo adolescente Estudava e trabalhava , escutava anúncio no Rádio não é bom dar Esmolas para não viciar acostumar , e sim levar a Instituições Sociais para tratamento necessário e profissional Profissionalização ao indivíduo, já estavam prevendo no futuro atual a ser usados por Políticos amantes da pobreza x miséria x analfabetos analfabeto, para serem manipulados e escravidão , e ainda piores os que tem estudos se vendem a troco de cargos ” Gados atuais de todos tipos e de qualidade a própria Escravatura a perder a própria casa a Pátria onde reside lar .

        1. Caríssimos. O capitão certamente vai sentir na pele e na carreira os efeitos dos comentários aqui postados, mas o que importa agora é que ele se tornou porta-voz de um grande número de militares e cidadãos que pensam da mesma forma.
          Parabéns.

    3. Concordaria com sua fala, se pudessemos recorrer a justiça. Sabidamente desde a liberaçāo do ex presidente (que iria cumprir uma pena justa) ,com uma unica canetada , por um juiz do STF ,alegando irregularidade no CEP, entre muitos desmandos , e para culminar liberando Sergio Cabral , condenado a mais de 200 anos por lesar o herario publico . A quem vamos recorrer? A balança da justiça tem um claro lado nas suas tomadas de decisões.

    4. Nunca vi ideologia de direita aprisionar, censurar e perseguir, salvo, por delitos…
      Já a de esquerda aprisiona, censura e persegue seus opositores…

    5. Nelson de Souza, Veterano PQDT. 12.695, 65/2,
      Na década de 60 tive o privilégio de trabalhar com os generais Eloy Menezes, General Galvão e o Cel. Olinto Mesquita, conheci militares de valor, verdadeiros patriotas, de moral ilibada, corajosos, em varias reuniões realizadas por esses verdadeiros e honrados militares eu presente nunca pediram que eu me retirasse do recinto era uma prova de que nada tinha a se ocultar. Caro cidadão anônimo, seria melhor ter ficado calado sua narrativa destrói os ideais cívicos – militares construídos por centenas de anos por um povo guerreiro e ao mesmo tempo respeitador das Leis, quando um patriota se manifesta de uma forma autêntica e clara ė porque chegou humanamente ao seu limite, infelizmente ou felizmente não sabemos quem e você mais uma coisa ė certa os derrotados tem o mesmo pensamento que vc externou na sua narrativa, quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às Igrejas. Apocalipse 3:13.

  5. Tenho apenas uma convicção: socialismo, comunismo é escravidão; democracia é liberdade. Não há um só país no mundo, onde o comunismo deu certo. Se alguém conhece algum, então aponte.
    No Brasil, igualmente, não dará certo. O povo no início iludido, acreditará que é livre, que tem direito de ir e vir, direito de opinião, direito à liberdade, direito à propriedade privada, e em pouquíssimo tempo, verá que não tem estes direitos, e aí já será tarde demais.

  6. Podem escolher, qual destas Canções que tanto marchamos e entoamos não faz mais SENTIDO ALGUM.
    Seria … porém se a Pátria Amada, for um dia ULTRAJADA, lutaremos sem TEMOR… ou seria outra Canção, …Posso morrer, nada me aterra, mas hei de honrar o meu fuzil, Glória ao Brasil, glória ao Brasil, Pois se eu voltar à minha terra, Serei imune de ação vil…. ou seria …. Se a Pátria querida for envolvida pelo inimigo, na paz ou na guerra, defende a terra contra o perigo, ou seria a mais desonrada canção do Expedicionário?? Venho do verde mais belo, do mais dourado amarelo, do azul mais cheio de luz, cheio de estrelas prateadas, que se ajoelham deslumbradas, fazendo o sinal da cruz?? Por mais terras que eu percorra, Não permita Deus que eu morra, Sem que volte para lá, Sem que leve por divisa Esse V que simboliza A vitória que virá
    Nossa vitória final Que é a mira do meu fuzil A ração do meu bornal A água do meu cantil As asas do meu ideal, A glória do meu Brasil?? Talvez hoje, a frase da Canção do Expedicionário que faz mais sentido ao ataque comunista sem reação das Forças Armadas seja esta… Deixei lá atrás meu terreno, meu limão, meu limoeiro meu pé de jacaranda Minha casa pequenina Lá no alto da colina onde canta o sabiá… Pois logo, infelizmente, não teremos nem chão …

  7. Para quem não é militar, fica a ideia de que Gramsci não havia chegado às Academias Militares. Infelizmente, a descrição é outra… O tempo de acordar é individual, tomara que não seja tarde ao coletivo

  8. As palavras do Cap Lenilson são um alento e um elogio aos patriotas que, em todo o Brasil estão devotando suas vidas pelo futuro do País. Parabéns. Agora são os dois os nossos capitães. Espero que surjam outros como eles. Deus, Patria, família e Liberdade.

  9. O texto do Cap lenilson é de muita sabedoria, coragem e verdade. Fomos traídos, mas acredito que não seja todos os generais que estão contra o Brasil, devemos separar o joio do trigo.
    Força e honra! 🇧🇷

  10. Um cavalheiro sem nome e que se identifica com anglicismo de pretensa superioridade, diga-se inexistente, quando se qualifica como “Master in Health Law”, deveria saber o quanto é difícil reconhecer-se um doente mental e quanto custa pesquisar e determinar qual transtorno do C.I.D. 10 o afeta no Grupo F6 e que Modifica sua Personalidade e Destrói seu Discernimento, obrigatório para que tenha garantido seu tratamento mental vitalício. Isto porquê, quem tece um comentário como o que fez, nem mesmo percebe declarar-se um BOI, nascido BOI, criado BOI, Crescido BOI, sem jamais ter sido Touro, com chifres e colhões! … é GADO MARCADO E CASTRADO na origem de sua Insignificante Existência Bovina. que já veio com “QR Code” além de kit completo de ingredientes para o abate …. Militar, diz-se um !!! Não, não é e nunca foi! Acostumou-se tanto à soberba do Inglês para definir-se, que se esqueceu da diferença entre militar e MILITANTE no libro de Verbetes da “Ultima Flor do Lácio, Inculta e Bela”

  11. PATRIOTAS, mi-mi-mi não ex ter mina 🐀🐀‼️ só um “bom pelotão” !!
    TEMOS que nos MOBILIZAR, com muito ❤️, com a coragem do cap Lenilton e com mais união do que a dos 🐀🐀 🇨🇳 ‼️

  12. Não sou militar e, como leigo, não tenho conhecimento de causa ou credibilidade alguma para manifestar-me sobre o assunto, mas consta que esse texto não é verdadeiro. Vejam:

    Boatos.org – 23.Dez.2023
    Não há provas de que Capitão Farias se suicidou por causa de texto na internet
    https://www.boatos.org/politica/capitao-farias-se-suicidou-eslog-causa-de-punicao-texto-patriota.html

    Boato – O Capitão Farias se suicidou na Eslog por causa de uma punição por conta de um “texto patriota”.

    Dércio Conceição, contador aposentado, Campinas (SP), dercio.conceição@uol.com.br, 19-99352-9551

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